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CULTURAL. - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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Página 2<br />

Mudar a Face <strong>de</strong> Teatro<br />

"A satisfação plena das aspirações<br />

das massas é um dos mitos mais per-<br />

sistentes do nosso tempo. Os caminhos<br />

que as diversas socieda<strong>de</strong>s percorrem<br />

em busca <strong>de</strong>ste objetivo, diferem <strong>de</strong> ma-<br />

neira fundamental. Os filósofos sociais<br />

continuam suas pesquisas, os futurólo-<br />

gos, profetas armados <strong>de</strong> réguas <strong>de</strong> cál-<br />

culo, que confun<strong>de</strong>m a audácia das suas<br />

extrapolações com a ciência exata, pin-<br />

tam o quadro das socieda<strong>de</strong>s futuras em<br />

cores fortes, alegres ou sombrias.<br />

O <strong>de</strong>nominador comum, o objetivo<br />

máximo, é a aberturo da socieda<strong>de</strong> para<br />

todos, a distribuição justa dos benefícios,<br />

a preocupação com o bem comum, a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> pôr tudo a serviço da socie-<br />

da<strong>de</strong>.<br />

Assim é, ou <strong>de</strong>veria ser, e as socie-<br />

da<strong>de</strong>s Industrializadas percorreram um<br />

bom pedaço <strong>de</strong> caminho ao encontro <strong>de</strong>s-<br />

tes objetivos. Nas socieda<strong>de</strong>s sub<strong>de</strong>sen-<br />

volvidas, este processo é mais lento,<br />

mas, em resumo, para on<strong>de</strong> sempre olha-<br />

mos, o século das massas está chegan-<br />

do, com seu cortejo <strong>de</strong> mudanças, com<br />

sua lógica Intrínseca.<br />

A abertura da socieda<strong>de</strong> para as mas-<br />

sas populares, a incorporação do povo,<br />

como um todo no processo social, reali-<br />

za-se <strong>de</strong> maneira simultânea nos mais<br />

diversos campos. Não se trata apenas<br />

<strong>de</strong> uma redistribulção <strong>de</strong> rendas, <strong>de</strong><br />

acesso a escolas, a Instrução, a cargos;<br />

o caminho para uma socieda<strong>de</strong> realmen-<br />

te aberta tem exigências ainda mais<br />

amplas".<br />

Quem expõe estes pontos <strong>de</strong> vista<br />

é Otto Buchsbaum, ao explicar porque<br />

o teatro <strong>de</strong>ve Ir ao encontro do povo.<br />

Ele acha que nesta jornada em busco da<br />

socieda<strong>de</strong> aberta, também o teatro <strong>de</strong>-<br />

ve achar seu caminho <strong>de</strong> volta ao povo.<br />

Realmente, o teatro <strong>de</strong> hoje tornou-<br />

se privilégio <strong>de</strong> uma minoria. "Os efei-<br />

tos <strong>de</strong>sta situação são múltiplos. De<br />

um lado privou-se as camadas populares<br />

<strong>de</strong> um po<strong>de</strong>roso instrumento <strong>de</strong> comu-<br />

nicação cultural e <strong>de</strong> outro lado, o tea-<br />

tro ficou fechado no estreito círculo <strong>de</strong><br />

Interesse <strong>de</strong> uma camada privilegiada,<br />

cujo gosto e concepção afastam o teatro<br />

das realida<strong>de</strong>s sociais, numa alienação<br />

cada vez mais flagrante".<br />

Para modificar esta situação, "para<br />

mudar a face do teatro nacional", OTTO<br />

e FLORENCE BUCHSBAUM i<strong>de</strong>alizaram<br />

há mais <strong>de</strong> 7 anos o movimento "TEA-<br />

TRO AO ENCONTRO DO POVO".<br />

Teatro para o povo — significa teatro<br />

na praça pública, espetáculos ao ar li-<br />

vre, levados ao povo gratuitamente.<br />

Otto e Florence Buchsbaum não se per-<br />

<strong>de</strong>ram em consi<strong>de</strong>rações teóricas. Co-<br />

meçaram com a renovação teatral atra-<br />

vés da ação, percorrendo com o primeira<br />

grupo <strong>de</strong> teatro popular, fundado em<br />

1967, os morros e os bairros populares<br />

<strong>de</strong> Santos.<br />

A a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> outros grupos, em outras<br />

