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Os jogos teatrais no ensino de português para estrangeiros

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O improviso do teatro <strong>no</strong> improviso da língua<br />

A interação entre falantes é um jogo. Cada jogo tem um objetivo a ser atingido.<br />

<strong>Os</strong> jogadores, por sua vez, atuam (locutores) e reagem (interlocutores). Às vezes<br />

ocorrem algumas <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, como repetição, correção, explicação, reparo, etc.<br />

Mas o foco (tópico) é mantido, pelo me<strong>no</strong>s é o que se espera.<br />

A língua falada possui características <strong>de</strong> improvisação, po<strong>de</strong> ser uma espécie <strong>de</strong><br />

rascunho do pensamento em alguns momentos espontâneos. <strong>Os</strong> interlocutores se<br />

ajudam na formação da mensagem a ser falada. Há uma interação cooperativa. Sendo<br />

feita por improviso e construída em conjunto, é necessário que haja entendimento, ou<br />

seja, comunicação. <strong>Os</strong> falantes <strong>de</strong>vem estar num mesmo contexto, <strong>de</strong>vem saber o que<br />

está sendo tratado <strong>no</strong> tópico conversacional.<br />

Se é exato que “falamos através <strong>de</strong> textos”, isto é, se os discursos<br />

constituem <strong>de</strong> fato o objeto a<strong>de</strong>quado da lingüística; se, <strong>de</strong> outro lado,<br />

admitimos que a língua é um meio <strong>de</strong> resolver problemas que se<br />

apresentam constantemente na vida social, então a conversação po<strong>de</strong><br />

ser consi<strong>de</strong>rada a forma <strong>de</strong> base <strong>de</strong> organização da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

linguagem, já que ela é a forma da vida cotidiana, uma forma<br />

interativa, inseparável da situação. (BANGE, 1983, p.3)<br />

Baseado nessa <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> língua falada como jogo <strong>de</strong> improviso, iniciou-se um<br />

estudo da utilização <strong>de</strong> <strong>jogos</strong> <strong>de</strong> improviso teatral <strong>no</strong> auxílio da competência oral <strong>de</strong><br />

alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Língua Portuguesa como língua estrangeira (PLE). A turma do PEC-G,<br />

composta por quinze alu<strong>no</strong>s <strong>estrangeiros</strong> (treze congoleses, um haitia<strong>no</strong> e uma<br />

camaronesa) foi escolhida <strong>para</strong> a aplicação <strong>de</strong>sses <strong>jogos</strong> <strong>teatrais</strong> com o fim <strong>de</strong> analisar a<br />

melhora na competência oral, sendo avaliados pelas Máximas <strong>de</strong> Grice (apud KOCH,<br />

2007, p. 27), que consistem em:<br />

Máxima da quantida<strong>de</strong>: dizer apenas a quantida<strong>de</strong> necessária <strong>para</strong> o<br />

entendimento da mensagem;<br />

Máxima <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>: falar sobre fatos verda<strong>de</strong>iros;<br />

Máxima <strong>de</strong> relevância: dizer apenas o que for relevante, importante;<br />

Máxima <strong>de</strong> modo: ser claro e conciso, sem prolixida<strong>de</strong>.<br />

Esses são princípios que regem a comunicação, segundo o filósofo, além <strong>de</strong><br />

também firmar que a comunicação exige um princípio <strong>de</strong> cooperação. “Isto é, quando<br />

duas ou mais pessoas se propõem interagir verbalmente, elas <strong>no</strong>rmalmente irão cooperar<br />

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