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comportamento | mãe
O QUE PASSA NA CABEÇA DELAS
Mãe perfeita não pensa bobagens, diz uma regra
social não escrita. Mais ainda. Mãe que é mãe é
aquela que não tem tempo para cuidar de si nem
fazer nada que goste sem a presença do filho, certo?
Errado. Mãe de três filhos e produtora de cinema, a
americana Romi Lassally lançou há dois anos um site
em que mulheres podem extravasar sentimentos
geralmente inconfessáveis sobre a maternidade.
O True Mom Confessions (em português,
“confissões verdadeiras de mães”) recebe hoje
2 milhões de page views por mês e virou livro
(www.truemomconfessionsbook.com) com a
impressionante tiragem inicial de 100 mil exemplares.
As confissões são variadas. Elas se queixam da falta
de colaboração dos maridos, das crianças e de tempo
para si mesmas. Às vezes, admitem suas falhas, como
esquecer de pegar o filho na escola. Para Romi, o ideal
de mãe perfeita desintegrou-se. “Simplesmente não
existe um padrão. Ser uma boa mãe é fazer o que se
pode fazer, sem pressionar a si própria na direção de
um modelo ridículo e inatingível”, afirma a escritora.
der a delegar funções. P or que sempre é você quem
tem de sair cor rendo do trabalho para comprar um
presente para o filho le var à f esta de aniver sário do
amigo? Recor rer ao marido ou pedir uma mãozinha
para os a vós não fará dif erença no diagnóstico médico
da criança. O mesmo vale para aquelas que passam
o fim de semana limpando a casa e ar rumando
os armários. Contratar uma faxineira garante mais tempo
para conviver com a família ou dedicar-se a alguns
prazeres pessoais.
Cuide de si mesma: De nada adianta tanta correria se
você vive de mau humor , cansada, impaciente e brigando
com o mundo. P ermita-se, de vez em quando,
visitar suas amigas, jogar conversa fora com a vizinha
ou passar a tarde de sábado no salão de beleza dando
um trato no visual. “O que falta para a mulher de hoje
ser mais feliz e plena é ter mais cuidados consigo, mas
Coop Revista | 18 | Maio 2009
CONHEÇA ALGUMAS
DAS CONFISSÕES DE MÃES
Eu sou mãe 24 horas por dia.
Estou de saco cheio. Meus
filhos estariam melhor numa creche.”
“Ser mãe engorda.”
“Preferiria ser mãe solteira. Assim
não contaria com marido e não ficaria
deprimida por ele não me ajudar.
Eu não quero que meu filho seja como
o pai. Egoísta, centrado nele mesmo
e um zero nas tarefas domésticas.”
“Tenho inventado uma história mais
rápida para que o livro que leio à noite
para minha filha acabe rápido.
Ela demora demais para dormir.
não pelas pessoas à sua volta. Apenas para agradar a
si mesma em primeiro lugar”, defende Olga Tessari.
Como nossas mães
““
A inserção da mulher no mercado de trabalho, seja
por opção ou necessidade financeira, acarretou mudanças
significativas no con vívio familiar, que contribuíram
para o declínio do sistema patriarcal e da hegemonia
masculina. F rente a essa no va realidade, o
pai passou a par ticipar nos cuidados e na educação
dos filhos e também na divisão das tarefas. P orém o
descompasso entre esses dois fenômenos ainda é evidente.
Segundo Maria Regina, pesquisas recentes
apontam crescimento acelerado no número de mulheres
no mercado de trabalho, enquanto a par ticipação
masculina dentro de casa e com as crianças vem crescendo
de forma muita lenta e gradual.