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A Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Pardo

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A DDM <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong><br />

condizentes <strong>de</strong> intervenção <strong>da</strong> polícia, como o caso relata<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> uma briga entre vizinhas por causa <strong>de</strong> um galo que<br />

cantava <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong>. Muitas mulheres iriam à DDM para<br />

<strong>de</strong>sabafar, contar suas histórias, sem querer registrar<br />

ocorrência. Também seria gran<strong>de</strong> o número <strong>da</strong>quelas que<br />

recorrem à DDM para buscar orientação ou para ameaçar os<br />

parceiros agressores. A escrivã diz que to<strong>do</strong>s esses casos são<br />

atendi<strong>do</strong>s.<br />

Em seu <strong>de</strong>poimento, a agente aponta três tipos <strong>de</strong><br />

mulheres: as <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong>s, que vão até o fim com os processos<br />

contra agressores; as que recorrem apenas ocasionalmente à<br />

DDM, pois são agredi<strong>da</strong>s em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> circunstâncias raras<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contexto <strong>do</strong>méstico; e as recorrentes, que sempre<br />

são agredi<strong>da</strong>s, mas nunca levam sua queixa contra os<br />

parceiros até o fim. Nesta última categoria, a escrivã cita o<br />

caso <strong>de</strong> uma mulher que chegou a fazer mais <strong>de</strong> 10<br />

inquéritos policiais contra o mari<strong>do</strong> agressor, sem levar<br />

adiante nenhum <strong>de</strong>les por <strong>de</strong>cidir “<strong>da</strong>r mais uma chance<br />

para o mari<strong>do</strong>”, mesmo que, muitas vezes, ele a expulsasse<br />

<strong>de</strong> casa com os filhos. O problema foi resolvidO com a<br />

separação <strong>do</strong> casal, cujo filho, Laércio Jr., seria acusa<strong>do</strong>,<br />

anos <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong> agredir sua jovem esposa. Repreendi<strong>do</strong> pela<br />

escrivã, que mencionara o sofrimento <strong>de</strong> sua família com as<br />

agressões perpetra<strong>da</strong>s pelo pai, Laércio Jr. teria chora<strong>do</strong><br />

"como criança" e nunca mais volta<strong>do</strong> a agredir sua esposa.<br />

A escrivã diz que muitos homens se sentem<br />

intimi<strong>da</strong><strong>do</strong>s por comparecerem à DDM e alguns choram ao<br />

serem repreendi<strong>do</strong>s. Assim, parte <strong>da</strong>s mulheres quer apenas<br />

que os parceiros agressores passem por esse<br />

constrangimento. Uma <strong>da</strong>s funções mais corriqueiras <strong>da</strong><br />

DDM seria, portanto, a <strong>de</strong> "jogar uma água benta" nesses<br />

casos <strong>de</strong> conflito, bem como nos casos <strong>de</strong> injúria, que<br />

geralmente não chegam a ser julga<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> questiona<strong>da</strong> se esse tipo <strong>de</strong> atendimento era<br />

tão comum na periferia <strong>de</strong> <strong>São</strong> Paulo quanto em <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong>, ela revelou que as pessoas também procuram a<br />

<strong>de</strong>legacia para fazer queixas <strong>de</strong> conflitos corriqueiros como<br />

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