MINISTRO EDUARDO ESPÍNOLA - STF

zeado como de índio. o olhar enérgico. altaneiro até; a
voz. entretanto. baixa. profunda. de inflexão suave. Sob
a púrpura. seria um Cardeal de Lorena; de armadura. um
Condestável de Montmorency ou um Guise. Ticiano não
desdenharia pintálo; Velasques. igualmente. A severi
dade do semblante e. até certo ponto. de toda a sua atitude
se coaduna bem com a extrema e natural cortesia com
que trata a quantos o procuram ou dele se acercam».
Contoume o Dr. Hugo Mosca. que trabalhou com ele. que
nunca o ouviu chamar ninguém de «você». ou fazer a mais leve
brincadeira. Sabia impor distância.
Em 1937. ano em que foi alçado à VicePresidência desta
Corte. o Instituto dos Advogados Brasileiros. em reconhecimento
aos seus méritos. lhe outorga o prêmio «Teixeira de Freitas». Ao
civilista insigne a medalha com o nome do mais insigne dos nossos
civilistas.
Ao aposentarse neste Tribunal. foi alvo das mais expressivas
homenagens. Orozimbo Nonato salientou que seu nome estava
colocado «na mesma chave dos maiores juristas nacionais de todos
os tempos». Hahnemann Guimarães. então ProcuradorGeral da
República. acentuou que era «sem dúvida, o maior civilista brasileiro»
e que. com Clóvis e Lacerda de Almeida. formava a «famosa
trindade» .
De quando assumiu o cargo de Ministro até 1938. publicou.
apenas. um livro - a quarta parte do tomo III do Manual do Código
Civil Brasileiro dirigido por Paulo de Lacerda. Entretanto.
de 1939 a 1944. sua bibliografia .aumenta extraordinariamente, com
os onze volumes do Traiado de Direito Civil Brasileiro. e os três
de A Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Comentada. São
duas obras de grande fôlego - a primeira. infelizmente. incompleta
-. e produzidas com a colaboração de um de seus filhos. Eduardo
Espínola Filho. magistrado do antigo Distrito Federal.
No prefácio desse Tratado. Espínola esclarece que logo após
a publicação do Código Civil. começou a escrever breves comentá-
26