Política e Gestão da Educação - UFPB Virtual - Universidade ...
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<strong>Política</strong> e <strong>Gestão</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong><br />
Detectou-se ain<strong>da</strong> que o Fundef provocou distorções salariais, na maioria dos casos, sobretudo<br />
com relação aos professores <strong>da</strong> educação infantil, conforme quadro abaixo..<br />
Quadro 3 – Salários docentes 2006<br />
Nível de Ocupação/escolari<strong>da</strong>de<br />
Setor<br />
ensino<br />
Privado público<br />
Média Mediana Média Mediana<br />
<strong>Educação</strong> Infantil 559 400 739 568<br />
Profs. Com nível superior 898 670 1.120 900<br />
Profs. Com nível médio 460 350 613 500<br />
Ensino Fun<strong>da</strong>mental 735 525 912 745<br />
Profs. com nível superior no E. F. (1ª<br />
a 4ª)<br />
814 600 1.017 800<br />
Profs. com nível superior E. F. (5ª a<br />
8ª)<br />
997 800 1.106 970<br />
Profs. com nível médio no E. F. 549 400 696 516<br />
Profs. leigos no E. F. 498 350 574 400<br />
Ensino Médio 1.403 1.000 1.403 1.300<br />
Fonte: Pnad/IBGE, 2006, recolhido por GATTI e BARRETO (2009, p. 247).<br />
Estudo realizado por Anuatti Neto, Fernandes e Pazello (2004) também conclui que o<br />
maior incremento salarial aconteceu na rede municipal <strong>da</strong> região Nordeste. O trabalho compara o<br />
crescimento dos salários dos professores <strong>da</strong> rede pública com o de professores <strong>da</strong> rede priva<strong>da</strong>,<br />
empregados do setor privado e servidores públicos não-professores. A pesquisa constatou que no<br />
Nordeste o crescimento comparativo dos salários dos professores por conta do Fundef foi de<br />
26,13 a 51,62%, no caso <strong>da</strong>s redes municipais, e de -10,78 e 0,8 no <strong>da</strong>s redes estaduais. Os<br />
autores concluem afirmando que, em geral, o Fundef tende a beneficiar os professores <strong>da</strong>s redes<br />
municipais, <strong>da</strong>s regiões mais pobres e <strong>da</strong>s menores ci<strong>da</strong>des.<br />
Pesquisa realiza<strong>da</strong> com referência à rede estadual de ensino do Estado <strong>da</strong> Paraíba e em<br />
mais 04 (quatro) de seus municípios, constatou que, de fato, o Fundef permitiu uma evolução<br />
salarial importante (SOUSA JUNIOR, 2003) em municípios pesquisados. Viu-se que nos<br />
municípios menores, a evolução salarial chegou a atingir 100%.<br />
A pesquisa constatou que o aumento foi maior nos municípios que praticavam salários<br />
abaixo ou próximos do salário mínimo nacional. De qualquer modo, houve redução <strong>da</strong> distância<br />
dos salários praticados entre esses municípios. Já os salários dos professores <strong>da</strong> rede estadual<br />
também apresentaram forte crescimento, com variação próxima a 90%.<br />
Os avanços obtidos, ain<strong>da</strong> que insuficientes para atender às deman<strong>da</strong>s dos docentes, só<br />
foram possíveis com a descentralização fiscal promovi<strong>da</strong> pela nova Constituição 2 e,<br />
posteriormente, pelo Fundef, com sua política de subvinculação de receitas para pagamento de<br />
professores. Alguns estados e municípios conseguiram uma melhoria relativa <strong>da</strong> sua arreca<strong>da</strong>ção.<br />
Isso aconteceu de forma mais intensa nos municípios.<br />
2<br />
A Constituição Federal de 1988 de fato produziu uma descentralização de recursos, mas o governo de<br />
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez um movimento oposto e recentralizou os recursos em torno <strong>da</strong><br />
União.<br />
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