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A Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Pardo

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A DDM <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong><br />

esse recurso é ocasional, diferente <strong>da</strong>s mulheres <strong>da</strong>s classes<br />

populares que, na sua maioria, alegavam já terem esta<strong>do</strong> na<br />

DDM anteriormente, uma vez que meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s entrevista<strong>da</strong>s<br />

já haviam procura<strong>do</strong> a instituição anteriormente e to<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>clararam terem si<strong>do</strong> bem atendi<strong>da</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>da</strong>s para que serve a DDM, os relatos<br />

apontam que muitas mulheres entrevista<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificam a DDM, prioritariamente, com a solução <strong>de</strong><br />

problemas conjugais, sen<strong>do</strong> que também foram recorrentes<br />

respostas como “para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as mulheres”. Algumas<br />

respostas foram mais abrangentes: “para muita coisa..., para<br />

tu<strong>do</strong>, <strong>da</strong>r um conselho, às vezes traz entendimento a um<br />

casal que quer se separar”. Uma entrevista<strong>da</strong> alegou que, se<br />

a DDM serve para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> algumas mulheres, para<br />

outras, a <strong>de</strong>legacia serviria como um local para “ficar<br />

arruman<strong>do</strong> confusão”. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> procurar a <strong>de</strong>legacia <strong>da</strong><br />

mulher, em muitos casos, se <strong>de</strong>ve à sugestão <strong>de</strong> parentes, e<br />

três mulheres tinham como intento registrar uma ocorrência<br />

antes <strong>de</strong> se separarem. Entre as poucas sugestões para<br />

melhorar o atendimento <strong>da</strong> DDM, algumas respostas<br />

apontam para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agilizar as providências e<br />

pesquisar mais antes <strong>de</strong> indiciar os acusa<strong>do</strong>s, para não<br />

“sujar o nome” <strong>da</strong>s pessoas injustamente.<br />

5. Discussão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

É interessante notar o contraste entre a explicação<br />

oficial <strong>do</strong>s motivos que levaram à criação <strong>da</strong> DDM – o<br />

constrangimento <strong>da</strong>s mulheres ao <strong>de</strong>porem em <strong>de</strong>legacias<br />

convencionais, on<strong>de</strong> os agentes seriam homens,<br />

principalmente em caso <strong>de</strong> crimes sexuais – e os outros<br />

motivos mais concretos cita<strong>do</strong>s pelos agentes. Essa<br />

constante oscilação entre uma explicação ou uma<br />

caracterização oficial conferi<strong>da</strong>s à DDM e suas<br />

características reais, muitas vezes diversas às <strong>de</strong>sse discurso,<br />

marca claramente a existência e o funcionamento <strong>da</strong>s<br />

DDMs; no caso <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>José</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Par<strong>do</strong> esse contraste é<br />

explícito. As características, atribuições e procedimentos<br />

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