16.04.2013 Views

Cinco mil famílias ameaçadas de despejo em São Miguel

Cinco mil famílias ameaçadas de despejo em São Miguel

Cinco mil famílias ameaçadas de despejo em São Miguel

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

GRITA POVO<br />

Jornal Mensal da Região<br />

Ano 1<br />

<strong>São</strong> <strong>Miguel</strong><br />

±L<br />

íE Fasloial ííS^MI<br />

IBLIQT£CA<br />

Cédula do governo quer<br />

complicar os eleitores<br />

Casagran<strong>de</strong>, o jov<strong>em</strong><br />

e rebel<strong>de</strong> artilheiro<br />

Em entrevista exclusiva ao Grita Povo, o<br />

jov<strong>em</strong> centro avante do Corinthinas e<br />

novo artilheiro do Campeonato Paulista,<br />

Casagran<strong>de</strong>, (Foto) fala <strong>de</strong> sua vida, suas<br />

Sretensões e até <strong>de</strong> sua <strong>mil</strong>itância política,<br />

etalhes na página 8.<br />

mos com sua uuinyK<br />

, i ■^^^<br />

O governo aprovou recent<strong>em</strong>ente um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cédula para as próximas<br />

eleições, on<strong>de</strong> n<strong>em</strong> ao menos existe espaço para se colocar o nome dos<br />

partidos. Apesar da obrigatorieda<strong>de</strong> da vinculação <strong>de</strong> votos - que obriga o<br />

eleitor a votar <strong>em</strong> candidatos do mesmo partido - o governo quer que o<br />

povo não pense nas siglas partidárias. O objetivo é prejudicar a oposição e<br />

complicar os eleitores. Detalhes na página 7.<br />

<strong>Cinco</strong> <strong>mil</strong> <strong>famílias</strong><br />

<strong>ameaçadas</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

<strong>em</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong><br />

Na Vila Reis, Jardim<br />

Planalto e Jardim Central,<br />

os moradores foram<br />

surpreendidos com um<br />

mandado <strong>de</strong> intimação,<br />

<strong>de</strong>terminando que a área<br />

fosse <strong>de</strong>socupada <strong>em</strong> um<br />

prazo máximo <strong>de</strong> 10 dias.<br />

<strong>Cinco</strong> <strong>mil</strong> <strong>famílias</strong> estão<br />

sendo <strong>ameaçadas</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

nessa área. Nesta edição,<br />

também um reluto sobre a<br />

ocupação <strong>de</strong> terras no jardim<br />

Liberda<strong>de</strong> e a com<strong>em</strong>oração<br />

do primeiro aniversário da<br />

ocupação no Jardim l ç <strong>de</strong><br />

Outubro. Detalhes nas<br />

páginas 4 e 5.<br />

Na foto Ella» Bauab pramotondo trtulo» do torra aoi morador.»<br />

Domitila fala sobre a luta do povo boliviano<br />

Domitila Bardos<br />

Chungara, lí<strong>de</strong>r<br />

boliviana, estará<br />

<strong>em</strong> Itaquera no dia<br />

19 às 10 horas<br />

e na Igreja <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

•<br />

<strong>Miguel</strong> às 15 horas,<br />

falando sobre a<br />

luta <strong>de</strong><br />

libertação <strong>de</strong> seu povo.<br />

Na página 3.<br />

l_ro4>u>«'v> .•_<br />

<strong>de</strong>bat<strong>em</strong><br />

negros<br />

Os candidatos negros estarão <strong>de</strong>-<br />

batendo e expondo suas plataformas<br />

políticas no dia 25 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, às<br />

19h30m no salão Paroquial Cristo<br />

Re<strong>de</strong>ntor, (Av, Lí<strong>de</strong>r, n ç 800, Cida-<br />

<strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>r), <strong>em</strong> Itaquera. Qu<strong>em</strong> estt<br />

promovendo esse <strong>de</strong>bate é o Grupo<br />

Moeurigo, que visa ampliar a dis-<br />

cussão <strong>em</strong> tomo da questão racial do<br />

Brasil.<br />

n


Página2 Grita Povo<br />

1K<br />

É<br />

PRECISO<br />

%- RESISTIR!<br />

V<br />

(O. Angélico Sândalo Bamardino)<br />

Moradores do Jardim Planalto, Vila Central e Vila<br />

Reis, aqui <strong>em</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista, foram sacudidos<br />

pela noticia <strong>de</strong> que um juiz, há poucos dias, <strong>de</strong>u or<strong>de</strong>m<br />

para que sojam colocados para fora dos seus terrenos, <strong>de</strong><br />

suas casas, adquiridos com muito suor e sacrifícios.<br />

Esta barbarida<strong>de</strong> acontece logo <strong>em</strong> seguida à As-<br />

s<strong>em</strong>bléia do dia 8 <strong>de</strong> agosto, <strong>em</strong> que cerca <strong>de</strong> <strong>mil</strong> pessoas,<br />

reunidas na Igreja <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista, ouviram <strong>de</strong><br />

representantes do Patrimônio da União, do Estado e da<br />

Prefeitura a promessa <strong>de</strong> que "eles iriam trabalhar, <strong>em</strong><br />

conjunto, para resolver os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> posse das terras,<br />

<strong>de</strong> grilag<strong>em</strong> e loteamentos clan<strong>de</strong>stinos na área <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong>".<br />

Sab<strong>em</strong>os que v<strong>em</strong> <strong>de</strong> longe os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> terras na<br />

Região <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista. A história nos diz que<br />

tudo começou <strong>em</strong> 1580, quando foi doada área para<br />

al<strong>de</strong>amento indígena. Já no t<strong>em</strong>po dos índios, suas terras<br />

não foram respeitadas. Com seu <strong>de</strong>saparecimento, as<br />

terras passaram para as mãos do Estado, para o Banco<br />

Evolucionista, para a União. Especuladores imobiliários<br />

caíram <strong>em</strong> cima da área com ganância, agindo s<strong>em</strong>pre<br />

impun<strong>em</strong>ente. E o povo foi adquirindo terrenos, cons-<br />

truindo casas. Foi sendo enganado <strong>em</strong> sua boa fé, pois os<br />

terrenos eram grilados e clan<strong>de</strong>stinos.<br />

Em inúmeras Ass<strong>em</strong>bléias, contatos com Autorida<strong>de</strong>s,<br />

este povo roubado v<strong>em</strong> pedi ido providências, v<strong>em</strong><br />

exigindo a legitimação <strong>de</strong> posse dos terrenos adquiridos.<br />

Não têm faltado promessas (como brincam com o<br />

sofrimento do povo). Surge agora a inesperada or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejo.<br />

Diante disso tudo repito aquilo que disse na As-<br />

s<strong>em</strong>bléia do dia 8 último, na presença <strong>de</strong> representantes<br />

da União, do Estado e Município: "As autorida<strong>de</strong>s<br />

competentes não têm o direito <strong>de</strong> continuar criminosa-<br />

mente omissas. O povo não acredita mais <strong>em</strong> promessas<br />

baratas <strong>de</strong> governantes que não estão interessados <strong>em</strong><br />

resolver seus probl<strong>em</strong>as. Quer solução, quer títulos, as<br />

escrituras <strong>de</strong> seus lotes. Não t<strong>em</strong> cabimento que o povo<br />

fique à mercê dos especuladores que agiram e ag<strong>em</strong><br />

impun<strong>em</strong>ente, diante das Autorida<strong>de</strong>s que dorm<strong>em</strong>. Por<br />

outro lado, as providências governamentais virão so-<br />

mente na medida <strong>em</strong> que o povo continuar unido,<br />

organizado, pressionando os que se omit<strong>em</strong> diante dt seu<br />

sofrimento, não tomando medidas que, há muito t<strong>em</strong>po,<br />

<strong>de</strong>veriam ter sido tomadas".<br />

E, agora, diante da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, é claro que os<br />

moradores do Jardim Planalto, Vila Central e Vila Reis<br />

não po<strong>de</strong>m acatá-la. A palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m é RESISTIR<br />

pacificamente. A Justiça irá reconsi<strong>de</strong>rar a questão, para<br />

não cometer iniqüida<strong>de</strong>. E o Governo <strong>de</strong>ve, o quanto<br />

antes, colocar ponto final nesta dramática e lamentável<br />

situação, provi<strong>de</strong>nciando as medidas para que os mora-<br />

dores tenham títulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> dos terrenos que<br />

adquiriram, <strong>em</strong> boa fé, com tanto trabalho, suor e luta.<br />

PIS (PROGRAMA DE<br />

INTEGRAÇÃO SOCIAL?)<br />

TERRORISMO<br />

IMPRESSO<br />

CONTRA A<br />

IGREJA<br />

A falsificação do jornal "O <strong>São</strong> Pau-<br />

lo" no dia 22 <strong>de</strong> agosto último v<strong>em</strong><br />

engrossar a interminável lista <strong>de</strong> outros<br />

atentados <strong>de</strong>sferidos contra a Igreja<br />

neste últimos meses, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a distri-<br />

buição fraudulenta do Boletim Oficial<br />

da CNBB até a <strong>de</strong>turpação das carti-<br />

lhas <strong>de</strong> orientação política <strong>de</strong> algumas<br />

dioceses, violação <strong>de</strong> correspendência e<br />

frau<strong>de</strong>s <strong>em</strong> artigos publicados na gran-<br />

<strong>de</strong> imprensa.<br />

É inequívoca a conexão entre atos<br />

<strong>de</strong> terrorismo. S<strong>em</strong> dúvida a mão que<br />

dirige essas falsificações é a mesma que<br />

meses atrás colocava bombas nas ban-<br />

cas <strong>de</strong> jornal, na se<strong>de</strong> da Or<strong>de</strong>m dos<br />