cida<strong>de</strong>s e outros estados, garantiu ao<br />

movimento uma rápida espansão. O<br />

novo teatro popular, em contato com o<br />

povo na rua foi moldando suas formas,<br />

achando seus caminhos.<br />

Assim, os grupos <strong>de</strong> teatro popular<br />

vão para a praça pública, não só fazer<br />

teatro, oferecer um espetáculo, mas tam-<br />

bém para apren<strong>de</strong>r, para junto ao povo<br />

encontrar os caminhos <strong>de</strong> uma nova co-<br />

municação.<br />

Florence afirma a respeito: "Um verda-<br />

<strong>de</strong>iro espetáculo popular precisa Ir ao<br />

TALES LIMA<br />

encontro das aspirações do povo. Não<br />

<strong>de</strong>ve tentar algo <strong>de</strong> cima para baixo, mas<br />

na base do respeito às tradições popu-<br />

lares, <strong>de</strong>ve-se procurar novos caminhos<br />

para uma comunicação mais Intensa. Na<br />

minha opinião um caminho bem válido<br />

para um espetáculo popular, é come-<br />

çar com uma balada, uma dança — para<br />

disso nascer a história. E esta história<br />

<strong>de</strong>ve <strong>de</strong> preferência falar sobre algo que<br />

<strong>de</strong> perto toca à assistência, discutir seus<br />

problemas, enriquecer sua vida. O tex-<br />

to <strong>de</strong> caráter popular necessita <strong>de</strong> uma<br />

encenação forte, direta, vibrante, sem<br />

sutilezas dispensáveis, sem subterfúgios,<br />

sem primarismo — além da coragem <strong>de</strong><br />

reduzir a montagem a sua essencialida-<br />

<strong>de</strong>".<br />

Otto e Florence Buchsbaum tem<br />

percorrido o Brasil fazendo conferên-<br />

cias a convite <strong>de</strong> Governos <strong>de</strong> Estado,<br />

Prefeitura, Universida<strong>de</strong>s, Diretórios Aca-<br />

dêmicos e outras instituições. Realizam<br />

ciclos <strong>de</strong> conferências sobre temas co-<br />

mo "História do Teatro Mundial", "Pano-<br />

rama do Teatro Mo<strong>de</strong>rna", "Drama e<br />

Povo" etc, sempre ilustradas por cenas<br />

<strong>de</strong> peça, para as quais treinam elemen-<br />

tos locais.<br />

Estas conferências tem contribuído<br />

para uma compreensão mais ampla do<br />

teatro em todas suas facetas e também<br />

tem sido um gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> expansão<br />

do movimento "TEATRO AO ENCONTRO<br />

00 POVO" através da fundação <strong>de</strong> no-<br />

vos grupos teatrais.<br />

Apela-se para uma colaboração mais<br />

intensa <strong>de</strong> todos. Quem quiser colabo-<br />

rar, po<strong>de</strong> tomar contato através <strong>de</strong>ste<br />

jornal.<br />

E vamos todos juntos — mudar a face<br />

do teatro nacional.<br />

Na Rua: A Confraternização<br />

A Confraternização Nacional do Tea-<br />

tro <strong>de</strong> Rua trouxe até agora apenas cinco<br />

grupos .representando os mais diversos<br />

Estados, para o Rio, mostrando aos su-<br />

búrbios cariocas, as mais diversas fa-<br />

cetas <strong>de</strong> teatro popular. Não consegui-<br />

mos dar a este congraçamento a am-<br />

plitu<strong>de</strong> que pretendíamos. Até agora só<br />

vieram grupos que montaram peças com<br />

poucas personagens, sendo com exce-<br />

ção <strong>de</strong> um, que recebeu apoio <strong>de</strong> enti-<br />

da<strong>de</strong>s locais, todos vieram por sua pró-<br />

pria conta, arcando com as <strong>de</strong>spesas<br />

<strong>de</strong> viagem. Muitos grupos que se tinham<br />

Inscrito, exatamente os <strong>de</strong> montagens<br />

mais ambiciosas e caravanas maiores,<br />

não pu<strong>de</strong>ram vir. Não encontraram o<br />

apoio local por parte <strong>de</strong> prefeituras, fa-<br />

culda<strong>de</strong>s e outras entida<strong>de</strong>s para custear<br />

as viagens.<br />

Os grupos que vieram trouxeram as<br />

suas experiências, a sua visão peculiar<br />

<strong>de</strong> como se <strong>de</strong>ve fazer teatro <strong>de</strong> rua.<br />

