elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas
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tende a se expandir. A professora de jornalismo Ana<br />
Maria Rodrigues também. Ela acredita em mu -<br />
danças mais profundas e emancipatórias das mulheres,<br />
inclus<strong>ive</strong> as mulheres jornalistas, que<br />
estariam galgando novos espaços dentro das<br />
redações.<br />
Desqualificação de gênero<br />
A psicóloga Silvia Flores faz a defesa de que a<br />
mídia não pode ser demonizada <strong>por</strong>que ela reproduziria<br />
o que a sociedade é. A psicóloga diz que<br />
mulheres desinformadas, que não querem evoluir ,<br />
existem no mundo real e não são invenções da<br />
mídia. “Acho que hoje a mulher está sendo representada<br />
de uma maneira mais fiel e realista que<br />
há 20 e 30 anos. Inclus<strong>ive</strong> quando é banalizada.<br />
Porque algumas mulheres não se emanciparam, não<br />
desejam se emancipar como indivíduo completo e<br />
tornam-se a metade da laranja do marido. Aquela<br />
mulher que só existe <strong>por</strong> procuração, primeiro do<br />
pai, depois do marido”.<br />
A psicóloga observa que a mudança na compreensão<br />
do papel da mulher e do homem depende<br />
da base familiar, da escola e políticas de governo.<br />
Silvia Flores chama a atenção para o fato de serem<br />
as mulheres a grande maioria dos educadores no<br />
país, sendo a profissão tratada como de segundo<br />
escalão. Isto tem a ver com a desqualificação de<br />
gênero, finaliza Silvia.<br />
Observa-se que no processo de construção da<br />
identidade feminina há uma negação da mulher<br />
como sujeito. Se nessa construção as mulheres,<br />
além de oprimidas, são apresentadas como cúmplices,<br />
ou compactuando com a manutenção das<br />
formas definidoras do ser feminino e sua identidade,<br />
a questão que se coloca é como as mulheres darão<br />
mais um passo à frente. Para enfrentar esta<br />
situação, o movimento feminista vem elaborando<br />
ideias e observando o processo de construção das<br />
notícias no Brasil. Foi identificado, em vários<br />
estudos, que há uma forte tendência nos meios de<br />
comunicação à negação do protagonismo da mulher.<br />
[ Mulher e mídia ]<br />
Silvia Flores, psicóloga, defende que a mídia não pode ser demonizada, pois<br />
reproduz a sociedade.<br />
Isto <strong>por</strong>que esses meios operam com uma imagem<br />
estereotipada da mulher. Entretanto, esta falha vem<br />
sendo compensada com a utilização de mídias<br />
alternativas, principalmente via internet p<strong>elas</strong><br />
organizações feministas.<br />
A criação de um Observatório da Mulher tem<br />
permitido o acompanhamento das lutas das mulheres<br />
no Brasil e a leitura de contextos. As datas<br />
comemorativas – 8 de Março, as campanhas contra<br />
a violência doméstica, a Lei Maria da Penha, que<br />
completou três anos –, são alguns dos momentos em<br />
que as questões de gênero ganham espaços na<br />
mídia. Há um fluxo e refluxo na produção midiática<br />
relacionadas à questão da mulher , que, às vezes, é<br />
tratada de forma equivocada, policialesca.<br />
Em outras ocasiões <strong>elas</strong> ganham espaço em<br />
função da personalidade em foco naquele momento.<br />
As organizações de mulheres, <strong>por</strong>tanto, empunham<br />
bandeiras e se lançam também num processo de<br />
negociação constante, de busca de diálogo com a<br />
mídia, na qual está inserido um grande conflito de<br />
interesses, para que suas ideias conquistem<br />
corações e mentes e sejam reconhecidas como<br />
prioridade na agenda social e política do país.f<br />
42 ELAS POR ELAS - AGOSTO DE <strong>2009</strong><br />
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