Advogados do Brasil - Rio <strong>de</strong> Janeiro -<br />

e no Rio centro. S<strong>em</strong> dúvida, ainda, a<br />

cabeça que concebe essas frau<strong>de</strong>s não é<br />

outra senão aquela dos "saudosistas do<br />

Brasil Gran<strong>de</strong>", autoritário e intole-<br />

rante.<br />

As forças da reação não se confor-<br />

mam com com a nova postura da Igreja<br />

frente aos <strong>de</strong>smandos <strong>de</strong>ste governo <strong>de</strong><br />

alguns, numa opção cada vez mais clara<br />

<strong>em</strong> favor dos <strong>de</strong>spossuídos e margina-<br />

lizados. Não vendo mais na Igreja a<br />

aliada <strong>de</strong> outrora, buscam agora <strong>de</strong>s-<br />

truir a eficácia <strong>de</strong> sua ação pastoral<br />

mediante o terrorismo impresso.<br />

A continuida<strong>de</strong> imprime <strong>de</strong>stes fatos<br />

colocam <strong>em</strong> risco as propaladas pro-<br />

messas <strong>de</strong> abertura e re<strong>de</strong>mocrati-<br />

zação, alértt <strong>de</strong> violar direitos civis <strong>de</strong><br />

todos os cidadãos brasileiros.<br />

As medidas jurídicas já foram toma-<br />

das. O caso já está entregue às autori-<br />

da<strong>de</strong>s competentes fartamente docu-<br />

mentados. Cr<strong>em</strong>os não haver maiores<br />

disficulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> se apurar rapidamen-<br />

te as responsabilida<strong>de</strong>s, uma vez que<br />

seus autores têm <strong>de</strong>ixado pistas e não r<br />

ser difícil para os órgãos <strong>de</strong> segurança<br />

<strong>de</strong>tectar os grupos <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a direita<br />

envolvidos.<br />

Não é a primeira, n<strong>em</strong> será a última<br />

vez que a Igreja será alvo <strong>de</strong> ataques<br />

<strong>de</strong>sta natureza. A história t<strong>em</strong> <strong>de</strong>-<br />

monstrado que s<strong>em</strong>pre que ela se<br />

aproxima mais da pregação e prática <strong>de</strong><br />

seu Mestre, acaba participando<br />

também <strong>de</strong> sua sorte: a calúnia e a<br />

perseguição.<br />

Se por um lado repudiamos forte-<br />

mente ações <strong>de</strong>sta or<strong>de</strong>m e exigimos<br />

das autorida<strong>de</strong>s as medidas cabíveis,<br />

por outro lado reafirmamos o nosso<br />

compromisso <strong>de</strong> permanecer solidários<br />

aos pobres e menos favorecidos<br />

apoiando a linha pastoral <strong>de</strong>senvolvida<br />

atualmente pela Igreja.<br />

Opinião do Leitor<br />

O trabalhador brasileiro<br />

s<strong>em</strong>pre foi enganado. Na déca-<br />

da <strong>de</strong> 60, favorecendo a classe<br />

patronal, os donos do po<strong>de</strong>r e o<br />

governo acabaram com a lei<br />

que dava estabilida<strong>de</strong> ao tra-<br />

balhador.quando ele completava<br />

<strong>de</strong>z anos <strong>em</strong> uma firma , e im-<br />

plantou o FGTS (Fundo <strong>de</strong> Ga-<br />

rantia por T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> Serviço).<br />

Mas eles enfeitaram tanto esta<br />

nova lei que todos os trabalha-<br />

dores acharam que tudo ia me-<br />

lhorar a partir dai'.<br />

No inicio dos anos 70, criaram<br />

o PIS (Programa <strong>de</strong> Integração<br />

Social) e disseram que a partir<br />

<strong>de</strong>ste novo programa o traba-<br />

lhador ia ter parte no lucro da<br />

<strong>em</strong>presa, isto é, ia ser <strong>de</strong>posi-<br />

tado, <strong>em</strong> nome <strong>de</strong> cada traba-<br />

lhador, uma porcentag<strong>em</strong> do<br />

lucro que a <strong>em</strong>presa ganha (só<br />

que até hoje nenhum trabalha-<br />

dor t<strong>em</strong> conhecimento do valor<br />

<strong>de</strong>sta porcentag<strong>em</strong>). A mesma<br />

lei diz que, a partir <strong>de</strong> um ano<br />

todos tinham (tém) direito ao<br />

juro do <strong>de</strong>pósito e que <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> cinco anos tinham direito a<br />

um salário mínimo regional. Nas<br />

primeiras vezes que os traba-<br />

lhadores receberam o juro, ti-<br />

veram direito a uma quantia<br />

razoável e quando começaram a<br />

pagar um salário mínimo, aque-<br />

les que ainda não tinham direito<br />

ao mesmo, viram reduzido o<br />

EXPEDIENTE<br />

GRITA POVO — Jornal mensal da Região <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong><br />

Publicação do Centro <strong>de</strong> Comunicação e Educação Popular "Manoel do ô"<br />

Praça Re. Aleixo Monteiro Mafra, 11 — <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista<br />

seu juro a menos da meta<strong>de</strong> dos<br />

pagamentos anteriores.<br />

No ano passado findou o<br />

prazo do direito do meu salário<br />

(apelidado <strong>de</strong> 14 o salário) , dis-<br />

seram-me que eu não teria<br />

mais direito, porque não traba-<br />

lhava mais com vinculo <strong>em</strong>pre-<br />

gaticio e sim autônomo e que a<br />

partir <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste ano eu<br />

continuaria a receber somente o<br />

juro. No mês <strong>de</strong> julho voltei ao<br />

banco, on<strong>de</strong> sou credor do PIS e<br />

tomaram a me informar que só<br />

a partir <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1983 eu<br />

<strong>de</strong>veria voltar a procurar o pa-<br />

gamento do juro que tenho di-<br />

reito, pois uma nova or<strong>de</strong>m<br />

prorrogou o prazo <strong>de</strong>ste paga-<br />

mento.<br />

Acredito que o mesmo esteja<br />

acontecendo a muitos trabalha-<br />

dores e cheguei a conclusão <strong>de</strong><br />

qu<strong>em</strong> está pagando 14- salário<br />

a poucos trabalhadores é a<br />

gran<strong>de</strong> maioria que vè o seu<br />

juro sonegado, ou melhor, tira-<br />

do para completar o salário do<br />

outro. E ainda v<strong>em</strong> o governo<br />

fazendo propaganda, chaman-<br />

do-o <strong>de</strong> "integração social".<br />

Como não t<strong>em</strong>os a qu<strong>em</strong> re-<br />

clamar este direito, t<strong>em</strong>os que<br />

engolir aquilo que não beneficia<br />

aos trabalhadores <strong>em</strong> geral.<br />

(Antônio Neto)


Grita Povo<br />

I • iWITILA VIRÁ A SÃO MIGUEL<br />

Domiüla Barrios <strong>de</strong> Chun-<br />

gara, dona-<strong>de</strong>-casa boliviana<br />

que se tornou conhecida no<br />

mundo inteiro por participar<br />

da luta pela libertação <strong>de</strong> seu<br />

povo, estará na Igreja <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong> no dia 19 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>-<br />

bro, às 15 horas e na se<strong>de</strong> do<br />

S1FA (Rua Flores do Piauí,<br />

<strong>em</strong> Itaquera), às 10 horas,<br />

falando sobre suas experiên-<br />

cias. Mas não v<strong>em</strong> só para<br />

falar, ela também quer ouvir<br />

as histórias do nosso povo.<br />

Os <strong>de</strong>bates serão abertos e<br />

todos estão convidados para<br />

participar. QUEMÉ<br />

DOMITILA<br />

Domiüla nasceu <strong>em</strong> 1937,<br />

na Siglo XX, uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mineiros na Bolívia. Aos tre-<br />

ze anos ficou órfã <strong>de</strong> mãe,<br />

com cinco irmãs menores pa-<br />

ra cuidar e vivendo numa si-<br />

tuação <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a pobreza.<br />

Em algumas entrevistas que<br />

<strong>de</strong>u, l<strong>em</strong>brando-se <strong>de</strong>ssa<br />

época ela diz "às vezes,<br />

passávamos fome porque<br />

pouco alimento meu pai po-<br />

dia comprar. Quando se é<br />

pequeno é duro viver com<br />

privações e com todos os ti-<br />

pos <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, mas isso<br />

<strong>de</strong>senvolveu <strong>em</strong> nós uma<br />

gran<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, um<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ajudar as<br />

