Conciliação e ecletismo no trabalho didático do educador - histedbr
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Na historiografia educacional brasileira, Fernan<strong>do</strong> de Azeve<strong>do</strong> também<br />
aponta a existência de uma divisão dentro <strong>do</strong> movimento escola<strong>no</strong>vista. “[...] confusão<br />
de <strong>do</strong>utrinas, que mal se encobriam sob a de<strong>no</strong>minação genética de ‘educação <strong>no</strong>va’ ou<br />
de ‘escola <strong>no</strong>va’ suscetível de acepções muito diversas 17 ” (AZEVEDO, 1963, p. 671).<br />
Ele desenvolve a discussão da <strong>no</strong>ta 17, acima referida, <strong>no</strong> rodapé da página: “[...] duas<br />
formas de educação: uma, tendência inspirada pelas <strong>no</strong>vas idéias biopsicológicas da<br />
criança e nas concepções funcionais da educação e a outra, ligada a evolução <strong>do</strong>s<br />
conhecimentos e das idéias sociais e sugerida por uma concepção mais nítida <strong>do</strong> papel<br />
da escola como instituição social” (Id. , ibid. , p. 671).<br />
João Tole<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s de ensi<strong>no</strong>, ou <strong>do</strong>s meios, pode<br />
ser considera<strong>do</strong> um autor escola<strong>no</strong>vista. Ele critica um <strong>do</strong>s pontos centrais da escola<br />
tradicional: a memorização. “Ora, salta aos olhos que – máximas, regras ou leis,<br />
aprendidas de cór, mas não entendidas, entulhan<strong>do</strong> a memória e sem effeitos práticos,<br />
são meras roupagens vistosas, mas inuteis, que a primeira difficuldade rompe ou<br />
levanta, pon<strong>do</strong> a nu o atrazo e a incapacidade de quem as veste” (TOLEDO, 1932, p.<br />
264). Sugere, ao mesmo tempo, um importante princípio escola<strong>no</strong>vista: a aproximação<br />
da vida com a escola. “Dahi o valor <strong>do</strong> último passo: - viver na escola a vida de fora<br />
della, fazer da vida escolar uma cópia, em miniatura, da vida social. Vae-se assim<br />
alargan<strong>do</strong>, pouco a pouco, a esfera de applicação das <strong>no</strong>ções que forem sen<strong>do</strong><br />
assimiladas” (Id. , ibid. , p. 263). E, por fim, propõe a utilização de uma idéia tão cara<br />
ao escola<strong>no</strong>vismo: a globalização.<br />
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E assim se condemna o isolamento das disciplinas na execução <strong>do</strong>s<br />
programmas primários, e se recommenda, nas séries respectivas, a<br />
familiarização com uma coisa, com um facto, um problema, um<br />
fenóme<strong>no</strong>, <strong>no</strong> conjunto que o unifica, globalizan<strong>do</strong>, em tor<strong>no</strong> de cada<br />
um, as <strong>no</strong>ções que o esclarecem, venham ellas embora de quaesquer<br />
<strong>do</strong>mínios scientíficos. Não se estudam fragmentos de sciencias, mas<br />
aspectos da vida real (Id. , ibid. , p. 243).<br />
2 – A presença <strong>do</strong> <strong>ecletismo</strong> <strong>no</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>didático</strong> de João Tole<strong>do</strong><br />
A pedagogia <strong>no</strong>va de João Tole<strong>do</strong> seria mais da ordem prática vinculada<br />
aos méto<strong>do</strong>s de ensi<strong>no</strong>, aos meios educacionais, <strong>do</strong> que uma escola <strong>no</strong>va de ordem<br />
teórica e conceitual. Observa-se, assim, logo de início, o caráter problemático e