EXPEDIENTE:<br />

ABERTURA <strong>CULTURAL</strong><br />

Teatro ao Encontro do Povo<br />

Publicação mensal da<br />

ABERTURA <strong>CULTURAL</strong> EDITORA LTDA.<br />

Dos espetáculos apresentados um mere-<br />

ce um <strong>de</strong>staque especial, trata-se <strong>de</strong><br />

"Responda José!" apresentado pelo<br />

grupo "AÇÃO TEATRAL" <strong>de</strong> Belo Hori-<br />

zonte. A peça com duração <strong>de</strong> apenas<br />

12 minutos, com quatro atores em ação,<br />

discute o cotidiano e consegue alcan-<br />

çar uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dramática extraordi-<br />

nária, atingindo a assistência com um<br />

verda<strong>de</strong>iro Impacto. Todas as suas apre-<br />

sentações, sendo três seguidas em<br />

pontos diferentes da Zona Norte numa<br />

manhã <strong>de</strong> domingo, tiveram real sucesso<br />

e gran<strong>de</strong> participação do público. O<br />

ponto <strong>de</strong> vista do grupo é favorável a<br />

peças curtas, que alcançam no máximo<br />

meia hora. Eles consi<strong>de</strong>ram os espetá-<br />

culos longos, <strong>de</strong> às vezes até duas ho-<br />

ras, uma herança do teatro <strong>de</strong> palco.<br />

São pontos <strong>de</strong> vista que <strong>de</strong>vem ser le-<br />

vados em consi<strong>de</strong>ração.<br />

Rua Senador Dantas, 117 - Sala 511<br />

Tel.: 232-3285 — Rio — GB.<br />

Diretor responsável: ANDRÉ DELANO BUCHSBAUM<br />

Órgão do movimento TEATRO AO ENCONTRO DO POVO<br />

dirigido por OTTO e FLORENCE BUCHSBAUM<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, FEVEREIRO DE 1975 - Ano 1 - N? 4<br />

Correspondência para: CAIXA POSTAL 12.193 ZC-07 GB.<br />

Composto e impresso na Gráfica Castro Ltda.<br />

Rua Pedro Ernesto, 85 - Tel.: 243-8565<br />

Distribuído em todo território nacional pela<br />

SM — Distribuidora <strong>de</strong> Publicações Ltda.<br />

Av. Afonso <strong>de</strong> Taunay, 143 — Rio — GB.<br />

Também a ausência <strong>de</strong> tantos grupos<br />

que queriam vir precisa ser analisada.<br />

O fato <strong>de</strong> faltar na última hora o apoio<br />

local <strong>de</strong> Prefeitura e <strong>de</strong> outras organiza-<br />

ções, para <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> viagem que em<br />

muitos casos eram bem módicas, prova<br />

que falta ainda muita compreensão com<br />

relação à importância do teatro <strong>de</strong> rua<br />

e <strong>de</strong> seu papel <strong>de</strong> vanguarda na evolu-<br />

ção teatral. Houve naturalmente também<br />

faltas nossas. Deveríamos ter em todos<br />

casos <strong>de</strong> inscrição <strong>de</strong> grupos, ter man-<br />

dado um amplo material para as autori-<br />

da<strong>de</strong>s locais, quem sabe isso po<strong>de</strong>ria<br />

ter ajudado.<br />

A Confraternização ainda prossegue,<br />

<strong>de</strong>pois do Carnaval <strong>de</strong>verão vir ainda<br />

alguns grupos. No próximo número, já<br />

vamos po<strong>de</strong>r dar um balanço da Primeira<br />

Confraternização Nacional do Teatro <strong>de</strong><br />

Rua e vamos começar pensar na Segun-<br />

da, melhor organizada, aproveitando as<br />

experiências colhidas.<br />

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