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FORMATOS TEXTUAIS OU GÊNEROS REDACIONAIS<br />
Há três formatos textuais presentes no cotidiano escolar no que se refere à prática<br />
<strong>de</strong> produção do texto escrito. Estes textos são apresentados sob a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> redações<br />
por isso são chamados <strong>de</strong> gêneros redacionais ou gêneros escolares. São eles a narração,<br />
a <strong>de</strong>scrição e a dissertação.<br />
A narração é um relato <strong>de</strong> fatos, acontecimentos. Apresenta fatos vivenciados por<br />
personagens, organizados numa <strong>de</strong>terminada seqüência temporal. Por isso, a presença<br />
<strong>de</strong> elementos como narrador, personagem, enredo, cenário, tempo, espaço é fundamental<br />
para a constituição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> texto.<br />
A narração organiza-se geralmente a partir da apresentação <strong>de</strong> um conflito, do uso<br />
<strong>de</strong> verbos <strong>de</strong> ação e da freqüência do diálogo direto e o indireto. Geralmente, é mesclada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrições.<br />
O texto <strong>de</strong> Manuel Ban<strong>de</strong>ira é uma narração, pois possui todos os elementos<br />
constituintes do texto narrativo; é um relato <strong>de</strong> evento.<br />
Poema tirado <strong>de</strong> uma notícia <strong>de</strong> jornal<br />
João Gostoso era carregador <strong>de</strong> feira-livre e morava no morro da Babilônia<br />
num barracão sem número<br />
Uma noite ele chegou no bar Vinte <strong>de</strong> Novembro<br />
Bebeu<br />
Cantou<br />
Dançou<br />
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo <strong>de</strong> Freitas e morreu afogado.<br />
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. In: YOUSSEF, Samira Campe<strong>de</strong>lli . Gramática do<br />
texto, texto da gramática. São Paulo: Saraiva, 1999, p.270.<br />
A <strong>de</strong>scrição é um retrato <strong>de</strong> pessoas, ambientes e objetos. Neste formato textual<br />
ocorre a predominância <strong>de</strong> adjetivos e dos verbos <strong>de</strong> ligação. Freqüente faz-se o emprego<br />
<strong>de</strong> metáforas, comparações e outras figuras <strong>de</strong> linguagem com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caracterizar<br />
<strong>de</strong> forma profunda o objeto, coisa ou ser <strong>de</strong>scrito.<br />
Um auto-retrato é uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> si mesmo. Perceba a presença <strong>de</strong> vários<br />
adjetivos no texto <strong>de</strong> Juca Chaves, além do uso <strong>de</strong> figuras <strong>de</strong> linguagem como a antítese<br />
‘milionário em senso <strong>de</strong> humorista x duro sem dinheiro’.<br />
Auto-retrato<br />
Simpático, romântico, solteiro,<br />
autodidata, poeta, socialista.<br />
Da classe 38, reservista,<br />
<strong>de</strong> outubro, 22, Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Com bossa <strong>de</strong> qualquer bom brasileiro,<br />
possuo o sangue quente <strong>de</strong> um artista.<br />
Sou milionário em senso <strong>de</strong> humorista,<br />
mas juro que estou duro sem dinheiro.<br />
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