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o feminismo perspectivista como aporte teórico nas pesquisas

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SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saúde, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 de Julho de 2009<br />

Salvador - BA<br />

caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo. A palavra indica uma rejeição do<br />

determinismo biológico implícito no uso de termos <strong>como</strong> ‘sexo’ ou ‘diferença Sexual’(SCOTT,<br />

1990 p.72).<br />

A partir deste enfoque houve uma mudança de eixo principalmente a partir dos anos 1980,<br />

uma postura de interrogações profundas sobre a perspectiva científica da modernidade que adentrou<br />

o século XXI e “de fato instrumentada por um olhar desconstrucionista de gênero, a crítica<br />

feminista tem avançado da mera denúncia da exclusão e invisibilidade das mulheres no mundo da<br />

ciência para os questionamentos dos próprios pressupostos básicos da Ciência Moderna, virando-a<br />

de cabeça para baixo ao revelar que ela não é nem nunca foi ‘neutra” (SARDENBERG, 2002, p.90).<br />

Entretanto, os posicionamentos da crítica feminista não foram em nenhum momento<br />

homogêneos, implicando em desdobramentos e correntes diferenciadas. Olensen (2007) informa<br />

que Sandra Harding, em 1987, identificou três tipos de investigação feminista: o empirismo<br />

feminista (que mantém as bases da ciência tradicional), as teorias <strong>perspectivista</strong>s ou do ponto de<br />

vista (as quais partem do pressuposto de que todas as experiências são localizadas e, portanto, o<br />

conhecimento científico deve partir de localizações sociais objetivas) e as teorias pós-moder<strong>nas</strong><br />

(que, de certa maneira, invalidam a possibilidade de um projeto de ciência feminista).<br />

Sandra Harding acredita que esses olhares divergentes não enfraquecem a perspectiva<br />

feminista e enriquecem o debate. Entretanto, <strong>como</strong> aponta Sardenberg, 2002, p.102, “Harding,<br />

(1986) não esconde suas simpatias pelo <strong>feminismo</strong> <strong>perspectivista</strong>, e que ela, mais tarde defenderá<br />

abertamente”. Em estudos produzidos em 1991, Harding ”sugere que tanto o compromisso<br />

fundamentalista do <strong>feminismo</strong> empiricista com a Ciência Moderna, bem <strong>como</strong> o interpretacionismo<br />

sem chão do <strong>feminismo</strong> pós-moderno, oferecem muito pouco para uma estratégia epistemológica<br />

feminista comprometida com a produção de saberes emancipatórios” (SARDENBERG, 2002,<br />

p.102).<br />

Analisando <strong>feminismo</strong>s e produção de pesquisa, Olensen (2007) aponta avanços <strong>nas</strong><br />

<strong>pesquisas</strong> qualitativas de orientação feminista em vários campos e ressalta as áreas de educação e<br />

saúde <strong>como</strong> as que se destacam principalmente nos estudos empírico qualitativos.<br />

A saúde vislumbrou avanço significativo em relação aos modos de se tratar das questões<br />

relativas à saúde da mulher, ao colocar em debate a situação da dominação do corpo feminino pela<br />

medicina moderna.Abandonou o modelo materno-infantil buscando uma proposta de saúde<br />

reprodutiva que, por força dos movimentos feministas se articula <strong>como</strong> direitos reprodutivos. Na<br />

última década do século XX, frente à gravidade da pandemia provocada pelo HIV/AIDS, aparece a<br />

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