Política e Gestão da Educação - UFPB Virtual - Universidade ...
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<strong>Política</strong> e <strong>Gestão</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong><br />
finanças públicas nacionais e, no caso do Brasil especificamente, sobre o financiamento <strong>da</strong><br />
educação, por conta <strong>da</strong> vinculação de impostos e contribuições sociais para a manutenção e<br />
desenvolvimento do ensino.<br />
1. A CRISE FINANCEIRA E SEUS IMPACTOS NA ECONOMIA NACIONAL<br />
No Brasil, os sinais <strong>da</strong> crise mundial começaram a aparecer em meados de 2008 e<br />
disseminaram-se rapi<strong>da</strong>mente, afetando o crescimento <strong>da</strong> economia no último trimestre <strong>da</strong>quele<br />
ano, com redução de 3,6%. No entanto, a inflação continuava sob controle, sobretudo por conta<br />
<strong>da</strong> que<strong>da</strong> dos preços internacionais do petróleo e outras commodities, além <strong>da</strong> própria retração do<br />
consumo externo e interno. O mercado de trabalho manteve alta em 2008, encerrando o ano com<br />
mais de 1,6 milhões de novos empregos, mas amargou o fechamento de vagas nos últimos<br />
meses de 2008 e início de 2009. Somente a partir de fevereiro de 2009 é que o índice voltou a se<br />
tornar positivo, embora insuficiente para indicar uma nova dinâmica do emprego para este ano.<br />
De qualquer modo, não se pode desconhecer que, na atual fase de financeirização <strong>da</strong><br />
economia global, nenhum país ficará imune ao revés <strong>da</strong> economia norte-americana, a maior do<br />
mundo. Desse modo, é provável que, com o recrudescimento <strong>da</strong> crise de liquidez dos mercados<br />
financeiros, os países emergentes passem a ter dificul<strong>da</strong>de de captação de recursos para<br />
investimentos. A volatili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s bolsas em todo o mundo significa uma queima de estoques<br />
financeiros que não apresentavam nenhum lastro ou ligação com a produção material de bens e<br />
serviços e serviam apenas à especulação financeira.<br />
Para Marx, o capital fictício é a acumulação de títulos que são "sombra de investimentos" já feitos<br />
mas que, como títulos de bônus e de ações, aparecem com o aspecto de capital aos seus<br />
detentores. Não o são para o sistema como um todo, para o processo de acumulação, mas sãono<br />
sim para os seus detentores e, em condições normais de fechamento de processos de<br />
valorização do capital, rendem aos seus detentores dividendos e juros. Mas o seu caráter fictício<br />
revela-se em situações de crise. Quando ocorrem crises de sobreprodução, falência de empresas<br />
etc., descobre-se que esse capital não existia. (CHESNAIS, 2008)<br />
Em meio a essa crise, a economia brasileira, porém, tem seus trunfos. Destacam-se um<br />
mercado interno ain<strong>da</strong> com potenciali<strong>da</strong>de de expansão, com inclusão de consumidores<br />
identificados como uma nova classe média que se descola, do ponto de vista <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>, <strong>da</strong>s<br />
classes populares; diversificação <strong>da</strong> pauta de exportação e de clientes e consequente redução<br />
percentual de nossas relações comerciais com os EUA; a existência de cerca de 200 bilhões de<br />
dólares em reserva junto ao Banco Central; e um enorme potencial de reservas de petróleos a<br />
partir <strong>da</strong>s recentes descobertas de novas bacias petrolíferas, cujos impactos em termos de<br />
extração só serão sentidos <strong>da</strong>qui a alguns anos.<br />
O Brasil, juntamente com a Rússia, China, Índia – Os BRICs – podem, paradoxalmente,<br />
se beneficiar <strong>da</strong> crise dos bancos americanos e se tornar porto seguro para investimentos<br />
externos futuros, fato que já se verificou em 2007, quando o país alcançou a cifra de 34,6 bilhões<br />
de reais em investimentos diretos estrangeiros, figurando na quarta posição entre os países em<br />
desenvolvimento. Ademais, olhando-se o desempenho <strong>da</strong>s economias dos países desenvolvidos<br />
e dos países emergentes, observa-se que, a despeito <strong>da</strong> forte desaceleração <strong>da</strong> economia<br />
mundial, os BRICs foram as únicas economias significativas que mostraram capaci<strong>da</strong>de de