pessoas".<br />

Quando se casou, aos vinte<br />

anos, e voltou a morar, no<br />

Centro Mineiro Siglo XX,<br />

começou a se interessar pela<br />

luta dos trabalhadores. Des-<br />

<strong>de</strong> 1963 participou ativamen-<br />

te na organização dos mu-<br />

lheres dos mineiros; forma-<br />

ram o "Comitê das Donas <strong>de</strong><br />

Casa da Siglo XX". Domitila<br />

ocupou vários cargos durante<br />

alguns anos e foi até Secretá-<br />

ria Geral do "Comitê".<br />

O seu compromisso com a<br />

luta trouxe-lne muitos pro-<br />

bl<strong>em</strong>as e sofrimentos. Foi<br />

<strong>de</strong>tida <strong>em</strong> muitas ocasiões e<br />

ficou na prisão duas vezes.<br />

Outra vez foi presa e isolada<br />

na zona tropical <strong>de</strong> seu país.<br />

Seu marido foi <strong>de</strong>spedido e<br />

passou para a "lista negra"<br />

por causa da participação <strong>de</strong><br />

Domitila na luta. O sofri-<br />

mento <strong>de</strong>la foi aumentado<br />

pela preocupação com a sorte<br />

dos filhos diante da situação<br />

<strong>de</strong> seus pais.<br />

"A SOLUÇÃO PARA OS<br />

PROBLEMAS DA NOSSA<br />

CLASSE NÃO É<br />

PESSOAL"<br />

No livro "Se me <strong>de</strong>ixam<br />

falar...", que Mo<strong>em</strong>a Viezzer<br />

(uma pedagoga brasileira)<br />

escreveu <strong>em</strong> 1978, a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>poimentos que Domitila<br />

fez, falando <strong>de</strong> sua vida, nós<br />

po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r me-<br />

lhor <strong>de</strong> on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> sua força.<br />

Ela conta vários fatos que<br />

mostram como é sua partici-<br />

pação na luta da classe tra-<br />

balhadora, mas não fala so-<br />

•mente <strong>de</strong> si, fala dos heróis<br />

anônimos, <strong>de</strong> muitas mulhe-<br />

Mostre todo seu talento<br />

res iguais a ela e da luta geral<br />

da classe trabalhadora boli-<br />

viana, que vive esmagada por<br />

ditadores <strong>mil</strong>itares. Fala dos<br />

trabalhadores das minas que<br />

mascam folha <strong>de</strong> coca o dia<br />

inteiro, para agüentar traba-<br />

lhar nas péssimas condições e<br />

que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> média 35 anos.<br />

Por causa <strong>de</strong>ssa partici-<br />

pação na luta, as mulheres<br />

enfrentam dificulda<strong>de</strong>s por<br />

parte do governo, por parte<br />

<strong>de</strong> muitos homens, <strong>de</strong> outras<br />

mulheres e até dos próprios<br />

maridos. Sofr<strong>em</strong> também<br />

com os momentos difíceis<br />

que os filhos passam, mas<br />

como diz Domitila "essa<br />

experiência fortalece o nosso<br />

compromisso, pois a gente<br />

percebe que a solução para<br />

tantos probl<strong>em</strong>as não é pes-<br />

soal, mas está encaixada<br />

<strong>de</strong>ntro da caminhada da pró-<br />

pria classe trabalhadora da<br />

Bolívia".<br />

Hoje, vivendo exilada na<br />

Suécia, com seus sete filhos e<br />

não po<strong>de</strong>ndo contribuir mui-<br />

to com a luta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu<br />

país, aceita s<strong>em</strong>pre os convi-<br />

tes que os trabalhadores <strong>de</strong><br />

outros países faz<strong>em</strong>, para<br />

contar suas experiências, pois<br />

t<strong>em</strong> consciência <strong>de</strong> que a luta<br />

não é só dos mineiros boli-<br />

vianos, mas <strong>de</strong> todos aqueles<br />

que são explorados e sabe<br />

que é preciso divulgar todas<br />

as injustiças que seu povo<br />

sofre.<br />

As cartas continuam chegando com muitos <strong>de</strong>senhos. Ainda há t<strong>em</strong>po para você enviar sua carta<br />

com seu <strong>de</strong>senho, história <strong>em</strong> quadrinhos.<br />

Além <strong>de</strong> vir a ganhar vários prêmios verá o seu trabalho publicado <strong>em</strong> nosso jornal.<br />

COMO FAZER<br />

É simples: Basta enviar seus trabalhos à redação do "GRITA POVO" (Praça Padre Aleixo<br />

Monteiro Mafra, 11 CEP 08000 - <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista Não se esqueça <strong>de</strong> mandar seu nome,<br />

en<strong>de</strong>reço, ida<strong>de</strong>, grau <strong>de</strong> instrução.<br />

OBSERVAÇÃO: Somente serão aceitos <strong>de</strong>senhos feitos <strong>em</strong> papel branco e tinta nankin.<br />

Tamanho máximo <strong>de</strong> 15 X 10 cm. Os originais não serão <strong>de</strong>volvidos.<br />

OS TRÊS PRIMEIROS COLOCADOS<br />

1 9 Cr$ 5.000,00 (cinco <strong>mil</strong> cruzeiros)<br />

1° Cr$ 2.000,00 (dois <strong>mil</strong> cruzeiros)<br />

3 ? Livros <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho.<br />

Esperamos seus <strong>de</strong>senhos até o dia 1 ° <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1 982.<br />

Partkipelll<br />

Página 3<br />

"SECRETÁRIO MANDA<br />

MÃES CUIDAREM DE SEUS<br />

AFAZERES DO LAR'<br />

>"<br />

O Movimento <strong>de</strong> Creches do Itaim luta há três<br />

anos para montar creches nas vilas da região. Uma<br />

pesquisa feita pelos moradores revelou que pelo<br />

menos 500 creches são necessárias para aten<strong>de</strong>r a<br />

mais <strong>de</strong> 50 <strong>mil</strong> crianças do bairro.<br />

No mês <strong>de</strong> agosto, uma comissão <strong>de</strong> mães se<br />

dirigiu ao secretário da Administração Regional,<br />

Nieto Martins, para exigir a instalação imediata das<br />

novas creches. Alguns prédios já estão prontos, mas<br />

não funcionam por falta <strong>de</strong> funcionários e equipa-<br />

mentos.<br />

O secretário aten<strong>de</strong>u as mães com total má von-<br />

ta<strong>de</strong> e grosseria, limitando-se a fazer um comunica-<br />

do, <strong>de</strong> nove itens, que continha verda<strong>de</strong>iros absur-<br />

dos. Repar<strong>em</strong> só:<br />

1) A creche já está pronta, uma reivindicação <strong>de</strong><br />

anos.<br />

2) O equipamento já está comprado e sendo<br />

entregue.<br />

3) O pessoal já está <strong>em</strong> fim <strong>de</strong> treinamento.<br />

4) As crianças estão sendo selecionadas <strong>de</strong>ntro dos<br />

critérios da própria população e da secretaria.<br />

5) Esta creche não é a única do Município. Esta-<br />

mos trabalhando <strong>em</strong> acelerado para aten<strong>de</strong>r <strong>em</strong><br />

todas as áreas.<br />

6) O que mais estão querendo?<br />

7) Parece que o interesse não é mais pela creche. É<br />

<strong>de</strong> agitar, tumultuar.<br />

8) Sugiro que essas senhoras vão cuidar <strong>de</strong> seus<br />

afazeres domésticos e <strong>de</strong>ix<strong>em</strong> a administração da<br />

secretaria trabalhar.<br />

9) Não vejo motivos para marcar audiência para<br />

tratar <strong>de</strong>ste assunto.<br />

Já está tudo equacionado para entrar <strong>em</strong> funcio-<br />

namento <strong>de</strong> uma maneira completa e eficiente. Este<br />

t<strong>em</strong>po, será usado para aten<strong>de</strong>r a outros reais<br />

probl<strong>em</strong>as.<br />

O sr. secretário está completamente enganado. Sc<br />

as mães ficar<strong>em</strong> quietinhas, <strong>em</strong> seus lares, as creches<br />

só chegarão quando tiver<strong>em</strong> netos.<br />

Lugar <strong>de</strong> mãe, sr. Nieto, é on<strong>de</strong> for preciso<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o interesse dos filhos. É por isso que elas<br />

vão atrás dos órgãos responsáveis pela instalação <strong>de</strong><br />

creches. Infelizmente, os funcionários do governo<br />

enten<strong>de</strong>m muito <strong>de</strong> "cáleulos e equações" mas não<br />

enten<strong>de</strong>m <strong>de</strong> crianças.


