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E d i t o r i a l E viva a Arte! Em recente mostra interna de uma Faculdade de Arte de BH -Escola Guignard- a jovem artista Tatiana Cavinato, bem dentro dos impasses contemporâneos, brinca com as idéias. Seu trabalho consiste numa linha reta, branca, traçada no chão. Aí é instalado um frango, que fascinado pela linha, bico voltado para o chão, contempla a linha sem que nada o distraia. Por outro lado o expectador, fascinado pela cena, no mesmo espaço de tempo, também observa e, dali, não desloca seu olhar. Se pensarmos que um dos sentidos da palavra diretriz no nosso Aurélio é linha reguladora do traçado de um caminho ou de uma estrada, por certo não deixaremos de dar umas boas gargalhadas ao pensarmos que os atuais manuais de diretrizes diagnósticas nos lembram um pouco essa linha que hipnotiza, dispensa raciocínio e nos puxa para o fascínio do puro olhar. Mas, como o Aurélio também traz o sentido matemático de tal palavra, diretriz diz respeito a uma linha ou superfície da qual se gera outras linhas e superfícies, que tornam possíveis traçados e caminhos inusita-dos, fazendo até com que se possa escrever certo por linhas tortas.E sem precisar ser Deus. Aliás, sendo-se só humano, demasiado humano. Melhor para nós. O Risco - Publicação da Associação Mineira de Psiquiatria - Comissão editorial: Elizabeth Uchôa - Francisco Goyatá - Gilda Paoliello (Coordenadora) - Hélio Lauar - Luciana Nogueira Carvalho - Luis Carlos Calil (Uberaba) - Maria Cristina de Oliveira Contigli - Paulo Roberto Vaz de Melo - Stélio Lage - Vanda Pignataro Pereira (Coordenadora) - Jornalista Responsável: Cândida B Lemos - reg. prof. MG 02299 - Projeto gráfico e editoração: Visiva Editoração Ltda. - Associação Mineira de Psiquiatria - Av. João Pinheiro, 161 - Centro - 30130-180 - Belo Horizonte - Tel.: (31) 3213-7457 - Site: www.psiquiatriamg.org • e-mail: amp@psiquiatria.org - Os artigos para o publicação devem ser enviados para gilda@br.inter. net. - Os artigos recebidos serão analisados pela Comissão Editorial para possível publicação. - Os artigos assinados de "O Risco" são de inteira responsabilidade de seus autores. - As ilustrações desta edição são de autoria de Hélio Lauar. PÁGINA 2 Dirigir um tratamento é, em primeiro lugar, fazer com que o sujeito, cuja presença não se pode anular, construa suas diretrizes. Isso significa, se quisermos nos afastar do fascínio, que o sujeito que dirige o tratamento ou aquele que se põe em tratamento, além dos avanços da ciência, também devem se colocar em causa. Melhor dizendo, devem se interrogar, um sobre a ação que executa e o outro sobre sua responsabilidade com relação a sua participação no próprio sofrimento. Caso contrário, o risco é ficar como o frango fascinado pela linha, na ilusão de que a tecnologia traria a resposta última para nossas angústias. Sem duvida, ela ajuda, desde que não fiquemos na postura do amansador de feras, que na segurança de tê-las domado todas, se surpreende porque recebeu no próprio pescoço o efeito de seu desconhecimento: as pessoas são não-todas domesticáveis. Que a reflexão gerada pelos diversos artigos deste número tão especial nos possibilite traçar diretrizes para a construção de um congresso conseqüente. Agradecemos a Hélio Lauar o cuidado pelo trabalho gráfico e aos colegas que prontamente atenderam a nosso pedido de apontarem suas diretrizes. Gilda Paoliello/ Vanda C.Pignataro Pereira Coordenadoras de Publicação da AMP Parâmetro para a variedade da clínica Anunciemos: o próximo Congresso Brasileiro de Psiquiatria será realizado, em Belo Horizonte, Minas Gerais, de 12 a 15 de outubro de 2005. Para nossa sorte já começa abençoado por Nossa Senhora Aparecida, nossa padroeira querida; no dia das crianças, trazendo neste cenário a troca de conhecimentos e a síntese das novas formas de atendimento. Em pleno feriado nacional, o que permite e facilita a todos organizar suas agendas para viajar e conhecer lugares e pessoas e para buscar novos conhecimentos. Tudo se encaixa perfeitamente no nosso tema: Diretrizes em psiquiatria, nova clínica, novas instituições novas intervenções. Sabemos que a psiquiatria tem ampliado seus conhecimentos em um ritmo acelerado nos últimos anos. Falamos hoje uma linguagem que vai do sujeito ás neurociências.Há especialistas em infância e adolescência, adultos, geriatria, dependências químicas, forense, psicotera pias, psicofarma cologistas, interconsultas, etc... Como ficamos diante de tantos conhecimentos, com uma procura cada vez maior pela especialidade e com tantas interlocuções na área médica e nas áreas afins, as associações de classe, as instituições de pesquisa, universitárias e públicas freqüentemente são convocadas a criar parâmetros para a variedade da clinica, para as varias modalidades de instituições de saúde mental, para as intervenções farmacológicas, psicoterá picas, institucionais etc. Se, por um lado, as universa-lizações de conduta podem servir de pa râmetro para o exercício da profissão e para a comparação de dados de eficiência e eficácia nos tratamentos por outro lado precisamos garantir um espaço para o estilo de cada um, para uma ética que viabilize a escolha do psiquiatra por esta ou aquela corrente teórica e do paciente como aquilo que ele busca como forma de atendimento. É essa a proposta da Associação Brasileira de Psiquiatria, em conjunto com a Associação Mineira de Psiquiatria. Esse é o nosso convite para todos os colegas do Brasil a estar conosco no XXIII Congresso Brasileiro de Psiquiatria e no X Congresso Mineiro de Psiquiatria, que erão realizados no MinasCentro, em Belo Horizonte. A ABP é o veículo intermediador entre as várias fontes de conhecimentos e os executores dos programas, na construção de um novo modelo assistencial, na promoção da saúde e na reflexão sobre a mente humana, com intuito de humanizar e melhorar em todos os níveis o atendimento e o tratamento psiquiátrico. Maria Cristina Oliveira Contigli Presidente da Associação Mineira de Psiquiatria
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e a Associação Mineira de Psiquiatria (AMP) têm o prazer de convidar psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, estudantes e demais profissionais da saúde, para o maior evento científico da psiquiatria brasileira. A Comissão organizadora do Congresso (COMOR) está composta por Marco Antonio Alves Brasil, Cristina Contigli, Gilda Paolielo, Josimar França, Luiz Alberto Hetem, Maurício Leão. A Comissão científica (COCIEN) está composta por Itiro Shirakawa, Hélio Lauar, Luciana Carvalho, Maria Tavares Cavalcanti, Maurício Viotti Daker, Rogério Wolf de Aguiar. O tema oficial do Congresso foi escolhido para atender a expectativa da especialidade e dos profissionais da saúde mental de trabalhar a partir de diretrizes científicas e sociais pactuadas pela ABP, capazes de criar parâmetros para a nova clínica, rotinas para o funcionamento das novas instituições, permitindo a troca de experiência a partir das novas intervenções e dos seus resultados. Belo Horizonte foi escolhida como sede para o evento e está apta a receber todos os interessados com conforto e praticidade. Presidente da Associação Mineira de Psiquiatria Diretrizes em Psiquiatria nova clínica novas instituições novas intervenções Sejam todos bem-vindos! Marco Antônio Alves Brasil Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Maria Cristina Contigli PÁGINA 3
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