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A Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Pardo

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A DDM <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong><br />

vez, ali perto, sobre o rio Par<strong>do</strong>, a sua gran<strong>de</strong> obra: a<br />

ponte reconstruí<strong>da</strong> e recém-inaugura<strong>da</strong>. Olhava o seu<br />

escritório tosco <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> zinco, sombrea<strong>do</strong> pela<br />

enorme paineira, on<strong>de</strong> passara a maior parte <strong>do</strong>s dias,<br />

<strong>do</strong>s três anos vivi<strong>do</strong>s em <strong>São</strong> <strong>José</strong>. Um disfarça<strong>do</strong><br />

orgulho se confundiu com a tristeza <strong>de</strong> aban<strong>do</strong>nar o<br />

recanto abençoa<strong>do</strong>, que lhe <strong>de</strong>ra paz para escrever. O<br />

trem apitou novamente, movimentan<strong>do</strong>-se,<br />

acompanhan<strong>do</strong> o correr <strong>do</strong> rio que acalentara e<br />

apaziguara o irrequieto e genioso gênio. Na sua<br />

bagagem estavam centenas <strong>de</strong> papéis manuscritos:<br />

um enorme calhamaço: um livro concluí<strong>do</strong> no pátio<br />

<strong>de</strong> obras à beira-rio, que absorvera to<strong>da</strong>s as horas<br />

livres <strong>do</strong> engenheiro. Recosta<strong>do</strong> na poltrona, absorto,<br />

preocupava-se. Precisaria <strong>de</strong> um editor para o livro.<br />

Temia a não aceitação <strong>da</strong>quele tema brasileiro, cuja<br />

movimentação se passara nos <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s sertões<br />

<strong>da</strong> Bahia, tão longe <strong>do</strong> europeiza<strong>do</strong> litoral.<br />

Encontraria ele um editor? Se não encontrasse apoio e<br />

interesse, ele publicaria seu livro em capítulos, num<br />

jornal: seria mais um folhetim. O trem distanciava-se<br />

<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong>, levan<strong>do</strong> o homem <strong>de</strong> poucas palavras e<br />

poucos amigos: o pobre e <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> Dr. Eucli<strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> Cunha. Mas o calhamaço manuscrito, na bagagem,<br />

o levaria à glória e à imortali<strong>da</strong><strong>de</strong>. (...) Em novembro<br />

ou <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1902, o seu livro foi lança<strong>do</strong>.<br />

Aceitação. Sucesso <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> e crítica. (...) Uma coroa<br />

<strong>de</strong> fama, <strong>de</strong> glória, <strong>de</strong> imortali<strong>da</strong><strong>de</strong> coroou o escritor e<br />

a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>zinha <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong>, que se<br />

projetaram no mun<strong>do</strong>. (...) Do <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, em 1908,<br />

cansa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s an<strong>da</strong>nças sem fim e <strong>da</strong> agitação <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, almejou, novamente, o calor <strong>do</strong> lar e<br />

<strong>da</strong> paz. Escreveu a Escobar: “(...) Digo-te mais: a<br />

minha maior aspiração seria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> uma vez este<br />

meio <strong>de</strong>plorável, com suas aveni<strong>da</strong>s, os seus<br />

automóveis, os seus smarts, as suas fantasmagorias <strong>de</strong><br />

civilização pestea<strong>da</strong>. Como é difícil estu<strong>da</strong>r-se e<br />

pensar-se aqui!... Que sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> meu escritório <strong>de</strong><br />

folhas <strong>de</strong> zinco e sarrafos <strong>da</strong> margem <strong>do</strong> rio Par<strong>do</strong>!<br />

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