Conciliação e ecletismo no trabalho didático do educador - histedbr

nesse sentido, o referencial teórico do método intuitivo, ao contrário do que falam os
manuais didáticos, encontra-se além das teorizações de Pestalozzi e Froebel.
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Nesta interpretação, creditamos ao empirismo, teorização sobre o
conhecimento elaborada por Francis Bacon, John Locke e David
Hume, nos séculos XVII e XVIII, a influência determinante dos
procedimentos de ensino, cuja caracterização foi elaborada com base
em manuais didáticos produzidos com a finalidade de orientar e
implementar a prática de professores no emprego do método de ensino
intuitivo (VALDEMARIN, 2004, p. 06).
A teoria do conhecimento denominada empirismo maximaliza a
importância da educação no processo de formação do ser humano. Se a mente é uma
“tabula rasa” e se todos os valores morais e intelectuais são oriundos da experiência
sensível, é perfeitamente possível interferir e direcionar o desenvolvimento humano por
intermédio da educação, pois a origem do conhecimento se encontra nos sentidos
humanos. O empirismo, portanto, está em oposição à metafísica e ao ensino abstrato,
priorizando o contato direto com as coisas em vez de palavras.
Os princípios do empirismo foram incorporados à formulação do ideário
educacional de João Toledo. Todavia, observa-se, também, em seu ideário educacional
a presença de conceitos diametralmente opostos ao empirismo como o inatismo e a
transmissão hereditária de características físicas e psicológicas. No livro Crescimento
Mental, notadamente no capítulo denominado Influencias Ancestraes, João Toledo
atribui sua inspiração a respeito da matéria a Ribot e, ainda, na citação abaixo transcrita,
utiliza o exemplo de conhecidas famílias da história.
Também se transmittem, como estes de feição primitiva, os instinctos
adquiridos. Ribot, a quem seguimos passo a passo neste capitulo,
observa que, nos lugares onde se faz guerra continuas ás raposas, os
filhos das perseguidas, depois de algumas gerações, saem de suas
tocas com cuidados que seus ascendentes não tomavam. O medo,
inspirado a estes, passou-se-lhes como herança. Cães perdigueiros,
conduzidos no campo pela primeira vez, portando-se, não raro, como
seus paes, cujo treino foi longo e cuidadoso. Aquelles, destinados á
salvação de viajantes surpreendidos pelas tempestades de neve ou
extraviados nas montanhas, têm, desde logo, a habilidade, dir-se-ia
intelligente, dos paes que aprenderam o mister com custo e trabalho.
E´ verdade que estas modificações falham muitas vezes; mas, na 5ª
ou 6ª geração, quando mecanizadas no individuo, transmittem-se com
toda a segurança. Isto prova que a hereditariedade não conserva
apenas, cria também. [...]
Através da História, ha famílias que se fizeram célebres por
excellencias de alma que possuiram ou por defeitos graves que as