17.04.2013 Views

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

elas por elas- agosto 2009_Elas por elas revista - ive minas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

da casa, delegam somente a ela a difícil missão de<br />

educar e cuidar do filho”, acrescenta.<br />

Para que um juiz dê a guarda dos filhos a um dos<br />

pais, é necessário que ele ou ela tenha, além de<br />

condições financeiras, emocionais. “Há casos em que<br />

o pai consegue provar que a mãe não reúne essas<br />

condições para cuidar dos filhos. Tenho uma cliente<br />

que está requerendo a guarda compartilhada. Ela saiu<br />

de um estado psicótico, provou que está em outro<br />

estado emocional e, depois de ser tratada <strong>por</strong><br />

médicos e psicólogos, conseguiu autorização para<br />

passar os finais de semana prolongados com os filhos”,<br />

conta a advogada.<br />

Responsabilidade compartilhada<br />

A psicóloga do Serviço Social e Psicologia<br />

Judicial da comarca de Betim e conselheira do<br />

Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais<br />

(CRP-MG), Ana Letícia Seiler Poelman Pinheiro,<br />

destaca que, psicologicamente, a lei também tem um<br />

efeito. “Para os filhos, em geral, tem reflexos positivos<br />

<strong>por</strong> não os colocar em um lugar quase de escolha pela<br />

mãe ou pelo pai. Eles sentem que são filhos dos dois,<br />

que não perde um <strong>por</strong> ficar com o outro”, diz.<br />

Conforme Ana Letícia Pinheiro, um dos<br />

benefícios tanto para a mãe quanto para o pai, é não<br />

perder seu lugar na vida dos filhos. “Além disso, as<br />

crianças se sentem cuidadas <strong>por</strong> eles”, assinala. Entretanto,<br />

ela destaca a guarda compartilhada como<br />

uma maneira para resolver conflitos relacionados à<br />

educação dos filhos. “Cada caso é um caso. A solução<br />

ideal não está tanto no campo das leis, mas, sim, no<br />

das relações entre pessoas que se separaram, e entre<br />

pais e filhos”.<br />

Para a psicóloga, nem o homem, nem a mulher<br />

dão conta sozinhos do papel de provedor e educador.<br />

“Cada um deles tem seu papel. Saiu-se do pressuposto<br />

de que só a mulher pode cuidar dos filhos. Cada caso<br />

tem de ser analisado e é muito im<strong>por</strong>tante o papel do<br />

psicólogo nesse contexto. É ele quem vai contribuir<br />

na decisão do juiz”, diz.<br />

A design gráfico Carla Aquino concorda com Ana<br />

Letícia Pinheiro. Mãe de um menino de 7 anos, ela<br />

gostaria de que, no seu caso, a guarda fosse compartilhada.<br />

“Acho a lei ótima. Assim as tarefas ficam bem<br />

divididas entre o pai e a mãe e eles podem acompanhar<br />

melhor os filhos. Além disso, não sobrecarrega<br />

a mãe, nem os avós, que acabam tendo que ajudar<br />

também”, completa. No seu caso, a guarda não é<br />

compartilhada <strong>por</strong>que não houve interesse do pai da<br />

criança.<br />

Mãe de uma menina de 9 anos, a professora de<br />

artes do ensino médio, Cláudia França, diz que no seu<br />

caso a guarda ainda não é compartilhada, mas ela<br />

procura fazer com que seja. “O ideal é que haja um<br />

bom relacionamento entre os pais, senão pode haver<br />

uma espécie de fogo cruzado”, diz, fazendo referência<br />

ao com<strong>por</strong>tamento que observou em alguns de seus<br />

alunos. Segundo ela, eles ficam com o pai, <strong>por</strong><br />

exemplo, até quando lhes convém. Caso queiram fazer<br />

algo que ele não deixe, recorrem à mãe.f<br />

Giselle Groeninga destaca a im<strong>por</strong>tância da guarda compartilhada num país<br />

onde um terço dos lares contam só com as mães<br />

ELAS POR ELAS - AGOSTO DE <strong>2009</strong> 55<br />

Arquivo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!