PégiiKi4 Grita Povo<br />

Justiça Fe<strong>de</strong>ral preten<strong>de</strong><br />

expulsar cinco <strong>mil</strong> <strong>famílias</strong><br />

No último dia 14 <strong>de</strong><br />

agosto, as cinco <strong>mil</strong><br />

<strong>famílias</strong> que resi<strong>de</strong>m<br />

na Vila Reis, Jardim<br />

Planalto e Jardim<br />

Central, <strong>em</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong> Paulista,<br />

receberam a<br />

inesperada visita <strong>de</strong><br />

um oficial <strong>de</strong> Justiça -<br />

acompanhado - um<br />

assistente - que<br />

apresentou um<br />

mandado <strong>de</strong><br />

intimarão, assinado<br />

pelo juiz Caio Plmio<br />

Barreto, da 6° Vara da<br />

Justiça Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

Paulo, <strong>de</strong>terminando<br />

que os moradores<br />

<strong>de</strong>socupass<strong>em</strong> a área<br />

<strong>em</strong> um prazo máximo<br />

<strong>de</strong> 10 dias.<br />

O oficial <strong>de</strong> Justiça,<br />

com a intímação nas<br />

mãos, alegava que as<br />

tenras eram <strong>de</strong> Hiroshi<br />

Mizukami, Hissashi<br />

Ono, Kazuma Shimízu,<br />

Jeiji Minokawa e<br />

Hi<strong>de</strong>nori Sassaki. A<br />

principio, os<br />

moradores<br />

imaginaram que tudo<br />

não passava <strong>de</strong> mais<br />

um truque <strong>de</strong><br />

Justiniano Salvador<br />

dos Santos, um dos<br />

grileiros que se diz<br />

proprietário da área.<br />

Justiniano foi qu<strong>em</strong><br />

ven<strong>de</strong>u as terras que o<br />

mandado expedido<br />

pelo {uiz diz ser <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> dos cinco<br />

"íaponeses".<br />

Na frente do oficial<br />

<strong>de</strong> Justiça, alguns<br />

moradores chegaram<br />

a rasgar a intimação<br />

judicial. Outros,<br />

porém, assinaram.<br />

Mas, na hora <strong>em</strong> que<br />

todo mundo percebeu<br />

Elias Bauab promatando títulos d* terra aos moradoras<br />

que a situação não<br />

estava para<br />

brinca<strong>de</strong>ira, houve<br />

uma revolta geral e a<br />

afirmação unânime<br />

foi: "vamos dar um<br />

cacete neles". Os<br />

moradores obrigaram<br />

o oficial e seu<br />

assistente a se mandar<br />

da vila.<br />

A RETIRADA DO<br />

DINHEIRO<br />

A Vila Reis, Jardim<br />

Planalto e Jardim<br />

Central se localizam<br />

entre a estrada do<br />

Jacuie o Sitio da Casa<br />

Pintada. Essas Vilas<br />

são essencialmente<br />

operárias, se<br />

constutindo <strong>em</strong> uma<br />

área das mais pobres<br />

da região e menos<br />

assistida pela<br />

Administração<br />

Regional da .<br />

PREPOTÊNCIA DOS GRANDES NÃO PODE<br />

ABAFAR O DIREITO DOS POBRES.<br />

Venha participar do ATO DE SOIIDARIEDADE aos<br />

moradores da Vila Reis, Jardim Plonaho, e Vila Central,<br />

omeoçados <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo por or<strong>de</strong>m judicial.<br />

DIA 26 DE SETEMBRO DE 1982<br />

3 HORAS DA TARDE<br />

À RUA MARIA SANTANA - Jardim Planalto.<br />

Prefeitura. Na área<br />

existe uma<br />

favela com mais <strong>de</strong><br />

200 barracos, às<br />

margens do Rio Jacui'.<br />

Na briga pela posse<br />

das terras, o Estado, a<br />

União e diversos<br />

particulares se diz<strong>em</strong><br />

proprietários. Mesmo<br />

assim, uma escola<br />

estadual foi construída<br />

no local. E os próprios<br />

moradores<br />

perguntam: "Como<br />

isso foi feito se<br />

ninguém sabe qu<strong>em</strong> é<br />

dono da área?".<br />

No Jardim Planalto e<br />

Vila Reis, os<br />

moradores pagam as<br />

prestações do terreno<br />

através <strong>de</strong> carnes da<br />

Caixa Econômica<br />

Fe<strong>de</strong>ral, efetuando o<br />

chamado <strong>de</strong>pósito <strong>em</strong><br />

juízo. Essa medida foi<br />

sugerida pela própria<br />

Prefeitura, no segundo<br />

s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 81, <strong>em</strong><br />

função do loteamento<br />

estar <strong>em</strong> situação<br />

irregular.<br />

Porém, na Vila Reis, o<br />

diretor do SERLA<br />

(Serviço <strong>de</strong><br />

Regularização <strong>de</strong><br />

Loteamento e<br />

Arruamentos) Gilberto<br />

Valente da Silva,<br />

autorizou o loteador<br />

Manoel Antônio dos<br />

Reis (mais um dos<br />

muitos proprietários<br />

que se diz<br />

proprietário da área)<br />

a retirar o dinheiro<br />

que havia sido<br />

<strong>de</strong>positado na Caixa<br />

Econômica.<br />

Em meio a toda essa<br />

probl<strong>em</strong>ática, no<br />

último dia 8 <strong>de</strong> agosto,<br />

o <strong>de</strong>legado do<br />

Patrimônio Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

<strong>São</strong> Paulo, Elias Bauab,<br />

afirmou, diante <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> <strong>mil</strong> moradores<br />

<strong>de</strong> vários loteamentos<br />

clan<strong>de</strong>stinos e grilados<br />

da região (inclusive da<br />

Vila Reis, Jardim<br />

Planalto e Jardim<br />

Central) que foi<br />

assinado um convênio<br />

entre a União e a<br />

Prefeitura, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> "se<br />

fornecer todos os<br />

meios humanos e<br />

materiais para o<br />

Patrimônio realizar o<br />

trabalho <strong>de</strong><br />

regularização das<br />

terras".<br />

Elias Bauab prometeu,<br />

na oportunida<strong>de</strong>, que<br />

seriam dados os títulos<br />

<strong>de</strong>finitivos aos<br />

pequenos<br />

proprietários e<br />

"estudados os casos<br />

restantes". Para a<br />

mesma s<strong>em</strong>ana, ele<br />

prometeu ainda que<br />

seria realizada uma<br />

reunião entre a União,<br />

o Estado e o Município<br />

para resolver<br />

<strong>de</strong>finitivamente a<br />

situação do extinto<br />

al<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong>.<br />

Além disso, o<br />

ex-prefeito Reyanldo<br />

<strong>de</strong> Barras, pouco antes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o cargo,<br />

também prometeu a<br />

entrega <strong>de</strong> títulos <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> aos<br />

moradores. Já o jornal<br />

"O Estado <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

Paulo", <strong>em</strong><br />

23/05/82, noticiou<br />

que o prefeito Salim<br />

Curiati recebeu<br />

autorização do<br />

presi<strong>de</strong>nte da<br />

República para<br />

regularizar a situação<br />

<strong>de</strong> um <strong>mil</strong>hão <strong>de</strong> lotes<br />

pertencentes ao<br />

Patrimônio da União,<br />

na região <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong>. Eesses títulos,<br />

segundo anoticia<br />

publicada pelo<br />

"Estado", seriam<br />

distribuídos pelo<br />

próprio presi<strong>de</strong>nte<br />

Figueiredo.<br />

ATO PÚBLICO<br />

Ao receber<strong>em</strong> o<br />

mandado <strong>de</strong> intimação<br />

expedido pelo juiz<br />

Caio Plínio Barreto, os<br />

moradores da Vila<br />

Reis, Jadim Planalto e<br />

Jardim Central,<br />

imediatamente,<br />

procuraram o Centro<br />

<strong>de</strong> Defesa dos Direitos<br />

Humanos <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Miguel</strong> Paulista. Logo<br />

no dia 1 5 <strong>de</strong> agosto,<br />

foi realizada uma<br />

reunião com todos os<br />

moradores da área, no<br />

Jardim Planalto.<br />

Nessa reunião,<br />

<strong>de</strong>cidiu-se que um<br />

grupo <strong>de</strong> moradores<br />

iria comparecer ao<br />

Fórum para examinar<br />

o andamento do<br />

processo. Outro grupo<br />

ficou <strong>de</strong> entrar ertt<br />

contato novamente<br />

com o representante<br />

da União, Elias Bauab.<br />

Por incrível que<br />

pareça, os moradores<br />

receberam do<br />

representante da<br />

União o seguinte<br />

conselho: "Vocês têm<br />

mais é que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

os seus direitos".<br />

No dia 17, os<br />

moradores da Vila<br />

Reis, Jardim Planalto e<br />

Jardim Central<br />

relizaram uma<br />

caminhada <strong>de</strong><br />

protesto, reunindo<br />

mais <strong>de</strong> <strong>mil</strong> pessoas.<br />

No mesmo dia, houve<br />

ainda uma ass<strong>em</strong>bléia<br />

<strong>em</strong> praça pública, com<br />

mai <strong>de</strong> 500 moradores<br />

presentes, para se<br />

esclarecer a situação e<br />

levantar propostas.<br />

Uma <strong>de</strong>ssas propostas<br />

foi a realização <strong>de</strong><br />

uma ampla reunião,<br />

realizada<br />

posteriormente no dia<br />

20, na igreja Santa<br />

Luzia, na Vila Jacui'.<br />

Nessa nova reunião,<br />

foi aprovada a proposta<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> ato<br />

público para o<br />

próximo dia 26 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro, na Rua<br />

Maria Baltazar, no<br />

Jardim Planalto. Esse<br />

ato t<strong>em</strong> como principal<br />

objetivo <strong>de</strong>nunciar a<br />

ameaça <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

das cinco <strong>mil</strong> <strong>famílias</strong> e<br />

ainda todas as<br />

irregularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

loteamentos na<br />

região, além <strong>de</strong> buscar<br />

o apoio <strong>de</strong> todo o<br />

setor <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong>.


