15.04.2013 Views

Grãos de Mostarda - Unama

Grãos de Mostarda - Unama

Grãos de Mostarda - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.nead.unama.br<br />

E indicava, com as duas mãos, uma longe da outra, um tamanho <strong>de</strong> uns vinte<br />

centímetro.<br />

— Oh, mim não compreen<strong>de</strong>! — respon<strong>de</strong>u-lhe o inglês, dando <strong>de</strong> andar.<br />

— Um revolverzinho assim! — tornou o "almofadinha", perseguindo-o. —<br />

Assim...<br />

E como o oficial não <strong>de</strong>sse mostras <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o que era:<br />

— Um revolverzinho! Sabe! Um re-vol-ver-zinho!<br />

E, levando, para explicar-se melhor, a mão direita ao bolso traseiro da calça,<br />

on<strong>de</strong> se costuma trazer o revolver, fez, <strong>de</strong> novo, o tamanho da arma.<br />

— Ah, senhorr, mim non tem <strong>de</strong>ssa tamanho! — fez o inglês, olhos vivos,<br />

como quem parece ter compreendido.<br />

E já com a mão no portão, ao ouvido do rapaz, para o guarda não ouvir:<br />

— Quem tem <strong>de</strong>sse tamanho é... é... senhorr comandante...<br />

E tomou, firme, o rumo da prancha.<br />

CAPÍTULO LV<br />

Economias<br />

O encarecimento da vida havia tornado <strong>de</strong>licada a situação dos Pereira Claro.<br />

Os vestidos <strong>de</strong> Dona Beatriz, que eram comprados nas gran<strong>de</strong>s casas <strong>de</strong> modas,<br />

passaram a ser feitos em casa, pelas mãos impecáveis da encantadora senhora. Os<br />

chapéus, começaram a ter a mesma proveniência: a moça adquiria os enfeites, a<br />

forma, o forro, e fazia tudo entre o almoço e o jantar, ou nos serões até meia-noite,<br />

enquanto o marido, fazendo-lhe companhia, fumava pacificamente o seu cigarro,<br />

lendo os jornais.<br />

Essa mudança <strong>de</strong> vida havia impressionado vivamente a Luizinha, linda<br />

bonequinha <strong>de</strong> quatro anos, único fruto daquele gran<strong>de</strong> amor do casal.<br />

— Agora, minha filhinha, — dizia-lhe a mãe, — tudo tem <strong>de</strong> ser feito em casa.<br />

Os meus vestidos, os teus, as camisas <strong>de</strong> teu pai... Não se compra mais nada feito...<br />

Foi por esse tempo que o dr. Pereira Claro, vendo a filhinha tão só,<br />

acompanhando o serão materno, lembrou, rindo, a Dona Beatriz, na presença da<br />

pequenita:<br />

— Agora, Bibi, vamos arranjar uma maninho para a nossa filhinha, que está<br />

tão sozinha... Vamos comprar um irmãozinho para ela... Estás ouvindo?<br />

A essas palavras, a pirralha interveio:<br />

43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!