17.04.2013 Views

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

[ Perfil ]<br />

Júnia Marise: exemplo<br />

da força feminina na política<br />

<strong>por</strong> Júnia Leticia<br />

Governo no qual o poder e a responsabilidade<br />

sobre os rumos de uma nação são exercidos <strong>por</strong> todos<br />

os cidadãos, diretamente ou <strong>por</strong> intermédio dos seus<br />

representantes livremente eleitos. Assim é o regime<br />

democrático, que deve caracterizar-se pela parti ci -<br />

pação política e representação social. Entretanto, a<br />

realidade mostra outro cenário, devido ao, ainda,<br />

pequeno número de mulheres que disputam cargos<br />

eletivos. Em Minas Gerais, uma das mulheres que há<br />

mais de 40 anos contribui para reverter esse quadro<br />

é a ex-senadora Júnia Marise.<br />

Im<strong>por</strong>tante personalidade que contribui para a<br />

emancipação feminina, Júnia Marise começou bem<br />

jovem na política. Aos 21 anos foi eleita vereadora,<br />

cargo que ocupou durante dois mandatos (1966 a<br />

1970 e 1970 a 1974). Ela também foi a deputada<br />

estadual mais votada em Minas (1974 a 1978, 1979<br />

a 1982 e 1982 a 1986) e a primeira mulher a se tornar<br />

senadora (1991 a 1999) no país.<br />

Entre 1987 a 1991, ela também foi vice-gover -<br />

na dora. “Neste período, mostrei com o meu tra balho<br />

so cial que este não era apenas um cargo decorativo.<br />

Quando assumi interinamente o governo do Estado,<br />

enfrentei com serenidade e responsa bi lidade as<br />

reivindicações das professoras e do funcionalismo que<br />

estavam em greve há 90 dias. Aten di as reivindicações<br />

e eles puderam voltar ao trabalho. Este foi o maior<br />

desafio de quem, no passado participava das greves<br />

justas e reivindicatórias.” Ela também foi fundadora<br />

e a primeira presidente do Conselho Estadual da Mulher<br />

em Minas, durante o governo Tancredo Neves.<br />

Júnia Marise conta que o primeiro desafio que<br />

teve de enfrentar na vida pública foi o preconceito<br />

contra a mulher na política. “Cheguei a encontrar um<br />

ou outro eleitor que dizia que a mulher deveria se<br />

preocupar mais com o lar. Quando me elegi vereadora,<br />

diziam que eu seria uma ‘flor’ na Câmara. Provei com<br />

minha atuação que não estava lá para embelezar o<br />

plenário, mas para trabalhar pela cidade, p<strong>elas</strong><br />

regiões mais carentes”, lembra.<br />

Nascida em uma região pobre, a Vila Oeste, em<br />

Belo Horizonte, Júnia Marise diz que foi a pobreza que<br />

a politizou. Segundo ela, seu mandato de vereadora<br />

foi um marco, <strong>por</strong>que subia morros de fav<strong>elas</strong>,<br />

Júnia Marise: primeira mulher a se tornar senadora no Brasil<br />

conversava sobre os problemas urbanos e sociais com<br />

a população e defendia os melhoramentos e a<br />

cidadania. “Na campanha, os adversários da antiga<br />

Arena me chamavam de subversiva <strong>por</strong>que minha<br />

postura de cobrança e de defensora das liberdades<br />

democráticas incomodava.”<br />

O trabalho desenvolvido pela política e também<br />

jornalista, que trabalhou na Rádio Itatiaia,<br />

Bandeirantes e no Diário de Minas, serve como exemplo<br />

para outras pessoas. “Para as mulheres, serviu para<br />

mostrar que temos competência para administrar ,<br />

legislar e defender os interesses populares. Para os<br />

homens, acho que foi uma surpresa satisfatória a minha<br />

identidade com a cidade e a defesa da demo-<br />

ELAS POR ELAS - AGOSTO DE <strong>2009</strong> 49<br />

Arquivo pessoal

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!