15.04.2013 Views

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

Ronald Dworkin é um dos filósofos do direito mais importantes da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Assim, o estilo realça<strong>do</strong> por <strong>Dworkin</strong> <strong>é</strong> a necessi<strong>da</strong>de de <strong>um</strong>a hermenêutica<br />

aberta 5 , plural, receptiva e <strong>mais</strong>, nota<strong>da</strong>mente o autor declara não ser aos moldes<br />

metafísicos, já que a comuni<strong>da</strong>de deve ser vista como <strong>um</strong> agente moral distinto e suas<br />

práticas sociais e culturais devem ser protegi<strong>da</strong>s ( e não ignora<strong>da</strong>s como quer a<br />

metafísica).<br />

<strong>Dworkin</strong> defende que a legitimi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> justiça e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de está basea<strong>da</strong><br />

no crit<strong>é</strong>rio <strong>da</strong> fraterni<strong>da</strong>de<br />

A retórica revolucionária francesa reconheceu <strong>um</strong> ideal político chama<strong>do</strong> de<br />

fraterni<strong>da</strong>de, que em suas mediações pode-se referir a integri<strong>da</strong>de.<br />

Juntamente com a liber<strong>da</strong>de e a igual<strong>da</strong>de, a fraterni<strong>da</strong>de – modernamente<br />

classifica<strong>da</strong> com soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de – são os pilares <strong>da</strong> ordem jurídica. A fraterni<strong>da</strong>de surge<br />

como <strong>um</strong> momento de superação <strong>da</strong>s divergências entre liber<strong>da</strong>de e igual<strong>da</strong>de, onde <strong>um</strong><br />

povo constituí<strong>do</strong> e enraiza<strong>do</strong> em ideais de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de está susceptível à id<strong>é</strong>ia de<br />

socie<strong>da</strong>de regi<strong>da</strong> pelo modelo <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de.<br />

O excesso de individualismo que transformou o homem contemporâneo <strong>é</strong><br />

fruto de <strong>um</strong>a não-recepção <strong>da</strong>s condutas solidárias − expressa<strong>da</strong>s desde o final <strong>do</strong> s<strong>é</strong>culo<br />

XIX – ao longo <strong><strong>do</strong>s</strong> tempos, provocan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a padronização nas ações <strong>do</strong> indivíduo e<br />

<strong>um</strong>a ausência de trejeitos para com a necessi<strong>da</strong>de de visualizar a coletivi<strong>da</strong>de.<br />

A integri<strong>da</strong>de protege contra a parciali<strong>da</strong>de, a fraude ou outras formas de<br />

corrupção oficial, por exemplo. A integri<strong>da</strong>de contribui para a eficiência <strong>do</strong> <strong>direito</strong>.<br />

Uma comuni<strong>da</strong>de que aceite a integri<strong>da</strong>de tem <strong>um</strong> veículo para a transformação<br />

orgânica, mesmo que este (veículo) nem sempre seja totalmente eficaz. (p.229).<br />

A integri<strong>da</strong>de insiste que ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dão deve aceitar as exigências que lhe são<br />

feitas e pode fazer exigências aos outros, quem compartilham e ampliam a dimensão<br />

moral de quaisquer decisões políticas explícitas. Portanto, a integri<strong>da</strong>de move a união<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moral e política <strong><strong>do</strong>s</strong> ci<strong>da</strong>dãos. (ex: ao decidir como tratar seu vizinho quan<strong>do</strong> os<br />

5 A eleição de <strong>um</strong>a hermenêutica acolhe<strong>do</strong>ra cuja linguagem <strong>é</strong> ti<strong>da</strong> como razão de existir <strong>do</strong> processo interpretativo<br />

parece ser acerta<strong>da</strong>, <strong>um</strong>a vez que busca a ver<strong>da</strong>de por meio <strong>da</strong>s pr<strong>é</strong>-compreensões que o int<strong>é</strong>rprete desde sempre<br />

já possui <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Tais pr<strong>é</strong>-juízos se perfazem pela <strong>da</strong> linguagem e ampliam o movimento <strong>da</strong>s relações sociais.<br />

Diferentemente, a clássica hermenêutica propõe a linguagem como mecanismo de busca de <strong>um</strong>a ver<strong>da</strong>de já conti<strong>da</strong><br />

na lei, desinteressa<strong>da</strong> na reali<strong>da</strong>de trazi<strong>da</strong> pelo int<strong>é</strong>rprete.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!