Conciliação e ecletismo no trabalho didático do educador - histedbr
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instrumento capaz de difundir a educação pelo povo. A excelência <strong>do</strong> instrumento<br />
possibilitaria, inclusive, a substituição <strong>do</strong> professor pela me<strong>no</strong>s instruída das mães.<br />
Creio que se não deve pensar em obter, em geral, um só progresso na<br />
instrução <strong>do</strong> povo, enquanto não se tiverem encontra<strong>do</strong> formas de<br />
ensi<strong>no</strong> que façam <strong>do</strong> professor o mero instrumento mecânico dum<br />
méto<strong>do</strong> que deva seus resulta<strong>do</strong>s à natureza de seus processos e não à<br />
habilidade de quem o pratica. Admito que um livro escolar não tem<br />
valor senão quan<strong>do</strong> possa ser emprega<strong>do</strong> tão bem por um mestre sem<br />
instrução quan<strong>do</strong> por um instruí<strong>do</strong>. Seu principal mérito deve<br />
consistir em ser composto de tal sorte, que o professor, ou mesmo a<br />
mãe, tenha nele um guia e um apoio suficientes para ter a dianteira da<br />
criança na evolução progressiva que é o fim da educação<br />
(PESTALOZZI, s/d apud FOULQUIÉ, 1952, p. 12 e 13).<br />
A questão da conciliação proposta por Tole<strong>do</strong> não é estranha à<br />
historiografia educacional. Observa-se, em Ponce (2001), a formulação de duas<br />
correntes dentro <strong>do</strong> movimento escola<strong>no</strong>vista: a meto<strong>do</strong>lógica e a <strong>do</strong>utrinária<br />
É, dentro da <strong>no</strong>va educação, a corrente que poderíamos chamar<br />
“meto<strong>do</strong>lógica”. Sem se preocupar muito com problemas <strong>do</strong>utrinários<br />
e filosóficos, ela encara a questão de um ponto de vista técnico:<br />
mediante que i<strong>no</strong>vações didáticas obteríamos para o ensi<strong>no</strong> primário<br />
um rendimento máximo? [...]<br />
Sem desconhecer a urgência de uma reforma didática, isto é, da<br />
técnica de ensi<strong>no</strong>, essa corrente afirma que o núcleo <strong>do</strong> problema não<br />
está nisso e sim <strong>no</strong> aspecto cultural. Educar não seria para ela<br />
reformar este méto<strong>do</strong> ou corrigir aquele horário, mas , sim,<br />
“mergulhar uma alma <strong>no</strong> seio da cultura”. É a corrente que<br />
poderíamos chamar “<strong>do</strong>utrinária”, por oposição à que de<strong>no</strong>minamos<br />
meto<strong>do</strong>lógica. Ten<strong>do</strong> uma orientação muito mais filosófica <strong>do</strong> que<br />
prática, essa corrente é, naturalmente, a mais inflada, presunçosa e<br />
solene, das duas mencionadas. Olha a outra com desdém, gosta de<br />
usar uma linguagem ríspida, empregan<strong>do</strong> um tom cada vez mais<br />
<strong>do</strong>utoral (PONCE, 2001, p. 158).<br />
Concepção semelhante também aparece em Luzuriaga (1934). O autor<br />
espanhol fala em “escola ativa” e “escola única”.<br />
Os <strong>do</strong>is conceitos fundamentais da educação <strong>do</strong> tempo presente são:<br />
“escola ativa” e “escola única”. Aquela se refere ao conteú<strong>do</strong>, à vida<br />
interna das instituições educativas. Esta diz respeito à forma , à<br />
organização exterior dessas instituições. A “escola ativa” é sobretu<strong>do</strong><br />
uma concepção psico-pedagógica, a “escola única” é<br />
fundamentalmente uma aspiração pedagógico-social (LUZURIAGA,<br />
1934, p. 8).<br />
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