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Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas

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Sales Augusto dos Santos<br />

base temática para a estruturação da Conferência Nacional Contra o Racismo<br />

e a Intolerância, que se realizou no período de 06 a 08/07/200 , no estado do<br />

Rio de Janeiro – RJ, tendo como sede a Universidade Estadual do Rio de Janeiro<br />

(UERJ). Por sua vez, os debates ocorridos na Conferência Nacional subsidiaram<br />

a formulação do documento brasileiro que foi encaminhado à conferência de<br />

Durban. Conforme Moura e Barreto (2002),<br />

registrando-se a participação de mais de duas mil e quinhentas pessoas,<br />

entre delegados e ouvintes, a Conferência Nacional mobilizou várias<br />

vertentes dos movimentos sociais negros. Após a plenária de abertura,<br />

realizaram-se discussões divididas em grupos temáticos, em que<br />

os delegados oficiais e ouvintes puderam detalhar as propostas da<br />

comunidade para os diversos temas, que foram levadas à plenária<br />

final, onde foram apresentadas e sofreram também revisão de<br />

redação propostas por todos os delegados. Após a redação final, o<br />

documento com todas as propostas foi apresentado novamente à<br />

assembléia para a votação de sua aprovação final, gerando assim o<br />

documento denominado “Plano Nacional de Combate <strong>ao</strong> Racismo<br />

e a Intolerância – Carta do Rio”. 13<br />

Ao que parece, foi a partir dessa demanda externa da Comissão de Direitos<br />

Humanos das Nações Unidas, associada às históricas pressões inter<strong>nas</strong> dos<br />

movimentos sociais negros, que a questão racial entrou novamente na agenda<br />

pública brasileira.<br />

Por outro lado, também em função da conferência mundial de Durban, a<br />

imprensa brasileira, especialmente a escrita, passou a divulgar mais informações<br />

sobre a questão racial brasileira no ano de 2001, retroalimentando a inclusão<br />

da questão racial na agenda política nacional 14 . Mais do que isso, os principais<br />

jornais escritos brasileiros não só divulgavam informações sobre a conferência<br />

de Durban, como também passaram a debater a questão racial no Brasil. Dados<br />

sobre as desigualdades raciais brasileiras, entre outros tipos de informação e<br />

conhecimentos, foram divulgados sobremaneira pelos periódicos nacionais entre<br />

os meses de julho e setembro de 2001 15 , principalmente. Assim, estabeleceu-<br />

13 MOURA; BARRETO, op. cit., p. 67.<br />

14 Alguns jornais de expressão nacional chegaram a contratar, em 2001, especialistas sobre a questão racial<br />

brasileira para comentá-la mensalmente. O Correio Braziliense, o jornal mais importante da capital da<br />

república, Brasília, contratou a pós-graduanda em filosofia da educação pela Universidade de São Paulo,<br />

e diretora do Geledes – Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro.<br />

15 Em janeiro de 2001, jornais como o Correio Braziliense e a Folha de S. Paulo já estavam divulgando de<br />

forma incipiente algumas informações sobre as relações raciais brasileiras.

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