Grita Povo Página 5<br />

"Ocupação" do Jardim Liberda<strong>de</strong><br />

A noticia correu rápida, no<br />

inicio do mês <strong>de</strong> agosto-: aque-<br />

las terras, próximas aos conjun-<br />

tos da COHAB, no Jardim <strong>São</strong><br />

Paulo, <strong>em</strong> Guaianazes, não ti-<br />

nham donos. Estavam comple-<br />

tamente abandonadas há mais<br />

<strong>de</strong> vinte anos, formando um<br />

imenso matagal. Foi assim que<br />

centenas <strong>de</strong> <strong>famílias</strong> se dirigiram<br />

ao local e limparam tudo <strong>em</strong><br />

poucos dias, dividindo cm lotes<br />

uma extensa área. Nascia o Jar-<br />

dim Liberda<strong>de</strong>, ou "Serra Pela-<br />

da", como lamb<strong>em</strong> é chamada.<br />

Hoje, centenas <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> blo-<br />

cos e barro vão sendo<br />

construídas a custo <strong>de</strong> muito<br />

sacrifício.<br />

Os ocupantes do Jardim Li-<br />

berda<strong>de</strong> explicam que foram<br />

para lá porque não tinham para<br />

on<strong>de</strong> ir, pois "qu<strong>em</strong> ganha salá-<br />

rio mínimo mal t<strong>em</strong> condições<br />

<strong>de</strong> sustentar uma família e me-<br />

nos ainda <strong>de</strong> pagar aluguéis que<br />

aumentam mais do que o salá-<br />

rio".<br />

Guaianazes é uma das regiões<br />

mais carentes da gran<strong>de</strong> S.Pau-<br />

lo.<br />

A população pobre aumenta<br />

dia a dia, vivendo <strong>em</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

vilas atingidas por graves pro-<br />

bl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> terra, como a grila-<br />

g<strong>em</strong> e os loteamentos clan<strong>de</strong>sti-<br />

nos. Diante disso, os ocupantes<br />

do Jardim Liberda<strong>de</strong>"explicam:<br />

"Não po<strong>de</strong>mos pagar um terre-<br />

no e correr o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r tudo<br />

porque é grilado. O governo,<br />

vendo nossa situação, <strong>de</strong>via<br />

abrir mão <strong>de</strong> suas terras e facili-<br />

tar sua ocupação pelo povo.<br />

Mas isso não acontece e nós<br />

t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> nos virar sozinhos."<br />

As comunida<strong>de</strong>s da região, os<br />

moradores do Jardim <strong>São</strong> Paulo<br />

e dos vizinhos conjunto da CO-<br />

HAB já manifestaram sua soli-<br />

darieda<strong>de</strong> aos ocupantes do Jar-<br />

dim Liberda<strong>de</strong>, que também re-<br />

ceb<strong>em</strong> apoio do Centro <strong>de</strong> De-<br />

fesa dos Direitos Humanos <strong>de</strong><br />

Guaianaze e do Bispo da Re-<br />

gião Leste, D.Angélico, que ce-<br />

lebrou duas missas no local.<br />

As pressões que po<strong>de</strong>m sofrer<br />

para sair do jardim Liberda<strong>de</strong>, a<br />

"Serra Pelada", po<strong>de</strong>rão ser<br />

muitas, os ocupantes sab<strong>em</strong> dis-<br />

so. Mas eles se preparam para<br />

lutar unidos porque têm con-<br />

ciência <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ram a essas<br />

terras um uso social, favorecen-<br />

do <strong>mil</strong>hares <strong>de</strong> pessoas que não<br />

tinham on<strong>de</strong> morar.<br />

Nos fim d* s<strong>em</strong>ana, CM família* trabalham juntas na construção do suas cosas, no Jardim Libordado<br />

"Primeiro <strong>de</strong> Outubro"<br />

com<strong>em</strong>ora um ano <strong>de</strong> vitória<br />

No dia 2 <strong>de</strong> outubro ha-<br />

verá uma gran<strong>de</strong> festa <strong>em</strong><br />

Guaianazes, pois os ocupa-<br />

dores do antigo Jardim Lur-<br />

<strong>de</strong>s (que agora é chamado<br />

Jardim Primeiro <strong>de</strong> Outu-<br />

bro) vão com<strong>em</strong>orar um ano<br />

<strong>de</strong> resistência contra todos<br />

os tipos <strong>de</strong> pressão que so-<br />

freram para abandonar a<br />

área. A festa está sendo<br />

oraganizada pelas duas co-<br />

missões <strong>de</strong> moradores, que<br />

aglutinam mais <strong>de</strong> <strong>mil</strong><br />

<strong>famílias</strong> que ocuparam o lo-<br />

cal.<br />

COMO ACONTECEU<br />

A OCUPAÇÃO<br />

No dia 6 <strong>de</strong> outubro do<br />

ano passado os ocupantes<br />

do Jardim Quicizina foram<br />

expulsos da área e então<br />

Antônio Men<strong>de</strong>s Correia,<br />

que é um advogado ligado<br />

ao PDS, chegou lá e disse<br />

que as terras vagas do Jar-<br />

dim Lur<strong>de</strong>s, <strong>em</strong> Guaianazes,<br />

eram <strong>de</strong>volutas. E o pessoal,<br />

expulso e s<strong>em</strong> ter para on<strong>de</strong><br />

ir saíram <strong>em</strong> uma passeata<br />

com mais <strong>de</strong> <strong>mil</strong> pessoas e<br />

ocuparam a nova área.<br />

Mas o pe<strong>de</strong>ssista tinha<br />

mentido, as terras não eram<br />

<strong>de</strong>volutas, eram <strong>de</strong> pro-<br />

prieda<strong>de</strong> privada. Então<br />

Válter Ferraz, dono <strong>de</strong> seis<br />

<strong>mil</strong> metros quadrados, ou<br />

seja, parte da área ocupada,<br />

entrou com uma ação pos-<br />

sessória da 19- Vara Cível,<br />

contra Benedito Ca<strong>mil</strong>o Al-<br />

ves, um dos ocupantes.<br />

O Juiz da 19- Vara con-<br />

cordou com a liminar e os<br />

autores pediram reforços<br />

para quase 1.500 policiais<br />

expulsar as 36 <strong>famílias</strong><br />

(ocupantes iniciais). Mas<br />

elas resistiram e começa-<br />

ram a negociar com Vladi-<br />

mir Cassini, advogado <strong>de</strong><br />

Válter. Pediram um prazo<br />

para <strong>de</strong>socupar o terreno,<br />

mas não fizeram isso, foram<br />

procurar a ajuda do Depar-<br />

tamento Jurídico do Centro<br />

Acadêmico XI <strong>de</strong> Agosto, da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito do Lar-<br />

go <strong>São</strong> Francisco.<br />

Manlia Kriker Borges,<br />

advogada do XI <strong>de</strong> Agosto,<br />

entrou com um mandado <strong>de</strong><br />

segurança para sustar a li-<br />

minar, alegando que so-<br />

mente uma pessoa havia si-<br />

do citada. A liminar foi sus-<br />

tada e o processo continua<br />

<strong>em</strong> andamento contra Be-<br />

nedito, que atualmente não<br />

mora lá.<br />

UM CÓDIGO PARA RICOS,<br />

OUTRO PARA POBRE<br />

Quando fala nesse pro-<br />

cesso Manila gosta <strong>de</strong> es-<br />

clarecer que os conflitos <strong>em</strong><br />

relação a posse <strong>de</strong> terras<br />

são muito mais graves do<br />

que se imagina e ela ainda<br />

diz "com esse Código Civil<br />

não vamos chegar a nada,<br />

pois ele <strong>de</strong>fine a proprieda-<br />

<strong>de</strong> como um direito sagrado,<br />

quando a situação atual<br />

não permite isso, ainda que<br />

o Tribunal da Alçada Civil<br />

tenha reconhecido <strong>em</strong><br />

acórdão a função social da<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> relação à<br />

reintegração <strong>de</strong> posse <strong>de</strong><br />

áreas ocupadas por favela-<br />

dos".<br />

O que v<strong>em</strong>os no Jardim<br />

Primeiro <strong>de</strong> Outubro é o Có-<br />

digo Civil dos ricos contra a<br />

organização dos pobres. Es-<br />

sa organização é facilmente<br />

notada nas ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong><br />

domingo à tar<strong>de</strong>; na<br />

expulsão <strong>de</strong> gente que vai<br />

lá tentar ganhar voto para o<br />

partido do governo; no<br />

protesto contra a expio<br />

ração das "vendinhas" que<br />

foram abertas; na briga<br />

contra Antônio Men<strong>de</strong>s<br />

Correia que tentou colocar a<br />

população contra o Depar-<br />

tamento Jurídico e no pro-<br />

testo contra a prisão <strong>de</strong> dois<br />

moradores, que esse advo<br />

gado provocou, quando en<br />

trou com uma represen<br />

tação do DEOPS (Departa-<br />

mento estadual <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m<br />

Política e Social) acusan-<br />

do-os <strong>de</strong> comunistas.<br />

Mas, apesar da organi<br />

zação, um dos moradores <strong>de</strong><br />

lá comenta "o pessoal está<br />

um pouco acomodado, pois<br />

pensa que já ganhou a luta,<br />

mas ela n<strong>em</strong> começou". No<br />

dia 2 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro a advo-<br />

gada entrou com um pedi-<br />

do <strong>de</strong> extinção do processo<br />

que Válter Ferraz move<br />

contra os moradores e todos<br />

esperam que na festa <strong>de</strong><br />

outubro seja com<strong>em</strong>ora<br />

da mais uma vitória.


