17.04.2013 Views

o feminismo perspectivista como aporte teórico nas pesquisas

o feminismo perspectivista como aporte teórico nas pesquisas

o feminismo perspectivista como aporte teórico nas pesquisas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES<br />

Educação, Saúde, Movimentos Sociais, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos<br />

20 a 31 de Julho de 2009<br />

Salvador - BA<br />

e Direitos Reprodutivos’, que prevê ações voltadas ao planejamento familiar para o período de 2005<br />

a 2007” (grifos meus).<br />

Percebe-se que apesar da utilização dos termos direitos sexuais e direitos reprodutivos, a<br />

ênfase continua sendo dada à planificação familiar – problemática quando colocada no âmbito da<br />

execução. O ponto nevrálgico das desigualdades sociais não é tocado na medida em que o<br />

planejamento familiar, reivindicado <strong>como</strong> a força motriz dos direitos reprodutivos não surtiu o<br />

diferencial esperado em relação à diminuição da pobreza. Ao contrario, temos assistido a um<br />

empobrecimento global no qual as mulheres aparecem em primeiro plano 2 . Embora a redução de<br />

<strong>nas</strong>cimentos tenha conseguido alcançar seus objetivos nos últimos quarenta anos pela intervenção<br />

dos Estados, não contribuiu para a diminuição da pobreza que tem aumentado em relação às<br />

mulheres em todo o mundo (GIFFIN,2002).<br />

A esta situação soma-se o aumento do número de mulheres contaminadas pelo HIV/AIDS,<br />

além do avanço de gravidez não planejada ou indesejada, responsável pela alta morbimortalidade<br />

materna através da realização de abortos clandestinos. Submetidas às desigualdades de gênero,<br />

classe e etnia, a maioria destas mulheres permanece invisível diante inclusive das mais bem<br />

“intencionadas” políticas de saúde.<br />

Essas mulheres estão inseridas no mercado de trabalho de forma precária e muitas vezes são<br />

a única fonte de renda de seus núcleos familiares. Para Giffin, (2002, p. 108) “a velha divisão<br />

sexual do trabalho atravessa a nova reestruturação produtiva, e reforça a feminilização da pobreza”.<br />

A autora aproxima esta realidade ao campo do movimento feminista ao afirmar que “o fato da<br />

‘feminilização’ da pobreza acompanhar a ‘feminilização’ da força de trabalho, revela os limites da<br />

expectativa feminista de que controlar a fecundidade e“conquistar” o mundo público do emprego<br />

remunerado trariam nova liberdade para “as mulheres”.<br />

Entretanto uma visão liberal aponta na direção de que todos os problemas femininos estão<br />

resolvidos, e que a maioria das mulheres não pode sequer ouvir falar de <strong>feminismo</strong>. “É por isso que<br />

as mulheres de hoje, sobretudo as que desconfiam de uma concepção puramente crítica de sua<br />

situação e de sua ação, manifestam nervosismo ou inquietação diante da evocação de um <strong>feminismo</strong><br />

que lhes aparece <strong>como</strong> inteiramente integrado ao mundo político (...)” Touraine, (2007, p.<br />

30).Também a perspectiva desconstrucionista pós-moderna aliada ao radicalismo do movimento<br />

2 Segundo cálculos da Organização das Nações Unidas/ONU entre o 1,2 bilhão de pessoas que ganham menos de US$ 1<br />

por dia 70% pertencem ao sexo feminino. Atualmente, o rendimento médio das mulheres ocupadas no Brasil, segundo o<br />

IBGE, não chega a 70% dos ganhos masculinos. Para piorar, são elas as mais atingidas pelo desemprego e as que mais<br />

se concentram em empregos precários e no mercado informal. Estes dados estão disponíveis no artigo “ Pobreza tem<br />

sexo e merece crédito” de autoria de José Barroso Filho.<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!