tipologias textuais e a produção de textos na escola - PUC Minas

dizia, “era hora de trabalhar” . Os alunos, de imediato, ora em silêncio, ora conversando com o colega à
meia voz , cumpriam o seu pedido, aguardando a proposta de produção de texto que seria feita pelo
professor. Conforme o que era proposto, alguns reclamavam, sugerindo outros temas, ou forma de
produção textual, como, por exemplo, a confecção de pequenos livros.
Por fim, a turma 801, 8ªsérie, era composta por 43 alunos, apresentando
um número de alunos do sexo feminino e masculino equilibrado. A idade desses alunos variava entre 14
e 18 anos. A maioria dos alunos também trabalhava, exercendo profissões semelhantes às dos alunos
da 606. Quanto ao uniforme, todos possuíam uma blusa, em cujas costas encontrava-se impresso um
pequeno texto com todos os nomes dos colegas, professor da série e em destaque a frase: “Formandos
da 8ª série de 1993”. O material escolar da disciplina - caderno, livro didático, às vezes, dicionário -
estava sempre organizado sobre as carteiras. Estas eram colocadas simetricamente uma atrás da
outra. Os alunos aguardavam a professora sentados e em pleno silêncio. Raramente se ouvia um
sussurro, raramente os alunos se voltavam para o colega de trás. A professora, ao chegar à sala,
cumprimentava-os de forma fria, impessoal, pedia-lhes que tirassem uma folha em branco, propunha o
tema ou título da redação, escrevendo-o no quadro, fazia um rápido comentário e solicitava a escrita do
texto. A maioria cumpria a tarefa silenciosamente, uns ensaiavam uma reclamação, outros
manifestavam uma certa resistência à proposta, mas, de imediato, tudo voltava àquele silêncio que
chegava a ser inquietador.
5 - Caracterização dos professores
5.1 - Professora da 204 - a quem doravante chamaremos H.
H. aparenta uns quarenta anos, é alegre e simpática. Trabalhava na
escola há mais de 20 anos, durante os quais exerceu as funções de secretária e vice-diretora. Há pouco
tempo retornou à sala de aula. Chegava sempre atrasada à escola e entrava em sala um pouco
ofegante. No início das aulas, orava com os alunos, de mãos postas e olhos fechados, finalizando esse
momento com invocações para que as aulas daquele dia transcorressem bem. Falava quase todo o
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