Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
eceptor. Sendo assim, cada contexto sócio-comunicativo requer uma produção <strong>de</strong> texto<br />
mais pertinente a si mesmo. A esse fator <strong>de</strong>nominamos situacionalida<strong>de</strong>.<br />
Todo texto tem como característica peculiar a função referencial da linguagem, ou<br />
seja, ele informa sobre algo. Por isso, o autor <strong>de</strong>ve fornecer ao leitor uma suficiência <strong>de</strong><br />
dados necessários à compreensão do texto. A esse fator <strong>de</strong>nominamos informativida<strong>de</strong>.<br />
A lingüista Júlia Kristeva <strong>de</strong>clara que o texto é um mosaico <strong>de</strong> citações. Isto significa<br />
que não produzimos um texto do nada; todo texto é fruto das informações e conhecimentos<br />
prévios que possuímos. Sendo assim, a leitura <strong>de</strong> mundo e <strong>de</strong> palavra escrita é <strong>de</strong>terminante<br />
para a produção textual. Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN, que traçam<br />
diretrizes para o ensino das escolas brasileiras, informam a ineficácia do estudo da gramática<br />
normativa para formar leitores e produtores <strong>de</strong> texto. Segundo os PCN, é a leitura que subsidia<br />
o produtor <strong>de</strong> textos no exercício da criação. Desta forma, não há como não aparecerem<br />
implicitamente ou explicitamente – por meio <strong>de</strong> citações, paródias ou pastiches - outros<br />
textos em um texto. A esse fator <strong>de</strong>nominamos intertextualida<strong>de</strong>.<br />
Coesão e Coerência: A Construção <strong>de</strong> Sentidos e seus<br />
Mecanismos<br />
A coerência é o fator responsável pelo estabelecimento do sentido no texto, pois a<br />
partir <strong>de</strong>la ocorre o acerto das partes com relação ao todo. Um texto sem coerência per<strong>de</strong><br />
o princípio da interpretabilida<strong>de</strong> textual, ou seja, torna-se não-inteligível em relação a situação<br />
comunicativa. Como afirmado anteriormente, o texto é como um mosaico, pois se constitui<br />
<strong>de</strong> elementos diversos e diferentes entre si; todavia,z o entrelaçamento <strong>de</strong>stas partes forma<br />
uma unida<strong>de</strong>. A coerência é estabelecida nas relações entre os usuários do texto.<br />
Tipos <strong>de</strong> coerência:<br />
a) Semântica: relação entre os significados.<br />
“Vamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sermos egoístas e pensarmos um pouco mais em nós mesmos”.<br />
O significado do termo egoísta refere-se ao indivíduo pensar e agir apenas em prol<br />
<strong>de</strong> si mesmo, se o autor propõe que não se pense em si mesmo somente, como ele po<strong>de</strong><br />
conclamar a “pensarmos mais em nós mesmo” que é a mesma coisa?<br />
Forma coerente: Vamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser egoístas e pensar mais nos outros.<br />
b) Sintática: uso <strong>de</strong> recursos sintáticos.<br />
“O Renato é meu filho, mas ele se parece comigo”.<br />
Muitas vezes, não sabemos usar os recursos lingüísticos, pois <strong>de</strong>sconhecemos os<br />
significados das preposições, conjunções, etc. Por exemplo, a conjunção “mas” dá a idéia<br />
<strong>de</strong> oposição. Assim, espera-se encontrá-la entre duas orações que se oponham ou se<br />
contradigam. Se Renato é filho <strong>de</strong> alguém, espera-se que ele se pareça com alguém, não<br />
há nenhuma contradição nisso. Haveria se Renato não se parecesse.<br />
Forma coerente: O Renato é meu filho, por isso ele se parece comigo.<br />
c) Estilística: a<strong>de</strong>quação do texto ao estilo ou registro pertinente.<br />
“Prezado Antônio, neste momento quero expressar meus sentimentos por seu pai ter<br />
vestido o paletó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, ter ido comer capim pela raiz....”.<br />
35