14.04.2013 Views

Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas

Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas

Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

11<br />

Eliane Cavalleiro<br />

Santos inaugura a penúltima seção do livro. Segundo o autor, é possível dizer<br />

que os defensores das ações <strong>afirmativas</strong> têm sido acusados com a mesma retórica<br />

conservadora com que se <strong>combate</strong>u a adoção dos princípios universalistas da<br />

Revolução Francesa. São atacados por futilidade (“o problema no Brasil não<br />

é racial, é social; de nada adianta promover uma elite negra, o fundamental é<br />

acabar com a pobreza”); por perversidade (“vão prejudicar brancos pobres”); e<br />

por constituírem uma ameaça (“vai-se criar um problema racial onde ele não<br />

existe; haverá queda na qualidade das instituições, com prejuízo para toda a<br />

sociedade”).<br />

Intitulada Para além das cotas, a penúltima parte da obra concentra sua<br />

atenção em aspectos anteriores (preparação para o vestibular) e posteriores<br />

(permanência na faculdade ou universidade) àquele propriamente do ingresso,<br />

por cotas ou não, no ensino superior. O artigo de Ricardo Henriques e Eliane<br />

Cavalleiro esboça o histórico da transformação institucional relativamente<br />

recente, com a qual o Estado conformou meios de ação – como a própria<br />

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) – no<br />

campo da promoção da luta contra o <strong>racismo</strong> na escola, e traça o panorama<br />

das ações presentemente implementadas nos espaços de ação configurados no<br />

campo das políticas públicas <strong>afirmativas</strong> na educação.<br />

Com uma política de apoio às ações <strong>afirmativas</strong>, a Secad tem procurado<br />

colaborar com os movimentos sociais que lutam pelo acesso do(a) estudante<br />

negro(a) à universidade, como o Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC),<br />

de cuja experiência partem as reflexões crítico-analíticas presentes no referido<br />

ensaio de Renato Emerson dos Santos. A seguir, os trabalhos de Nilma Lino<br />

Gomes, sobre programa <strong>Ações</strong> Afirmativas na Universidade Federal de Mi<strong>nas</strong><br />

Gerais (UFMG); de Sales Augusto dos Santos, sobre o programa Passagem do<br />

Meio, na Universidade Federal de Goiás (UFG); e de Iolanda de Oliveira e<br />

André A. Brandão, sobre a iniciativa de ação afirmativa para a permanência<br />

de universitários pobres e de baixa renda na Universidade Federal Fluminense<br />

(UFF), dão um quadro das linhas de atuação e dos resultados alcançados <strong>nas</strong><br />

iniciativas desses projetos voltados para a viabilização da permanência do aluno<br />

negro na universidade.<br />

Um conjunto de informações praticamente inéditas no contexto brasileiro<br />

– do debate fundador sobre ações <strong>afirmativas</strong>, entre Bhimr<strong>ao</strong> Ramji Ambedkar e<br />

Mahatma Mohandas Gandhi, na Índia, à trajetória dos negros cubanos na luta<br />

contra a discriminação racial, passando por fina análise das relações entre os<br />

movimentos afro-descendente, indígena e feminista – é aportado à leitura dos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!