a xilogravura expressiva entre a luz e a sombra, o pessimismo
a xilogravura expressiva entre a luz e a sombra, o pessimismo
a xilogravura expressiva entre a luz e a sombra, o pessimismo
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de um eu íntimo do artista criador. Traz para mim uma identificação com meu trabalho<br />
que tomei continuidade no início de 2012, com a <strong>xilogravura</strong>. Diferente de quando<br />
procurava uma resposta da minha angústia do aprisionamento do homem na razão<br />
coletiva e o homem descriminante, em 2011. Aqui me coloco na mesma situação do<br />
artista Goeldi, o que é para mim uma nova procura para um novo fim, que não seja a<br />
coletividade de um todo. Recomeçando de um princípio que me parece mais verdadeiro,<br />
pois se trata de um conhecimento que ainda não possuo, meu eu interior.<br />
Minhas gravuras são comparadas ao criar goeldiano, pois também parto de um<br />
sentimento pessoal. Uma criação que só poderia acontecer com a consciência da solidão<br />
do ser no mundo. A minha referência está, sim, em Goeldi, em alguns de seus<br />
questionamentos, não em suas inovações. Quando eu produzo uma série de gravuras o<br />
meu referente é a ideia de abandono, onde se torna uma memória.<br />
Essa memória eu trago à tona quando revelo minha dificuldade de<br />
relacionamento com outras pessoas, ou seja, minha <strong>entre</strong>ga está no conhecimento do<br />
meu próprio ser, deixando de lado o envolvimento social. Pois na minha essência a<br />
pergunta quem sou eu está a frente de qualquer sentimento ao próximo, ou seja, se eu<br />
não sei quem sou ou da onde vim, essas pergunta travam minha existência com outro<br />
ser. Torno-me refém do medo e da insegurança, negando a minha curiosidade em<br />
relação ao outro e seus sentimentos.<br />
Quando sou conquistado pela solidão, a preferência está na noite, o meu trabalho<br />
acontece à noite. No silêncio das <strong>sombra</strong>s abro as <strong>luz</strong>es que conduzem o olhar do<br />
expectador, que pretendo tornar visível a dor que à solidão traz para meu ser interior.<br />
Essa solidão, juntamente à noite, afirmo estar presente no meu trabalho, iniciado nessas<br />
novas questões em fevereiro de 2012. Produzo imagens neste período que mostram essa<br />
solidão de uma forma limpa e quase mórbida. Defino assim por elas apresentarem<br />
minha fraqueza de sentimento, quando o viver não satisfaz minhas vontades de quando<br />
me percebo. Como se essa percepção tratasse da falta de estímulos externos, que não me<br />
trazem um entusiasmo ou um significado.<br />
A <strong>xilogravura</strong> Esperar, feita de forma espontânea, se trata de uma identificação<br />
com Goeldi. Um homem sozinho, parado. diferente das representações de Goeldi,<br />
quando as figuras estão sempre em movimento. Essa imagem representa a minha<br />
situação quando solitário, pois se ajusta à minha autenticidade criadora e à procura por<br />
uma identidade.<br />
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