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tipologias textuais e a produção de textos na escola - PUC Minas

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se-ia pelas condições <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento que essa tipologia apresenta no contexto da ação <strong>escola</strong>r: os<br />

critérios que a estabelecem, a forma como se organiza, a sua in<strong>de</strong>pendência em relação à <strong>produção</strong><br />

escrita produzida historicamente pela socieda<strong>de</strong>, a forma e os meios utilizados para difundi-la no interior<br />

das práticas <strong>escola</strong>res.<br />

Posto isso, passemos à exposição <strong>de</strong> como, <strong>na</strong> nossa prática <strong>de</strong><br />

professora <strong>de</strong> Português, a tipologia textual <strong>escola</strong>r se configurava no interior da <strong>escola</strong>, os tipos <strong>de</strong><br />

texto que a compunham, como a <strong>escola</strong> os abordava e como era nela difundida.<br />

O processo <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong>ssa tipologia se atualizava <strong>na</strong> dinâmica <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> 1º Grau expressos <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> livros didáticos, <strong>de</strong> manuais <strong>de</strong><br />

redação, <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> curso (produzidos pela <strong>escola</strong> e/ou pelos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong><br />

secretarias municipais e/ou estaduais), <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> ensino (instruções oficiais ema<strong>na</strong>das da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais) 4 .<br />

De modo geral, a proposta que esses materiais didáticos apresentavam<br />

à <strong>escola</strong> para as práticas com <strong>textos</strong> circunscrevia-se num quadro tipológico que incluía ape<strong>na</strong>s três<br />

tipos <strong>de</strong> texto: o texto <strong>na</strong>rrativo, o texto <strong>de</strong>scritivo e o texto dissertativo, propostos nessa or<strong>de</strong>m<br />

hierárquica.<br />

Um exemplo que permite precisar tal quadro tipológico é uma passagem<br />

do Programa <strong>de</strong> Língua Portuguesa e Literatura, 1º e 2º Graus <strong>de</strong> 19875 , que recomenda:<br />

“Outro dado a ser observado é o tipo <strong>de</strong> texto que se preten<strong>de</strong><br />

construir. Sugerimos que se parta dos discursos <strong>na</strong>rrativo e <strong>de</strong>scritivo<br />

para o dissertativo, obe<strong>de</strong>cendo-se ao <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo do<br />

aluno, que vai do concreto para o abstrato. O aluno da 1ª à 4ª série<br />

será levado a <strong>na</strong>rrar histórias ligadas ao seu quotidiano, enquanto, a<br />

partir da 5ª série, po<strong>de</strong>rá construir <strong>textos</strong> posicio<strong>na</strong>ndo-se diante dos<br />

fatos <strong>na</strong>rrados, emitindo opiniões, etc. Já no 2º Grau, ele dissertará<br />

sobre assuntos diversos que o envolvam, que lhe interessem”.(p.15)<br />

4 As instruções oficiais que se encontravam em vigor, <strong>na</strong> ocasião da pesquisa, eram o Programa <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> 1º Grau:<br />

Comunicação e Expressão, 1973 e o Programa <strong>de</strong> Língua Portuguesa e Literatura , 1º e 2º Graus , 1987. Quanto aos livros<br />

didáticos e manuais <strong>de</strong> redação, pois, sem correr o risco <strong>de</strong> exagerar, diríamos que a maioria <strong>de</strong>ssses materiais didáticos<br />

que circula <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s apresenta uma proposta <strong>de</strong> tipologia textual muito semelhante.<br />

5 Vale ressaltar aqui que, embora esse programa <strong>de</strong> ensino recomen<strong>de</strong> que os tipos <strong>textuais</strong>, para a apropriação dos<br />

alunos, em condições <strong>escola</strong>res, sigam uma or<strong>de</strong>m hierárquica, ao longo do processo <strong>de</strong> <strong>escola</strong>rização, tal instrução oficial<br />

representa um divisor <strong>de</strong> águas entre as propostas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Português que se voltavam para uma prática fundada nos<br />

pressupostos da gramática tradicio<strong>na</strong>l. Os fundamentos que norteiam esse programa para propor as práticas <strong>de</strong> ensino da<br />

língua mater<strong>na</strong> são aqueles que se enquadram <strong>na</strong> concepção <strong>de</strong> língua enquanto interação, enquanto ativida<strong>de</strong> constitutiva<br />

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