17.04.2013 Views

Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...

Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...

Maria Dulce Terra de Almeida O Impacto do Inglês no Quotidiano ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ter uma revista em inglês, publicada em Inglaterra, chamada Portuguese Journal<br />

of Social Sciences, financiada pela mesma Fundação.<br />

Não discutin<strong>do</strong> os princípios que os <strong>no</strong>ssos governantes seguem na<br />

insistência da prevalência da língua inglesa sobre a portuguesa nas publicações<br />

científicas, e me<strong>no</strong>sprezan<strong>do</strong> a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais orientações revista<br />

na alínea f) <strong>do</strong> artigo 9º da Constituição da República Portuguesa, po<strong>de</strong>r-se-á<br />

referir que em cada tempo houve uma língua franca <strong>no</strong>s meios científicos, como o<br />

latim que Espi<strong>no</strong>sa usou ou o francês, para o Discurso <strong>do</strong> Méto<strong>do</strong>, que usou<br />

Galileu. Em Portugal já houve épocas em que as suas elites liam e escreviam em<br />

francês. A Geração <strong>de</strong> 70 foi educada <strong>no</strong> francês, tal como em francês foram<br />

forma<strong>do</strong>s os positivistas lusos <strong>do</strong> final da monarquia e <strong>do</strong> princípio da república.<br />

De toda essa formação e usos o que restou foi, sem dúvida, nada ou muito pouco.<br />

Por isso, não se <strong>de</strong>ve repetir o mesmo com o inglês. A cultura científica da<br />

socieda<strong>de</strong> portuguesa tem <strong>de</strong> ser feita em português, porque só po<strong>de</strong> ser feita em<br />

português (Fidalgo, i<strong>de</strong>m). É em português que vivem e pensam os portugueses e<br />

será na sua língua que terão <strong>de</strong> se cultivar cientificamente, caso essa cultura não<br />

seja postiça (Fidalgo, i<strong>de</strong>m). Para si, o inglês enquanto língua franca não é o<br />

inglês da literatura inglesa e americana, mas sim um inglês <strong>de</strong> superfície, on<strong>de</strong> as<br />

palavras e as expressões são <strong>de</strong>spidas da sua profundida<strong>de</strong> histórica, <strong>do</strong> seu<br />

senti<strong>do</strong> múltiplo. Por isso, investigar em diversos campos e publicar em inglês só<br />

se faz à custa <strong>de</strong> um empobrecimento da própria investigação científica produzida<br />

e da língua nativa pois, os falantes nativos têm acesso ao substrato <strong>de</strong> uma<br />

língua <strong>de</strong> uma forma que não têm os que a falam como segunda língua.<br />

4.2. O inglês <strong>no</strong> futebol<br />

Com em outros <strong>de</strong>sportos, a termi<strong>no</strong>logia <strong>no</strong> futebol advém, em gran<strong>de</strong><br />

parte, <strong>do</strong> inglês visto este ser um <strong>de</strong>sporto que teve aí a sua génese. Não sen<strong>do</strong><br />

<strong>no</strong>sso objectivo apresentar a história <strong>do</strong> futebol, apresentamos alguns <strong>do</strong>s termos<br />

que na imprensa <strong>de</strong>sportiva se encontram, ainda hoje, volvi<strong>do</strong>s que são mais <strong>de</strong><br />

cem a<strong>no</strong>s da importação <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sporto para Portugal e que <strong>de</strong>rivam<br />

directamente <strong>do</strong> inglês. Estes termos (goal/golo, corner/canto, match/jogo,<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!