empresas - Brasil Econômico
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DE SÃO PAULO<br />
Antonio Milena<br />
Cerca de 2,5 milhões de<br />
paulistanos ficaram sem<br />
energia elétrica, na tarde<br />
de ontem, após falha<br />
de um transformador da<br />
subestação Bandeirantes,<br />
localizada na Zona Sul<br />
de São Paulo. O problema<br />
durou quase 30 minutos.<br />
A Companhia de<br />
Transmissão e Energia<br />
Elétrica Paulista (Cteep)<br />
responsável pela<br />
transmissão de energia<br />
na cidade — diz que<br />
o sistema de segurança<br />
acabou desligando<br />
automaticamente<br />
os outros dois<br />
transformadores da<br />
unidade. Segundo o<br />
Operador Nacional do<br />
Sistema Elétrico (ONS),<br />
a falha teve início<br />
às 15h11 e a energia foi<br />
restabelecida às 15h34.<br />
Entre as regiões<br />
atingidas estavam<br />
a da Avenida Paulista,<br />
Pinheiros, Perdizes, Vila<br />
Leopoldina, Vila Mariana,<br />
Vila Olímpia, Brooklin,<br />
Jabaquara, Moema<br />
e Ibirapuera. O aeroporto<br />
de Congonhas, na Zona<br />
Sul, também registrou<br />
falta de energia, mas<br />
as operações de pouso<br />
e decolagem não foram<br />
prejudicadas porque<br />
o terminal tem gerador.<br />
José Aníbal, secretário<br />
estadual de energia,<br />
marcou para hoje uma<br />
reunião com a direção<br />
da Cteep, representantes<br />
do Operador Nacional<br />
do Sistema (ONS) e<br />
da Aneel para descobrir<br />
as causas do problema<br />
e tomar as medidas<br />
cabíveis. Segundo<br />
Aníbal, a empresa<br />
pode ser multada.<br />
Weruska Goeking<br />
Com recursos, multas caem em 40% em 2010<br />
Após avaliar recursos, a diretoria<br />
da Agência Nacional de Energia<br />
Elétrica (Aneel) — última instância<br />
para <strong>empresas</strong> recorrerem de<br />
multas, reduziu as penalidades<br />
de 2010 em 40,9%.<br />
A Superintendência de Fiscalização<br />
de Serviços de Eletricidade<br />
da Aneel (SFE) imputou sobre<br />
as transmissoras 39 multas<br />
que somaram R$ 85,2 milhões<br />
no ano passado. Após as<br />
<strong>empresas</strong> recorrerem à própria<br />
SFE, o valor caiu para R$ 71,3<br />
milhões. Na última instância,<br />
o total recuou para R$ 50,3<br />
milhões, incluindo a multa<br />
de ontem aplicada a Furnas —<br />
que sozinha foi penalizada<br />
em R$ 43,3 milhões. Em 2009,<br />
foram aplicadas 45 multas<br />
que somaram R$ 12 milhões.<br />
Após os recursos, elas baixaram<br />
para R$ 10,8 milhões na<br />
segunda instância e para<br />
R$ 10,4 milhões na última, uma<br />
queda de 13,9%. Em 2008, entre<br />
a primeira e a última instância,<br />
os valores caíram 7,16%.<br />
Em 2007, 31,17%; em 2005 e 2006,<br />
se mantiveram iguais. A maior<br />
redução foi em 2004: de 76,9%. J.R.<br />
ENTREVISTA CÉSAR DE BARROS PINTO Diretor executivo da Abrate<br />
Com menor custo na produção<br />
de equipamentos, asiáticos<br />
terão tarifas mais competitivas<br />
Priscila Machado<br />
pmachado@brasileconomico.com.br<br />
Como diretor da Associação <strong>Brasil</strong>eira<br />
das Grandes Empresas de<br />
Transmissão de Energia Elétrica<br />
(Abrate), Cesar de Barros Pinto<br />
prevê um novo cenário para o<br />
segmento com a entrada de grupos<br />
chineses, que compraram<br />
recentemente sete <strong>empresas</strong><br />
brasileiras. Por terem menor<br />
custo de produção de equipamentos,<br />
esses concorrentes terão<br />
tarifas mais competitivas.<br />
O mercado de <strong>empresas</strong><br />
que atuam em transmissão no<br />
<strong>Brasil</strong> está aquecido. Como<br />
a Abrate observa o interesse<br />
dos chineses pelo segmento?<br />
Os chineses compraram, de<br />
uma só vez, sete <strong>empresas</strong>, isso<br />
por si só irá provocar um rearranjo<br />
no segmento. Eles são<br />
enormes, insaciáveis e trabalham<br />
com custos baixos em todas<br />
as áreas. Poderão fazer disjuntores<br />
e outros equipamentos<br />
