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Leia o texto abaixo referenciado:<br />

Ativida<strong>de</strong><br />

Ativida<strong>de</strong><br />

Orientada<br />

Orientada<br />

Gravi<strong>de</strong>z na adolescência<br />

Dr. Nelson Vitiello<br />

A gravi<strong>de</strong>z da mulher jovem não é um problema exclusivo <strong>de</strong> nossos dias; ao analisar<br />

a história familiar, a maioria <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong>rá constatar que até 2 ou 3 gerações os casamentos<br />

e gestações precoces eram comuns. Nossas avós casavam-se aos 15 ou 16 anos e<br />

começavam a procriar, nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pu<strong>de</strong>sse ser<br />

um problema, pois essas gestações eram <strong>de</strong>sejadas. O que se tem constituído em<br />

preocupação, nos dias atuais, é o crescente número <strong>de</strong> gestações in<strong>de</strong>sejáveis e in<strong>de</strong>sejadas<br />

(ou talvez melhor dito “inoportunas”), surgidas como um “efeito colateral” do exercício mais<br />

ou menos <strong>de</strong>sorientado da sexualida<strong>de</strong> entre as adolescentes atuais que, pelas suas próprias<br />

características, na maioria das vezes ainda não são capazes <strong>de</strong> avaliar e <strong>de</strong> assumir os<br />

riscos e as conseqüências <strong>de</strong>ssa vida sexual ativa.<br />

O problema da gestação in<strong>de</strong>sejada entre adolescentes passou a se tornar importante<br />

a partir da década <strong>de</strong> 60. Nessa época, como resultado da revolução <strong>de</strong> costumes então<br />

ocorrida, houve maior liberalização do exercício da sexualida<strong>de</strong>, que resultou em aumento<br />

da freqüência <strong>de</strong> gestações in<strong>de</strong>sejáveis entre adolescentes.<br />

Dentre os inúmeros fatores que contribuíram para essa situação, os mais importantes<br />

sem dúvida têm sido o uso e abuso da sensualida<strong>de</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa<br />

e as visíveis mudanças nos costumes e na constituição das famílias, conseqüentes à<br />

acelerada urbanização. Além disso, ocorreu também uma perda da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle<br />

sobre a sexualida<strong>de</strong> das jovens, pois o ambiente das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s não mais permite<br />

que nelas funcionem os tradicionais meios sociais e familiares <strong>de</strong> controle.<br />

Tivemos assim nas últimas décadas um meio social que estimula os jovens<br />

(especialmente as mulheres adolescentes) ao início da vida sexual ativa, sem, no entanto<br />

prepará-los para o exercício consciente <strong>de</strong>ssa sexualida<strong>de</strong>. Como seria <strong>de</strong> se esperar,<br />

essa situação resultou num gran<strong>de</strong> aumento da freqüência <strong>de</strong> doenças sexualmente<br />

transmissíveis e <strong>de</strong> gestações in<strong>de</strong>sejadas.<br />

No Brasil, embora não existam estatísticas globais, dados do IBGE nos dão conta<br />

que ocorrem cerca <strong>de</strong> 600 mil partos adolescentes por ano, aos quais <strong>de</strong>vemos acrescentar<br />

no mínimo outras 500 mil gestações que terminam em abortamento provocado.<br />

Outra cruel faceta do problema é a do filho socialmente in<strong>de</strong>sejado. A ina<strong>de</strong>quação<br />

social <strong>de</strong>ssas crianças, muitas vezes abandonadas e mal amadas, é importante causa <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong> infantil e <strong>de</strong> <strong>de</strong>linqüência juvenil.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista orgânico, as pesquisas mais recentes vêm mostrando que as<br />

complicações não são importantes, sendo os riscos, na verda<strong>de</strong>, muito mais psicológicos<br />

e sociais do que propriamente físicos. Tanto é assim que a gestação transcorre praticamente<br />

sem problemas, quando <strong>de</strong>sejada e em situação socialmente favorável. Gestantes<br />

adolescentes têm, por exemplo, maior freqüência <strong>de</strong> elevação da pressão arterial; esse<br />

quadro, no entanto, se a<strong>de</strong>quadamente assistido não leva a conseqüências sérias. Outros<br />

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