Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...
Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...
Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Esta comunicação feita à escala global faz com que tu<strong>do</strong> seja feito em<br />
unísso<strong>no</strong>, em simultâneo, faz com que os actos efectua<strong>do</strong>s num ponto <strong>do</strong> globo<br />
interfiram com o restante globo e as suas preocupações. Os merca<strong>do</strong>s<br />
internacionais, e diga-se que hoje tu<strong>do</strong> gira em função <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s, funcionam<br />
como um to<strong>do</strong>, u<strong>no</strong> e indivisível. Para que se compreenda torna-se necessário<br />
que haja uma flui<strong>de</strong>z na comunicação entre os seus constituintes ou influentes. A<br />
questão da língua <strong>de</strong> comunicação à escala global é uma das vertentes que<br />
servirá para excluir ou incluir os participantes <strong>de</strong>ssa e nessa globalização. O<br />
inglês aprendi<strong>do</strong> (EFL) com o objectivo <strong>de</strong> comunicar, portanto com um carácter<br />
instrumental (House, 2006) <strong>de</strong>ve fazer uso <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> pressupostos e<br />
recursos <strong>de</strong> entre os quais se <strong>de</strong>staca a pronúncia, como um <strong>do</strong>s factores <strong>de</strong><br />
sucesso ou insucesso na comunicação e um <strong>do</strong>mínio insuficiente <strong>do</strong> repertório <strong>de</strong><br />
recursos linguísticos necessários a uma comunicação bem sucedida.<br />
O fenóme<strong>no</strong> da mudança linguística, segun<strong>do</strong> David Crystal (2003) é um<br />
fenóme<strong>no</strong> que chama a atenção das pessoas mais <strong>do</strong> que outras questões<br />
relacionadas com a língua, pois há a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que esta mudança significa<br />
<strong>de</strong>terioração ou <strong>de</strong>cadência. Des<strong>de</strong> sempre que <strong>no</strong>s habituamos a julgar os bem-<br />
falantes, aqueles que cumprem as regras fonéticas e gramaticais da língua, como<br />
pessoas conserva<strong>do</strong>ras e quan<strong>do</strong> se vêem jovens a não observar as regras da<br />
comunicação, da articulação e da dicção, entre outras, julgamos estar a <strong>no</strong>ssa<br />
língua em perigo. Logicamente que se atribuem culpas à escola, local on<strong>de</strong><br />
passam gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> seu tempo e on<strong>de</strong> se estabelecem relações sociais e,<br />
nessas relações, os códigos linguísticos estabeleci<strong>do</strong>s não se enquadram,<br />
sempre, <strong>no</strong>s por nós <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s. Os meios <strong>de</strong> comunicação estatais, como sejam<br />
o caso das televisões e rádios on<strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>svio das <strong>no</strong>rmas tradicionais leva,<br />
<strong>de</strong> imediato, a um ataque por parte <strong>de</strong> ouvintes conserva<strong>do</strong>res. Esta preocupação<br />
com a língua po<strong>de</strong> até mesmo atingir proporções nacionais, como na ampla<br />
reacção na Europa contra a invasão <strong>do</strong> inglês.<br />
17