Página 6 Grita Povo<br />

No dia 31 <strong>de</strong> agosto<br />

último completou-se o<br />

primeiro ano <strong>de</strong> prisão<br />

dos padres Aristi<strong>de</strong>s e<br />

Francisco e dos 13 pos-<br />

seiros con<strong>de</strong>nados pela<br />

Justiça Militar.<br />

Não bastasse a infâmia<br />

da con<strong>de</strong>nação, os padres<br />

c posseiros , as pessoas<br />

foram visitá-los viram-se<br />

submetidas a inúmeras<br />

outras barbarida<strong>de</strong>s no<br />

Quartel do 2 9 Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria da Selva <strong>de</strong><br />

Belém. A <strong>de</strong>núncia foi<br />

feita no dia 6 <strong>de</strong> agosto<br />

pelo Arcebispo <strong>de</strong> Belém,<br />

D. Alberto Ramos:<br />

Padres e posseiros ainda presos<br />

"Com rigor excessivo e<br />

verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>srespeito às<br />

pessoas, estão sendo tratados<br />

os que <strong>de</strong>sejam visitar<br />

os padres Aristi<strong>de</strong>s e<br />

Francisco, <strong>de</strong>ntro do<br />

horário permitido, uma<br />

vez por s<strong>em</strong>ana, no<br />

Quartel do 2 Q Os podres Francisco, Aristidas a posseiros continuam presos há mais <strong>de</strong> um ano.<br />

Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria <strong>de</strong> selva <strong>em</strong> Mulheres discut<strong>em</strong> história<br />

Belém.<br />

O exagero é tanto e tão<br />

vergonhoso que os sacer-<br />

dotes se vê<strong>em</strong> obrigados<br />

a <strong>de</strong>spir-se completa-<br />

mente, para revista, na<br />

presença <strong>de</strong> dois agentes<br />

<strong>mil</strong>itares. E a infâmia<br />

chegou ao ponto <strong>de</strong> se-<br />

r<strong>em</strong> feitas as mesmas<br />

exigências ao Exmo Sr.<br />

Dom Vicente Zico, arce-<br />

bispo coadjutor, o qual se<br />

recusou a esse vexame,<br />

protestando com<br />

ve<strong>em</strong>ência contra esse<br />

abuso que fere a digni-<br />

da<strong>de</strong> humana.<br />

Mais: ao retirar-se do<br />

quartel, após uma rápida<br />

visita <strong>de</strong> 3 ou 4 minutos<br />

aos padres presos, D.Vi-<br />

cente ainda foi acompa-<br />

nhado até as proximida-<br />

<strong>de</strong>s do portão <strong>de</strong> saída,<br />

por um soldado armado<br />

<strong>de</strong> metralhadora cum-<br />

prindo or<strong>de</strong>ns superiores.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que se<br />

tratava <strong>de</strong> uma autorida-<br />

<strong>de</strong> eclesiástica, que re-<br />

presentava, na cir-<br />

cunstância toda a Arqui-<br />

diocese <strong>de</strong> Belém, mani-<br />

festamos <strong>de</strong> público nos-<br />

so protçsto e nosso repú-<br />

dio a tal procedimento,<br />

<strong>de</strong>stoante <strong>de</strong> todas as<br />

normas que s<strong>em</strong>pre têm<br />

norteado o relaciona-<br />

mento entre o Estado e a<br />

Igreja"-.<br />

"A história é contada pelas par-<br />

ticipantes", t assim que está sendo<br />

feito o curso <strong>de</strong> História do Brasil<br />

on<strong>de</strong> participam mulheres <strong>de</strong> várias<br />

vilas <strong>de</strong> Itaim Paulista. É, na reali-<br />

da<strong>de</strong>, uma nova forma <strong>de</strong> ver a<br />

nossa história, pois, como elas mes-<br />

mas afirmam, "o que se apren<strong>de</strong><br />

nas escolas não é a verda<strong>de</strong>".<br />

A idéia surgiu a partir <strong>de</strong> uma<br />

palestra sobre a História da Huma-<br />

nida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> foram apontadas as<br />

várias formas <strong>de</strong> opressão impostas<br />

à maioria das populaçães. E veio,<br />

então, a solicitarão <strong>de</strong>las para que o<br />

curso apresentasse as mesmas coi-<br />

sas, só que para a realida<strong>de</strong> mais<br />

próxima: a do Brasil.<br />

Dona Dalva, uma das participantes,<br />

afirma: "O curso foi a chave da nossa<br />

cabeça. Mostrou que a história é a<br />

gente que faz. Dai' a gente vè que o<br />

curso dá a teoria e nós aplicamos na<br />

prática, nas lutas da comunida<strong>de</strong>. As<br />

lutas que faz<strong>em</strong> parte da história<br />

são iguais às nossas". E nada é mais<br />

verda<strong>de</strong> do que isso. As lutas por<br />

creches, por terras no Monte Taó, a<br />

inauguração do prédio do Regional<br />

<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong>, os cursos ocupacio-<br />

nais para meninos são provas <strong>de</strong>ssa<br />

prática.<br />

Dona No<strong>em</strong>ia aponta, também,<br />

para a importância da renovação da<br />

Igreja nessa caminhado. "Agora, a<br />

Igreja é mais povo e a gente se<br />

sente mais valorizado por po<strong>de</strong>r<br />

participar".<br />

O curso t<strong>em</strong> feito com que se<br />

possa enten<strong>de</strong>r o que acontece hoje<br />

<strong>em</strong> nosso pais. "Nós perceb<strong>em</strong>os —<br />

continua Dona Dalva — que o en-<br />

fraquecimento dos sindicatos foi o<br />

motivo <strong>de</strong> Getúlio Vargas, <strong>em</strong><br />

1954, ter aprovado a lei que insti-<br />

tuía a CLT. Percebe porque a Revo-<br />

lução <strong>de</strong> 64 proibiu todos os parti-<br />

dos e porque, agora, eles voltam".<br />

AS DIFICULDADES<br />

Como todas as lutas do povo, o<br />

curso também t<strong>em</strong> trazido dificul-<br />

da<strong>de</strong>. Dona llza, outra participan-<br />

te, diz que elas são inúmeras e par-<br />

t<strong>em</strong> principalmente da família. "As<br />

vizinhas e os filhos — diz ela —<br />

perguntam o que eu ganho com isso,<br />

diz<strong>em</strong> que a gente v<strong>em</strong> aqui porque<br />

não t<strong>em</strong> mais o que fazer <strong>em</strong> casa.<br />

Meu marido, por ex<strong>em</strong>plo, achava<br />

que eu não <strong>de</strong>veria fazer isso. Ago-<br />

ra, eu conto tudo para ele, para que<br />

ele se sinta integrado, menos en-<br />

ciumado e comece a participar. E ele<br />

está começando". As senhoras<br />

Adélia, Edite e Alzira são da mesma<br />

opinião e afirmam, ainda, que é<br />

importante participar do curso por-<br />

que ele traz pistas para as lutas <strong>de</strong><br />

hoje. Apren<strong>de</strong>-se com os acertos e<br />

os erros <strong>de</strong> nossos antepassados.<br />

Mais do que isso, "pelo fato <strong>de</strong> a<br />

gente contar a história, l<strong>em</strong>brar o<br />

que disseram nossos pais e avós, a<br />

gente exercita a m<strong>em</strong>ória".<br />

Além <strong>de</strong>ssas dificulda<strong>de</strong>s há to-<br />

dos os outros afazeres <strong>em</strong> casa e<br />

todas as outras lutas que elas le-<br />

vam. Mas, n<strong>em</strong> por isso, <strong>de</strong>sani-<br />

mam-se. "Quanto mais a gente<br />

participa, mais a gente vè que t<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> participar <strong>em</strong> outras coisas. Não<br />

se po<strong>de</strong> parar por aC".<br />

MISSÕES<br />

POPULARES NO<br />

PARQUE GUARANI<br />

E VILA VERDE<br />

De 10 a 26 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, as comunida<strong>de</strong>s do Parque<br />

