Nº 55 - sindiposto

16 | SINDIPOSTO | fevereiro/2011
Mercado
Entressafra da cana dete
aumento de preço do eta
Mais uma vez, o mercado sofre com a sazonalidade da produção do etanol,
que determina aumento do preço em função da queda da oferta
Chega o início do ano e, com
ele, o aumento no preço do etanol.
Uma situação que se repete ano
após ano e cujo maior prejudicado
é o consumidor. Uma das causas
passa pela deficiência na política
de estocagem do governo federal.
No ano passado, o governo lançou
mão da redução do percentual de
mistura do etanol anidro na gasolina,
preocupado com o desabastecimento
de etanol, tamanha a
seriedade da situação.
Este ano, convencido pelos
produtores e distribuidores de que
não há risco de abastecimento, o
governo não autorizou a redução
da mistura. O motivo principal é
que diminuindo a mistura, o preço
da gasolina sofreria aumento,
o que determinaria um aumento
na demanda de etanol provocada
pela frota flex em circulação, que
dá ao consumidor o poder de escolha
do combustível mais barato.
O presidente do Sindicato da
Indústria de Fabricação de Álcool
do Estado de Goiás (Sifaeg), André
Rocha, observa que apesar
do aumento do preço verificado
nos últimos meses, o etanol hoje
em Goiás é o segundo mais barato
do país, ficando atrás apenas
de São Paulo, onde se pratica um
ICMS de 12%, contra 20% em Goiás.
”Considerando a proporciona-
lidade entre o preço do etanol e
da gasolina, apenas três estados
vendem atualmente o etanol
com preços abaixo de 70% da
gasolina: Goiás, São Paulo e Mato
Grosso. Desses, a proporção mais
vantajosa para o consumidor é a
goiana”, comenta.
André Rocha diz que o governo
tem sinalizado com uma política
de estocagem. O assunto tem
sido tratado com os produtores.
Contudo, o presidente do Sifaeg
considera que as distribuidoras
também deveriam se responsabilizar
pela estocagem do etanol,
e não apenas os produtores, que
têm que arcar com o custo dessa
imobilização de recursos. Segundo
ele, a safra começa no mês de março
no Centro-Sul do país, devendo
ser iniciada em Goiás no início da
segunda quinzena de março.
De acordo com a União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (Única),
apenas 20% dos recursos de
estocagem disponibilizados pelo
governo chegaram às mãos dos
produtores no ano passado. A entidade
declarou na imprensa que
é preciso entender o que aconteceu
e tentar mudar isto nas próximas
safras para que mais etanol
possa ser estocado para a entressafra
e reduzir, assim, a volatilidade
dos preços.