15.04.2013 Views

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FRATERNIDADE E COMUNIDADE POLÍTICA<br />

Análise <strong>da</strong> melhor defesa <strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong>de política – vai ser encontra<strong>da</strong>, não<br />

onde os <strong>filósofos</strong> esperariam – no ári<strong>do</strong> terreno <strong><strong>do</strong>s</strong> contratos, mas no campo f<strong>é</strong>rtil <strong>da</strong><br />

fraterni<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e de suas obrigações concomitantes.<br />

As obrigações políticas são menos involuntárias <strong>do</strong> que muitas obrigações<br />

familiares, pois as comuni<strong>da</strong>des políticas permitem que as pessoas emigrem; tornan<strong>do</strong> a escolha<br />

em sai importante.<br />

As pessoas que dessa comuni<strong>da</strong>de pertencem têm obrigações políticas. As<br />

convicções políticas <strong>mais</strong> difundi<strong>da</strong>s pressupõem que as autori<strong>da</strong>des dessas comuni<strong>da</strong>des têm<br />

responsabili<strong>da</strong>de especiais no interior de suas comuni<strong>da</strong>des distintas e tamb<strong>é</strong>m para com elas.<br />

TRÊS MODELOS DE COMUNIDADE<br />

Tratamos a comuni<strong>da</strong>de como algo anterior à justiça e à equi<strong>da</strong>de, no senti<strong>do</strong> de<br />

que as questões de justiça e equi<strong>da</strong>de são vistas como questões <strong>do</strong> que seria eqüitativo e justo no<br />

interior de <strong>um</strong> grupo político especifico. Assim tratamos as comuni<strong>da</strong>des políticas como<br />

ver<strong>da</strong>deiras comuni<strong>da</strong>des associativas.<br />

O primeiro modelo supõe que os membros (circunstâncias) de <strong>um</strong>a comuni<strong>da</strong>de<br />

tratam sua associação apenas como <strong>um</strong> acidente de fato <strong>da</strong> história e <strong>da</strong> geografia, entre outras<br />

coisas, e, portanto, como <strong>um</strong>a comuni<strong>da</strong>de associativa que na<strong>da</strong> tem de ver<strong>da</strong>deira. Ex: <strong>do</strong>is<br />

estrangeiros, pertencentes a noções que desprezam a moral e a religião <strong>um</strong>a <strong>da</strong> outra, lança<strong>da</strong>s<br />

n<strong>um</strong>a ilha deserta após <strong>um</strong>a batalha moral entre os <strong>do</strong>is países. De início, os <strong>do</strong>is se vêem juntos<br />

por <strong>um</strong>a questão de circunstância e na<strong>da</strong> <strong>mais</strong>. Um pode precisar <strong>do</strong> outro, e por esse motivo<br />

não se matam. Podem at<strong>é</strong> dividir os trabalhos, e ca<strong>da</strong> <strong>um</strong> vai manter o acor<strong>do</strong> enquanto achar<br />

que este lhe <strong>é</strong> benefício.<br />

O segun<strong>do</strong> modelo, chama-se modelo de regras. Pressupõe que os membros de<br />

<strong>um</strong>a comuni<strong>da</strong>de política aceitam o compromisso geral de obedecer a regras estabeleci<strong>da</strong>s de<br />

<strong>um</strong> certo mo<strong>do</strong> que <strong>é</strong> específico dessa comuni<strong>da</strong>de. Imaginemos pessoas volta<strong>da</strong>s para seus<br />

próprios interesses, mas extremamente honestas, que competem em <strong>um</strong> jogo, ou que constituem<br />

as partes de <strong>um</strong> acor<strong>do</strong> comercial limita<strong>do</strong> e provisório. Elas obedecem às regras que aceitaram

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!