Guarani e Vila Ver<strong>de</strong> estarão envolvidas numa importante<br />

experiência <strong>de</strong> Evangelizaçâo: as MISSÕES POPULARES.<br />

Preparada c conduzida por Agentes <strong>de</strong> Pastoral que aluam<br />

na área, esta Missão preten<strong>de</strong> estruturar as duas vilas <strong>em</strong><br />

pequenas comunida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>spertando animadores <strong>de</strong> grupos<br />

e novas li<strong>de</strong>ranças; conhecer melhor a realida<strong>de</strong> social e<br />

religiosa do local para traçar as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ação. Numa<br />

palavra: fazer um anúncio explícito e eficaz do Evangelho<br />

<strong>de</strong> Jesus Cristo aos seus moradores.<br />

A idéia <strong>de</strong>ste trabalho v<strong>em</strong> sendo amadurecida há quase<br />

um ano, obe<strong>de</strong>cendo etapas prévias <strong>de</strong> preparação e<br />

motivação das <strong>famílias</strong> e grupos locais. Realizou-se uma<br />

pesquisa com objetivo <strong>de</strong> se alcançar uma visão <strong>de</strong> fé sobre<br />

aquela realida<strong>de</strong>. As <strong>famílias</strong>- foram posteriormente orga-<br />

nizadas <strong>em</strong> grupos para a oração do Terço. E finalmente,<br />

durante o mês <strong>de</strong> agosto último esses mesmos grupos reuni-<br />

ram-se ao redor do livreto "O Povo <strong>de</strong> Deus se prepara",<br />

refletindo o t<strong>em</strong>a: A VERDADE DE JESUS LIBERTA.<br />

A última fase <strong>de</strong>sta experência marca uma intensificação<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, realizando-se todos os dias às 5 hs da manhã a<br />

Procissão da Penitencia, encontros e <strong>de</strong>bates para homens,<br />

mulheres e jovens, missãozinha para as crianças, ce-<br />

lebrações da Eucaristia, bênçãos e concentrações <strong>de</strong> massa.<br />

É importante realçar a expressiva participação dos leigos<br />

neste trabalho <strong>de</strong> Evangelizaçâo, on<strong>de</strong>, movidos pelo<br />

mesmo Espírito que "faz novas todas as coisas", procla-<br />

mam o Dia do Senhor convocando os pobres para a<br />

caminhada <strong>de</strong> Libertação.<br />

Químicos votam<br />

novamente<br />

A Chapa 2. ou seja. a da oposição sindical, concorrente à<br />

diretoria do sindicato dos trabalhadores das indústrias<br />

químicas e farmacêuticas, ganhou as eleições realizadas nos<br />

dias 24, 25, 26 e 27 <strong>de</strong>'agosto, mas não po<strong>de</strong>rá assumir a<br />

direção do sindicato, pois <strong>de</strong> acordo com uma portaria do<br />

Ministério do Trabalho, para que fosse <strong>de</strong>clarada vencedo-<br />

ra, teria que obter maioria absoluta, ou seja 3.874 votos<br />

50% mais 1).<br />

Nos dias 8,9,10 e 11 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro foi a nova eleição.


Grita Povo Página 7<br />

O GOVERNO QUER<br />

ENROLAR O POVO<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> complicar os eleitores e amenizar<br />

os efeitos negativos obtidos pela legenda do PDS<br />

junto a população, o governo aprovou recent<strong>em</strong>ente o<br />

seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cédula eleitoral, on<strong>de</strong> n<strong>em</strong> ao menos<br />

existe espaço para se colocar os nomes dos partidos.<br />

O governo preten<strong>de</strong>, com essa medida, anular um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> votos e prejudicar a vitória da<br />

oposição. A cédula, que sofreu pequenas modifi-<br />

cações a partir do mo<strong>de</strong>lo inventado pelo <strong>de</strong>putado<br />

governista Bonifácio José <strong>de</strong> Andrada, terá seis<br />

ratângulos on<strong>de</strong> os eleitores <strong>de</strong>verão escrever os<br />

nomes ou os números <strong>de</strong> seus candidatos.<br />

Embora seja obrigatória a vinculação total dos<br />

votos (outra manobra apresentada pelo governo<br />

através do pacote eleitoral, que obriga o eleitor a votar<br />

cm candidatos do mesmo partido) foi suprimido até o<br />

espaço para se colocar o nome do partido na cédula,<br />

com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestimular o eleitor a pensar nas<br />

siglas partidárias. Na realida<strong>de</strong>, o governo não quer<br />

carregar o peso da sigla oficial - PDS.<br />

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia<br />

indicado o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cédula para as próximas<br />

eleições. Mesmo <strong>em</strong> meio a todos os pacotes e ca-<br />

suísmos eleitorais, o TSE elaborou uma cédula mais<br />

simples, visando tornar mais fácil o ato <strong>de</strong> votar. Esse<br />

mo<strong>de</strong>lo, porém foi recusado pelo governo, que espera<br />

conseguir anular pelo menos um <strong>de</strong> cada dois votos<br />

dados à oposição.<br />

A cédula sugerida pelo TSE, no chamado estilo<br />

"sanfona", possuia espaços reservados <strong>em</strong> cinco<br />

fileiras para cada um dos partidos, com os nomes dos<br />

candidatos aos cargos majoritários (governador, se-<br />

nador e prefeito) já impressos. O eleitor teria que<br />

escrever apenas os nomes ou os números dos candi-<br />

datos a <strong>de</strong>putado estadual, <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral e verea-<br />

dor.<br />

Dessa forma, os riscos <strong>de</strong> erros seriam reduzidos, já<br />

que se eliminará a confusão na votação para oacargos<br />

majoritários. O eleitor marcana apenas três X na<br />

coluna, junto aos nomes impressos, e preencheria os<br />

outros espaços restantes. O gran<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a para o<br />

governo estava justamente aí: ao escolher o candidato<br />

a governador, o eleitor, automaticamente, acompa-<br />

nharia a coluna votando nos candidatos do mesmo<br />

partido.<br />

ENFRENTAR OS DESAFIOS<br />

Ao impor um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cédula s<strong>em</strong> espaço para a<br />

sigla partidária, o governo acredita que po<strong>de</strong>rá eleger<br />

muitos <strong>de</strong> seus candidatos s<strong>em</strong> caracterizar o voto<br />

dado ao PDS. Afinal, os candidatos pe<strong>de</strong>ssistas estão<br />

evitando o uso da malfadada legenda <strong>em</strong> seus cartazes<br />

e <strong>de</strong>mais meios <strong>de</strong> propaganda eleitoral. A esperança<br />

<strong>de</strong>sses políticos é que o eleitor dê o seu voto ao PDS.<br />

mesmo que incoscient<strong>em</strong>ente, ou no mínimo, o anule<br />

ao votar <strong>em</strong> candidatos <strong>de</strong> diferentes partidos.<br />

Para enfrentar essa situação, a oposição terá que<br />

iniciar um imenso trabalho <strong>de</strong> mooilização e cons-<br />

cientização, no sentido <strong>de</strong> esclarecer o eleitorado<br />

sobre as implicações da vinculação total <strong>de</strong> votos.<br />

Afinal, além <strong>de</strong> todos os casuísmos, ainda existe uma<br />

ameaça pairando no ar. se o número <strong>de</strong> votos nulos<br />

ultrapassar os 50% as eleições <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro po<strong>de</strong>rão<br />

, ser anuladas.<br />

^«'«T^-v.,<br />

C *«ÍW0 .<br />

y »»o. Pr"^c,0<br />

LULA EM SAO MIGUEL<br />

O presi<strong>de</strong>nte nacional do PT<br />

(Partido dos Trabalhadores) e can-<br />

didato ao governo do Estado <strong>de</strong><br />

<strong>São</strong> Paulo, Luís Ignácio da Silva,o<br />

Lula, esteve participando na última<br />

terça-feira, dia 14, às 21 horas, <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>bate público na Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista.<br />

O <strong>de</strong>bate público, no qual Lula<br />

respon<strong>de</strong>u as perguntas dos estu-<br />

dantes e da população <strong>em</strong> geral, foi<br />

promovido pelo Diretório Acadê-<br />

mico do curso <strong>de</strong> Administração e<br />

Ciências Contábeis. A participação<br />

no <strong>de</strong>bate foi aberta a toda popu-<br />

lação. Lula discutirá com o público divorsas queit&ai Foto JIKO Martins<br />

PMDB realiza festa-comício<br />

na praça Padre Aleixo<br />

No último dia 28 <strong>de</strong> agosto, ao PMDB contou até com as presenças os discursos <strong>de</strong> vários lí<strong>de</strong>res do<br />

lançar publicamente seus cândida- <strong>de</strong> Osvaldino do Acor<strong>de</strong>ón e <strong>de</strong> partido, entre os quais Franco<br />

tos na região <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong>, o outro sanfoneiro, seu pai, Pedro .. ^ r\ - c,.o„<br />

PMDB realizou uma festa comício Sertanejo. Montoro e 0reSteS QuérCia - EsSa<br />

na Praça Aleixo Monteiro Mafra. O festa marcou o início da campanha<br />

chamado "Forró D<strong>em</strong>ocrático" do Além dos shows musicais, houve do PMDB na região.


