R$ 5,90 - Roteiro Brasília
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ALEXANDRE FRANCO Fim<br />
pao&vinho@alo.com.br<br />
PÃO & VINHO<br />
de ano a beber estrelas<br />
Reza a lenda que Dom pérignon teria exclamado, ao beber<br />
seu vinho inesperadamente borbulhante, que estaria “bebendo<br />
estrelas”. Embora não passe de lenda, o apelo ao imaginário é<br />
indiscutível, trazendo à mente toda sorte de pensamentos festivos<br />
e alegres.<br />
E é esse, sem dúvida, o espírito que cultuamos ao final de<br />
cada ano em nossas festas familiares. E é por isso que o champanhe<br />
e os espumantes em geral têm presença tão garantida<br />
para regar essas ocasiões.<br />
como é comum na última coluna do ano, vou comentar alguns<br />
espumantes que podem vir a ser boas opções para as festas,<br />
baseando minha escolha nas duas últimas feiras de vinhos<br />
que tivemos em são paulo – a Vinhos do Tejo e a abravinis.<br />
antes, porém, não posso deixar de falar de alguns dos vinhos<br />
tranquilos que pude degustar nessas feiras. na Vinhos do<br />
Tejo, região de portugal antes denominada de Ribatejo, como<br />
exemplar branco escolho, sem medo, o Fiuza premium Branco<br />
2009, um 100% chardonnay com nariz muito típico, à manteiga<br />
e caramelo, e uma boca de acidez vívida que o torna um<br />
dos brancos mais gastronômicos da “terrinha” que já provei.<br />
por <strong>R$</strong> 80, ainda que não barato, é uma ótima opção.<br />
como exemplar tinto, foi indiscutível a soberania do Marquesa<br />
de cadaval 2007, importado pela Mercovino, que traz cada<br />
vez melhores opções. com 60% de Touriga nacional, 20% de<br />
Trincadeira e 20% de alicante Bouschet, apresentou um nariz de<br />
frutas negras com toque de especiarias e pimenta. na boca foi<br />
pleno, cheio, elegante e marcante. sem dúvida um vinho excelente,<br />
mesmo ao preço de <strong>R$</strong> 150, que pode parecer caro mas<br />
é aquém do seu valor.<br />
por fim, como uma surpresa, pude me deliciar com o Quinta<br />
do alqueve colheita Tardia Branco 2005, para minha surpresa<br />
100% Fernão pires, com aromas de mel de laranjeira e tangerina.<br />
na boca, uma doçura profunda, mas cítrica, com a acidez<br />
necessária a um bom vinho de sobremesa. Ótimo vinho, mesmo<br />
pelos seus <strong>R$</strong> 104.<br />
Já na abravinis, uma feira que deixou muito a desejar em todos<br />
os sentidos, gostaria de comentar o chardonnay da cavas<br />
submarinas, que, pasmem, passa por um período de descanso<br />
de quatro a seis meses em garrafa submersa no oceano pacífico.<br />
não sei se pela imersão, mas o fato é que o exemplar é muito<br />
bom, com aromas frescos e tropicais e um toque de mel. na<br />
boca mostra grande mineralidade, que nos remete a um chablis<br />
de boa estirpe, ao preço de <strong>R$</strong> 85.<br />
Já nos tintos, a melhor escolha, aliás da feira toda, recaiu na<br />
península, que apresentou seu fantástico orben 2005, com aromas<br />
de frutas vermelhas e negras e especiarias, com leve tostado.<br />
na boca, carnudo, volumoso, diria mesmo sensacional.<br />
o preço não é dos menores (<strong>R$</strong> 188), mas vale cada centavo.<br />
Mas vamos às bolhas. Do Tejo, apenas um exemplar: o Monge<br />
2007, produzido pelo casal Branco, com 100% da casta castelão,<br />
a mais tradicional da região. apresentou um nariz com leve<br />
aroma de fermento e uma boca razoavelmente cremosa. o vinho<br />
não é nada ruim, mas em minha opinião não vale o preço pedido<br />
de <strong>R$</strong> <strong>90</strong>.<br />
na abravinis, a Interfood dedicou boa parte de sua mostra<br />
às borbulhantes, trazendo nada menos que 22 exemplares, nem<br />
todos, porém, para degustação. Entre os degustados, cabe-nos<br />
comentar o prosecco di Valdobbiadene anella andreani, com uma<br />
cremosidade média em boca, mas com ótima acidez, bastante própria<br />
à gastronomia e por um preço atraente de <strong>R$</strong> 63,<strong>90</strong>. E ainda a<br />
cava anna de codorniu, por <strong>R$</strong> 78,<strong>90</strong>, com boa cremosidade e um<br />
nariz um tanto fechado, prestando-se mais ao “voo solo”.<br />
a melhor surpresa, não só da feira como assumindo o posto<br />
da minha grande dica de fim de ano, mais uma vez veio da península,<br />
com sua cava Juvé y camps Rosado, que, mais do que<br />
os <strong>90</strong> pontos de Robert parker, apresentou uma boca com cremosidade<br />
digna dos bons champanhes, com nariz de frutas silvestres<br />
e toque floral e boca maravilhosa. para resumir, eu comprei<br />
12 garrafas ao ótimo preço promocional de <strong>R$</strong> 98.<br />
Boas festas e um brinde a todos!