Alvaro Daudt Eyler - Revista Apólice
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negociação<br />
por Richard Hessler Furck*<br />
Como vender seguros ao<br />
novo consumidor brasileiro<br />
Todos os meios de comunicação celebram a evolução<br />
e o crescimento econômico do povo brasileiro,<br />
que passa por um raro momento sinérgico, em que<br />
as classes sociais mais baixas sobem, “puxando” as<br />
demais para cima, num círculo virtuoso.<br />
Neste sentido, as classes E e D estão migrando<br />
para classe C, que por sua vez, gradativamente migra<br />
para a classe B e assim por diante. Some-se a isso o<br />
fato de que aumenta cada vez mais o número de brasileiros<br />
ricos, e tem-se aí um grande retrato da pujança<br />
econômica que a política brasileira conquistou nos<br />
últimos anos, entre os governos FHC, Lula e Dilma.<br />
Fato é que o grande público-alvo do mercado segurador<br />
brasileiro para esta próxima década é exatamente<br />
este, ascendente das classes mais baixas.<br />
O que chama a atenção é que, ao contrário de<br />
países como China e Coreia do Sul, que focam seu<br />
crescimento sustentado em valores como educação e<br />
cidadania, no Brasil, ocorrem disparidades culturais<br />
que provocam efeitos diretos em alguns hábitos de<br />
consumo, e que invariavelmente terão efeitos futuros<br />
que podem vir a ser nefastos se algo não for feito agora.<br />
Veja o gráfico abaixo, que representa a relação<br />
entre crescimento econômico e cultural dos povos:<br />
Crescimento Econômico da população<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
56<br />
Brasil<br />
Ideal<br />
Coreia, China<br />
Evolução Cultura:<br />
Informação<br />
Estudo<br />
Conhecimento<br />
Cultura<br />
Experiências<br />
Observa-se no gráfico ao lado uma análise relativa<br />
entre o crescimento econômico da população<br />
e a sua evolução cultural, comparando três cenários<br />
diversos. O cenário ideal é representado pela linha<br />
verde, onde a evolução cultural segue gradativamente<br />
na mesma proporção da evolução econômica de um<br />
povo - ou pessoa. Desta forma, quanto mais dinheiro<br />
as pessoas têm, hipoteticamente, mais têm acesso à<br />
informação, estudo, conhecimento e experiências, e<br />
portanto mais cultura.<br />
Já a curva azul representa os países que investem<br />
em educação e cidadania, como por exemplo, a China<br />
e a Coreia do Sul, e em nosso continente o Chile.<br />
Nesta linha, observa-se que a evolução cultural ocorre<br />
antes ainda da evolução econômica das pessoas, isto<br />
é, prioriza-se o estudo e o conhecimento ao enriquecimento<br />
patrimonial, que passa a ser conseqüência<br />
do engrandecimento cultural do país. Claro que<br />
isso também acontece no Brasil, porém em caráter<br />
excepcional.<br />
No Brasil, de forma geral, há uma classe pobre<br />
que agora passa a conquistar bens de consumo aos<br />
quais nunca teve acesso, como televisores de LED 3D,<br />
geladeiras e carros, financiados em até 60 parcelas.<br />
Neste cenário de descompasso evolutivo, já<br />
experimentado pelos EUA das décadas de 50 e 60,<br />
percebemos que o enriquecimento cultural está sendo<br />
relegado a um segundo plano, situação que vale para<br />
todas as classes, variando aí apenas os exemplos, quer<br />
sejam a TV de LED para a classe baixa, o veículo<br />
sedan importado “completão” para a classe média ou<br />
aquele apartamento em Miami para os mais ricos.<br />
Os efeitos deste cenário, além dos mais óbvios,<br />
como o baixo nível de poupança, o endividamento<br />
excessivo e a criação de uma economia de viés inflacionário,<br />
no entanto, podem ser ainda mais graves. De<br />
imediato, já se sente o aumento real da inadimplência,<br />
afetando diretamente a oferta de crédito bancário.<br />
Sabe-se, historicamente, que um povo mais culto,<br />
informado e experiente se protege mais, e que a instituição<br />
do seguro visa justamente devolver à sociedade