Educação musical e psicomotricidade
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e desprazer. O juízo de gosto não é, pois, nenhum juízo de conhecimento, por<br />
conseguinte não é lógico e sim estético, pelo qual se entende aquilo cujo<br />
fundamento de determinação não pode ser senão subjetivo. Toda referência das<br />
representações, mesmo a das sensações, pode, porém, ser objetiva (e ela significa<br />
então o real de uma representação empírica); somente não pode sê-lo a referência<br />
ao sentimento de prazer e desprazer, pelo qual é designado absolutamente nada no<br />
objeto, mas no qual o sujeito sente-se a si próprio do modo como ele é afetado pela<br />
sensação (Kant, 2005, p.48).<br />
É importante perceber no texto de Kant, que este sentimento de prazer e desprazer<br />
destituído de conhecimento e lógica são percebidos de maneira subjetiva, em conformidade<br />
a fim, é como se simplesmente não fosse possível não sentir. Parte da intuição de que tal<br />
sentimento se faz necessário e é universal, simplesmente acontece, e que prescinde do<br />
conhecimento por não haver leis que possam se aplicadas a ele, isto é não há certo ou<br />
errado. E Kant também acrescenta que o juízo estético é o ponto de partida para o<br />
conhecimento:<br />
Um juízo de experiência singular (...) acontece com aquele que sente prazer na<br />
simples reflexão sobre a forma de um objeto sem considerar um conceito, ao exigir<br />
o acordo universal, ainda que este juízo seja empírico e singular. A razão é que o<br />
fundamento para este prazer se encontra na condição universal, ainda que subjetiva,<br />
dos juízos reflexivos, na concordância conforme fins de um objeto (seja produto da<br />
natureza ou da arte) com a relação das faculdades do conhecimento entre si, as<br />
quais são exigidas para todo o conhecimento empírico (da faculdade da imaginação<br />
e do entendimento) (Kant, 2005, p. 35).<br />
Seja por meio da filosofia ou da psicologia, podemos dizer que há um consenso<br />
quanto ao fato do processo de aprendizagem (ou construção do conhecimento) depender da<br />
sensibilidade, da imaginação e da afetividade enquanto busca do prazer. Considerando o<br />
prazer tanto no sentido de agradável como no sentido de satisfação ou realização<br />
necessária. Por meio da sensibilidade estética a criança, já desde bebê, desfruta dos<br />
sentimentos de prazer e desprazer que a despertam para a busca do conhecimento. É<br />
possível perceber no bebê, por exemplo, a preferência por determinados brinquedos.<br />
Alguns objetos lhe interessam outros não. Alguns sons lhe chamam a atenção outros não.<br />
Algumas músicas o agradam outras não. O que faz com que o bebê busque algo de novo<br />
para experimentar? A criança que não é sensibilizada por algo não experimenta novas<br />
sensações. Sem esta sensibilidade a criança não é seduzida e conseqüentemente não busca<br />
conhecer. Mas a criança depende dessa sensibilidade entendida como estética, por que vem<br />
através dos sentidos, e que se transforma em ação, ou na busca da experiência. A<br />
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