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Novembro - Cenibra

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12<br />

PORTOCEL<br />

tesouro históriCo<br />

As escavações realizadas em Portocel,<br />

entre agosto e setembro, durante as<br />

obras de expansão do Terminal desvendaram<br />

um tesouro histórico. Por meio de<br />

escavações manuais e peneiramento de<br />

solo – método usual para recuperar vestígios<br />

arqueológicos – a equipe de arqueólogos<br />

da Rhea Estudos e Projetos encontrou<br />

vestígios cerâmicos de destaque,<br />

como um vasilhame praticamente inteiro<br />

e um possível tembetá (adorno labial)<br />

fragmentado, além de indícios líticos (pedras).<br />

As peças são, possivelmente, originárias<br />

da tradição indígena Aratu, que<br />

viveu há mais de mil anos atrás no litoral<br />

capixaba. Contudo, essas confirmações<br />

se darão após as análises laboratoriais<br />

que estão sendo feitas.<br />

A descoberta dessas peças e, principalmente, a preservação<br />

desse precioso achado se deve ao Estudo de Impacto Ambiental<br />

(EIA) e ao Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) realizados<br />

por Portocel, em conjunto com o Instituto Estadual de Meio<br />

Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA). Para a preparação deste<br />

relatório, foi necessária a visita de um arqueólogo para examinar<br />

e avaliar a área das obras de expansão, quando foram encon-<br />

Os vestígios cerâmicos encontrados durante as obras<br />

de Portocel podem ser originários da tribo Aratu, que<br />

viveu há mais de mil anos no litoral do Espírito Santo<br />

trados três pedaços de cerâmica, dando indícios da presença de<br />

vida humana no passado, por estar próxima ao mar e a um córrego,<br />

oferecendo recursos alimentícios. A partir deste achado,<br />

o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)<br />

determinou a prospecção arqueológica no local.<br />

Para Portocel, contribuir para a recuperação dos vestígios arqueológicos<br />

encontrados é cumprir com o papel de cidadania<br />

e contribuir para o resgate e preservação da história, identificando<br />

o grupo que habitou o local em um tempo remoto, anterior<br />

aos registros históricos. Também pode-se recuperar um<br />

pouco do modo de vida desses povos e datações sobre a época<br />

de ocupação.<br />

Até hoje, foram poucas as escavações sistemáticas realizadas<br />

no estado do Espírito Santo, dando maior relevância a esse trabalho.<br />

Como não há laboratórios especializados em arqueologia<br />

no estado, as peças foram encaminhadas ao Rio de Janeiro para<br />

análise e guarda do material. Caso o Espírito Santo passe a dispor<br />

de um local adequado para guardar e expor esse material,<br />

poderá solicitar ao IPHAN a guarda do material (ou pelo menos<br />

de uma coleção representativa), trazendo-o de volta.<br />

Portocel já recebeu 41 alunos do colégio Darwin, de Coqueiral,<br />

para uma palestra sobre os vestígios históricos encontrados, proferida<br />

pela arqueóloga Christiane Lopes Machado, responsável<br />

pelo resgate.

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