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tipologias textuais e a produção de textos na escola - PUC Minas

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concordâncias em <strong>de</strong>suso. E, <strong>de</strong> vítima, estes autores<br />

transformam-se em algozes: castigam os professores e alunos,<br />

fazendo-os <strong>de</strong>ter-se em normas intricadíssimas e <strong>de</strong><br />

aplicabilida<strong>de</strong> bastante discutível.(p:56)<br />

Em outra passagem, afirma:<br />

“Parece que se acredita que , por uma <strong>de</strong> espécie <strong>de</strong> contágio<br />

milagroso , o aluno que lê um bom texto está automaticamente<br />

apto a produzir um texto igualmente bom. Po<strong>de</strong> ser, mas há<br />

quem duvi<strong>de</strong>. A relação entre o ler e o escrever talvez seja mais<br />

forte do que o julgam os a<strong>de</strong>ptos da teoria da criativida<strong>de</strong> e mais<br />

tênue do que o acreditam os discípulos da “formação do estilo<br />

pela imitação dos bons autores.”(p.59-60)<br />

O papel que <strong>de</strong>sempenha a tipologia textual <strong>escola</strong>r <strong>de</strong> fazer valer o<br />

cumprimento das exigências <strong>de</strong> uma tradição lingüística mediante a adoção <strong>de</strong> <strong>textos</strong> literários, <strong>na</strong><br />

verda<strong>de</strong>, não é muito diferente daquele em que se fundaram as práticas <strong>de</strong> ensino do idioma pátrio ao<br />

tempo do Império.<br />

Naquela época, as seletas (ou antologias para uso <strong>escola</strong>r) reuniam<br />

<strong>textos</strong> dos autores mais representativos do campo da literatura - no início, predomi<strong>na</strong>vam os<br />

portugueses, mais tar<strong>de</strong>, portugueses e brasileiros e, fi<strong>na</strong>lmente, brasileiros em sua maioria - para<br />

servirem aos exercícios <strong>de</strong> leitura e redação (Cf.PEFROMM,1974).<br />

Hoje, entretanto, apesar <strong>de</strong> toda sofisticação gráfica (tipográfica,<br />

iconográfica) proporcio<strong>na</strong>da pela tecnologia da imprensa, apesar <strong>de</strong> toda a diversificação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

e exercícios para análise dos fenômenos lingüísticos, apesar <strong>de</strong> uma introdução tímida <strong>de</strong> <strong>textos</strong> dos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa, ainda perdura a primazia dos <strong>textos</strong> pertencentes aos gêneros do<br />

discurso literário.<br />

Mudaram-se os autores (é raro, atualmente, nos <strong>de</strong>pararmos com a<br />

presença do trio Vieira, Rui e Eucli<strong>de</strong>s)(LAJOLO,1993), mas persiste a primazia do literário, tendo-se<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong>slocado a autorida<strong>de</strong> dos clássicos para a dos contemporâneos (Fer<strong>na</strong>ndo Sabino, Rubem<br />

Braga e Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>).<br />

Nessa perspectiva, ao que parece, a <strong>escola</strong> espera que o aluno (talvez<br />

por um contágio milagroso), pela via da leitura <strong>de</strong>sses <strong>textos</strong>-mo<strong>de</strong>lo, incorporasse, em suas redações,<br />

a estrutura global típica dos tipos <strong>de</strong> texto por ela proposto por meio da tipologia, e incorporasse<br />

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