a custos muito mais baixos e<br />
oferecer uma tarifa menor.<br />
Eles são, tradicionalmente,<br />
compradores de commodities,<br />
de produtos que podem ser<br />
transportados para a China.<br />
Por que eles estão comprando<br />
ativos na área de energia?<br />
Eles podem estar interessados<br />
nestes ativos para ter garantida<br />
disponibilidade de energia<br />
aqui, para a fabricação de outros<br />
produtos. Eles irão levar<br />
essa energia para a China embutida<br />
nos produtores que poderão<br />
fabricar aqui. Quando se<br />
exporta alumínio, por exemplo,<br />
exporta-se também a energia<br />
usada no processo.<br />
Eoquetemmotivadoasaída<br />
dos espanhóis do segmento?<br />
Os espanhóis entraram firme no<br />
começo dos leilões, depois recuaram<br />
com a crise financeira mundial,<br />
que fez secar as principais<br />
fontes de subsídio na Espanha.<br />
Eles deixaram de ser tão competitivos<br />
nos leilões e outras <strong>empresas</strong><br />
passaram a concorrer. Muitos<br />
também são apenas investidores e<br />
atuam apenas nos primeiros cinco<br />
anos. Depois que o dinheiro<br />
para de girar e entra na rotina de<br />
operação e manutenção, o negócio<br />
deixa de ser tão atrativo.<br />
Apesar de se tratar de um<br />
mercado aquecido, ainda<br />
há uma série de gargalos.<br />
Quais são os principais<br />
problemas enfrentados<br />
hoje pelas transmissoras?<br />
Quarta-feira, 9 de fevereiro, 2011 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 7<br />
Chineses irão mudar<br />
área de transmissão<br />
Barros Pinto:<br />
“custos que<br />
Aneel usa como<br />
referência são<br />
inadequados“<br />
“Em março, vamos<br />
entrar na Justiça<br />
contra a metodologia<br />
usada na revisão<br />
tarifária. Vamos<br />
questionar o custo<br />
médio do capital<br />
e as comparações<br />
de eficiência entre<br />
as companhias<br />
A movimentação mais forte dos<br />
chineses na área de transmissão<br />
no <strong>Brasil</strong> se deu por meio da<br />
State Grid Corporation of China<br />
que adquiriu sete concessionárias<br />
de quatro acionistas espanhóis:<br />
Cobra, Elecnor, Isolux e<br />
Abengoa, por R$ 3,1 bilhões.<br />
A saída dos espanhóis do<br />
segmento se acentuou nos<br />
últimos dias. A Companhia de<br />
Transmissão de Energia Elétrica<br />
Divulgação<br />
Novas dificuldades estão surgindo,<br />
como a limpeza nas faixas<br />
de linhas de transmissão.<br />
Não pode ter qualquer construção<br />
ou árvores próximas à linha,<br />
mas para fazermos os reparos<br />
é necessário uma licença<br />
para supressão de vegetação<br />
quedemoraachegar.Quando<br />
desligamos um equipamento<br />
para reparo, pagamos até 10<br />
vezes a receita do período.<br />
Muitas vezes, quando pedimos<br />
o desligamento, o Operador<br />
Nacional do Sistema (ONS) não<br />
autoriza para não correr o risco<br />
de cair o fornecimento.<br />
Esses problemas têm<br />
dificultado a manutenção<br />
do sistema?<br />
Sim. A manutenção é cara e os<br />
custos que Aneel [Agência Nacional<br />
de Energia Elétrica] usa<br />
como referência são inadequados.<br />
Em março, vamos entrar na<br />
Justiça contra a metodologia<br />
usada na revisão tarifária. Vamos<br />
questionar o custo médio<br />
do capital e as comparações de<br />
eficiência entre as companhias.<br />
Entre as <strong>empresas</strong> pode ter discrepâncias<br />
que a Aneel costuma<br />
usar maliciosamente. ■<br />
Chineses compram sete <strong>empresas</strong> de uma vez<br />
Paulista (Cteep) exerceu seu<br />
direitodepreferêncianacompra<br />
da Interligação Elétrica de<br />
Minas Gerais (IEMG), na parte<br />
que pertencia à Cymi Holding.<br />
A Eletrosul investiu R$ 163,8<br />
milhões no aumento da sua<br />
participação acionária nas<br />
<strong>empresas</strong> Uirapuru e Artemis.<br />
O controle acionário de ambas<br />
as companhias até então era<br />
também da espanhola Cymi. P.M.