15.04.2013 Views

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A defesa <strong>do</strong> positivismo<br />

Vou concentrar-me no positivismo jurídico porque, como acabei de dizer, essa <strong>é</strong> a<br />

teoria semântica que sustenta o ponto (p. 45)<br />

de vista <strong>do</strong> <strong>direito</strong> como simples questão de fato e a alegação de que o ver<strong>da</strong>deiro<br />

arg<strong>um</strong>ento sobre o <strong>direito</strong> deve ser empírico, não teórico. Se o positivismo está certo,<br />

então a aparente divergênci~ teórica sobre os fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong> <strong>direito</strong>, no caso Elmer, no<br />

caso McLoughlin, no caso <strong>do</strong> snail <strong>da</strong>rter e no caso Brown, <strong>é</strong> de certo mo<strong>do</strong><br />

engana<strong>do</strong>ra. Nesses casos, as instituições jurídicas precedentes não haviam decidi<strong>do</strong><br />

expressamente a questão de nenh<strong>um</strong>a maneira, e os advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> que usavam<br />

corretamente a palavra "<strong>direito</strong>", segun<strong>do</strong> o positivismo, teriam concor<strong>da</strong><strong>do</strong> quanto a<br />

não haver <strong>direito</strong> alg<strong>um</strong> a descobrir. Sua divergência, portanto, deve ter si<strong>do</strong> <strong>um</strong> debate<br />

disfarça<strong>do</strong> sobre qual deveria ser a natureza <strong>do</strong> <strong>direito</strong>. Mas podemos reafirmar essa<br />

inferência como <strong>um</strong> arg<strong>um</strong>ento contra o positivismo. (p. 46)<br />

De nosso ponto de vista enquanto críticos, de acor<strong>do</strong> com essa explicação <strong>do</strong><br />

positivismo, <strong>é</strong> melhor pensar que seus arg<strong>um</strong>entos seriam <strong>mais</strong> adequa<strong><strong>do</strong>s</strong> ao<br />

aperfeiçoamento <strong>do</strong> <strong>direito</strong>, ao que o <strong>direito</strong> deveria ser, porque entenderemos melhor o<br />

processo jurídico se somente usarmos a palavra "<strong>direito</strong>" para descrever o que se<br />

encontra no âmago desse conceito, isto <strong>é</strong>, se a usarmos somente para abranger<br />

proposições jurídicas ver<strong>da</strong>deiras segun<strong>do</strong> a regra central ou principal <strong>do</strong> uso de<br />

"<strong>direito</strong>" aceito por to<strong><strong>do</strong>s</strong>, como as proposições <strong>da</strong>s leis de trânsito. Seria melhor que os<br />

advoga<strong><strong>do</strong>s</strong> e juízes usassem "<strong>direito</strong>" nesse senti<strong>do</strong>, assim como seria melhor que as<br />

pessoas, em vez de discutirem a correta classificação <strong>do</strong> palácio de Buckingham,<br />

concor<strong>da</strong>ssem em usar "casa" no mesmo senti<strong>do</strong>, sempre que possível. Assim, o<br />

positivismo, defendi<strong>do</strong> desse mo<strong>do</strong> diferente; tem <strong>um</strong> caráter tanto reforma<strong>do</strong>r quanto<br />

descritivo. Seja como for, a defesa favoreceu a tese <strong>do</strong> <strong>direito</strong> como simples questão de<br />

fato. (p. 49)<br />

O ver<strong>da</strong>deiro arg<strong>um</strong>ento em favor <strong>da</strong>s teorias semânticas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!