Casagran<strong>de</strong>, Casa, Waltinho, Serginho Branco. Esses são<br />

alguns dos nomes pelos quais é conhecido Walter Casa-<br />

gran<strong>de</strong> Júnior, 19 anos, o mais jov<strong>em</strong> ídolo e artilheiro do<br />

Campeonato Paulista, com 12 gols até agora. Polêmico,<br />

genioso, extrovertido, contraditório. Essas são algumas<br />

características <strong>de</strong>sse ídolo.<br />

Nascido e criado no bairro da Penha, Casagran<strong>de</strong> fala <strong>de</strong><br />

sua vida, suas aspirações e suas revoltas, admitindo que o<br />

sucesso possa representar uma boa fase cm vida profissio-<br />

nal.<br />

Terceiro filho do casal Walter e Zilda, Casagran<strong>de</strong> é um<br />

garoto comunicativo, que garante ter cabeça para conviver<br />

com o sucesso, s<strong>em</strong> mudar sua personalida<strong>de</strong>: "Eu continuo<br />

o mesmo, as pessoas talvez mu<strong>de</strong>m <strong>de</strong> comportamento cm<br />

relação a mim, mas eu estava preparado para o sucesso, uma<br />

vez que vinha reinando assiduamenle para isso".<br />

S<strong>em</strong>pre agitado e com uma linha <strong>de</strong> pensamento meio<br />

confuso, fumando um cigarro após o outro, ele afirma ser<br />

flamenguista e diz que <strong>de</strong>testava o Corinthians, principal-<br />

mente, na época <strong>em</strong> que Osvaldo Brandão era o técnico;<br />

"Entretanto, agora, com outra diretoria, a oportunida<strong>de</strong><br />

apareceu e eu a estou aproveitando".<br />

Quanto ao baixo salário que recebe (150 <strong>mil</strong> por mês)<br />

consi<strong>de</strong>rado abaixo do nível no futebol brasileiro. Casa-<br />

gran<strong>de</strong> afirma que não vai reivindicar nada, porque, com o<br />

bom relacionamento que t<strong>em</strong> com a diretoria do clube,<br />

espera ser recompensado espontaneamente.<br />

Extrovertido e simpático, esse centroavante <strong>de</strong> l,88m <strong>de</strong><br />

altura, <strong>de</strong>sengonçado, inteligente e oportunista, gosta <strong>de</strong><br />

música e trocaria o futebol pela profissão <strong>de</strong> ator, já que<br />

nunca teve paciência para ficar preso <strong>em</strong> uma sala <strong>de</strong> aulas,<br />

acatando or<strong>de</strong>ns, s<strong>em</strong> liberda<strong>de</strong> para por ex<strong>em</strong>plo- "ir ao<br />

banheiro s<strong>em</strong> pedir licença"..Isso s<strong>em</strong>pre o chateou muito,<br />

causando, inclusive, sua expulsão do colégio on<strong>de</strong> estudou,<br />

no bairro da Penha.<br />

Suas aspirações para o.futuro, afirma ele, "são continuar<br />

no mesmo ritmo <strong>de</strong> jogar e conquistar uma in<strong>de</strong>pendência<br />

financeira mais rápida da que era esperada antes".<br />

Encarando o futebol como uma profissão qualquer,<br />

Casagran<strong>de</strong> diz que a violência <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> campo é reflexo<br />

da imeopetência do adversário, s<strong>em</strong> recursos para jogar <strong>de</strong><br />

igual pára igual. Favorável à tática adotada por Tclê<br />

Santana na Copa, consi<strong>de</strong>ra Falcão o melhor jogador do<br />

mundo, e acha que o futebol brasileiro é o melhor, mesmo<br />

não tendo conquistado o tetra.<br />

Com uma consciência política formada, Casagran<strong>de</strong><br />

acredita ainda, que o futebol seja usado politicamente, c<br />

que o povo faz <strong>de</strong>sse esporte sua válvula <strong>de</strong> escape para os<br />

probl<strong>em</strong>as particulares, chegando muitas vezes à violência<br />

nos estádios.<br />

É a favor do Lula, P.T. (Partido dos Trabalhadores) e está<br />

trabalhando com Wladimir companheiro <strong>de</strong> clube, e o Pita,<br />

ponta esquerda da Portuguesa, no sentido <strong>de</strong> eleger seu<br />

candidato ao governo do Estado <strong>de</strong> <strong>São</strong> Paulo. Afinal<br />

acredita que só um hom<strong>em</strong> do povo possa enten<strong>de</strong>r as<br />

necessida<strong>de</strong>s do povo. "E o Lula é o único nessas con-<br />

dições", afirma.<br />

CASAGRANDE,<br />

rO GAROTO DA PENHA<br />

É O NOVO ÍDOLO<br />

DO CORINTHIANS<br />

SaraCaÜM<br />

NAO DEIXE DE ASSISTIR<br />

"Desaparecido, um gran<strong>de</strong><br />

mistério" é um filme que mostra o<br />

golpe <strong>de</strong> Estado, li<strong>de</strong>rado por Pino-<br />

chet <strong>em</strong> 1973, no Chile, país da<br />

América Latina.<br />

SANTO<br />

MILAGROSO<br />

MAS NEM<br />

TANTO<br />

Satirizar a religiosida<strong>de</strong> alienan-<br />

te. Este é o gran<strong>de</strong> t<strong>em</strong>a da peça "O<br />

Santo Milagroso", <strong>de</strong> Lauro César<br />

Muniz, <strong>em</strong> cartaz no Teatro Popu-<br />

lar do Sesi.<br />

Mais claramente, a peça retrata a<br />

"luta" <strong>de</strong> um padre e um pastor<br />

para conseguir, entre os habitantes<br />

<strong>de</strong> uma pequena cida<strong>de</strong> do interior,<br />

maior número <strong>de</strong> pessoas para sua<br />

igreja. Além disso, mostra uma<br />

visão mais profunda da importân-<br />

cia do ecumenismo, da falsa neces-<br />

sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultuar imagens.<br />

Ê analisado, ainda, o caráter<br />

opressivo da hierarquia da Igreja<br />

qiiando seus mais altos pastores<br />

tentam impor suas opiniões para a<br />

comunida<strong>de</strong>, s<strong>em</strong> ao menos <strong>de</strong>la<br />

participar. E tudo isso <strong>de</strong> uma for-<br />

ma muito b<strong>em</strong> humorada.<br />

O Teatro Popular do Sesi fica na<br />

Avenida Paulista, 1313 e a entrada<br />

é grátis.<br />

Um norte-americano <strong>de</strong>sapare- Esse filme, baseado num fato da<br />

ce, sua esposa e seu pai começam a vida real, foi dirigido por Costa<br />

procurá-lo e <strong>de</strong>scobr<strong>em</strong> que foi Gravas, cineasta que s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>-<br />

morto porque sabia do envolvi- nuncia os barbarismos que se co-<br />

mento do Corpo Diplomático dos mete <strong>em</strong> nome do po<strong>de</strong>r.<br />

Estados Unidos no golpe.<br />

MPA promove<br />

gran<strong>de</strong> festa popular<br />

O Movimento Popular <strong>de</strong> Arte<br />

<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong> Paulista (MPA)<br />

promoverá uma gran<strong>de</strong> festa po-<br />

pular nos próximos dias 18 e 19,<br />

sábado e domingo, no salão do<br />

Kai-Kan, (localizado na Praça da<br />

Paz, n g 8) com a apresentação <strong>de</strong><br />

inúmeros shows musicais, peças <strong>de</strong><br />

teatro, projeções <strong>de</strong> fimes e expo-<br />

sições <strong>de</strong> pintura e fotografia.<br />

A festa popular, que preten<strong>de</strong><br />

arrecadar fundos para a manu-<br />

tenção da se<strong>de</strong> própria do Movi-<br />

mento Popular <strong>de</strong> Arte, contará<br />

com as presenças do cantor e com-<br />

positor Tom Zé e dos grupos tea-<br />

trais "Debate do ABC" e "União e<br />

Olho Vivo".<br />

A festa terá início no dia 18, ás<br />

17 horas, com a abertura das expo-<br />

sições, <strong>em</strong> meio a rodas <strong>de</strong> músicas<br />

e poesia, as 19 horas, se apresentará<br />

<strong>em</strong> <strong>São</strong> <strong>Miguel</strong><br />

o grupo "Debate do ABC" e, logo a<br />

seguir, o ex-tropicalista Tom Zé<br />

apresentará o seu novo show. A<br />

partir das 22 horas, haverá um<br />

forró-geral, com músicos e instru-<br />

mentistas da própria região.<br />

No dia 19, às 15 horas, se apre<br />

sentará o grupo "União e Olho<br />

Vivo" e, às 18 horas, será exibido o<br />

filme "O Hom<strong>em</strong> Que Virou Su-<br />

co". A partir das 19 horas, será<br />

apresentado um gran<strong>de</strong> show com<br />

diversos grupos do Movimento Po-<br />

pular <strong>de</strong> Arte.<br />

Os ingressos estão sendo vendi-<br />

dos a 100 cruzeiros e po<strong>de</strong>m ser<br />

encontrados na se<strong>de</strong> do MPA (ave-<br />

nida Marechal Tito, 984-A), ou<br />

ianda junto a integrantes <strong>de</strong> diver-<br />

sos movimentos populares da re-<br />

gião.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!