tipologias textuais e a produção de textos na escola - PUC Minas

Essas relações intercambiáveis de tipos são operações discursivas, que
se articulam no interior de um dado tipo ou em toda a sua constituição, agenciadas, na interação, pelo
locutor, com o fim de provocar no interlocutor um efeito de sentido desejado.
Para finalizar, poder-se-ia dizer que, no domínio discursivo, na
construção de um dado texto, os tipos se definem como modo de ação que se faz com e sobre a
linguagem, pela relação de dominância de um modo enunciativo sobre outro.
A dominância de um modo enunciativo evidencia-se, como assinalamos,
na correlação estreita entre marcas e propriedades agenciadas pelo locutor para satisfazer a sua
intenção comunicativa numa dada situação discursiva. Ao fazer uma opção por um modo enunciativo -
por um tipo, isso não significa que, estrategicamente, o locutor não possa lançar mão de outros para
criar certos efeitos de sentido. Tal possibilidade não implica a descaracterização dos fatores (marcas e
propriedades) que especificam o modo enunciativo escolhido.
Como última observação, os modos enunciativos (tipos), como produto
de um funcionamento discursivo, refletem as práticas discursivas construídas social, histórica e
culturalmente na sociedade.
2.2 - Tipologia
As tipologias do texto e do discurso elaboradas nas duas últimas
décadas refletem, de modo geral, a trajetória dos estudos sobre texto e discurso desenvolvidos no
campo dos estudos da linguagem.
Seguindo o desenvolvimento do pensamento lingüístico, há espécies
diferentes de tipologias, cujos critérios para a tipificação de texto e discurso derivam de diferentes
teorias da linguagem: da Sociolingüística, da Retórica, da Pragmática, da Teoria da Enunciação, da
Teoria do texto, etc.
Diante do grande número de trabalhos que se têm ocupado com a
problemática da classificação de texto e discurso, não há como não reconhecer a necessidade das
tipologias.
Entretanto, embora se perceba a importância dos estudos tipológicos
sobre texto e discurso, MAINGUENEAU (1989), ISENBERG (1987), KOCH & FÁVERO (1987),
PETITJEAN(1989) afirmam que as múltiplas possibilidades de se considerar os tipos de texto e/ou de
discurso acabam por criar uma complexidade tipológica, revelando, de certo modo, uma carência de
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