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capa | inveja<br />
história | sorvete<br />
fazer lembrar , de uma f orma ou de outra, que não<br />
estamos conseguindo atingir nossas metas de vida.<br />
Não é à toa, portanto, que encontra ter reno fér til no<br />
núcleo familiar, no ambiente de trabalho e nas rodas<br />
de amigos. Segundo especialistas, dificilmente teremos<br />
in veja de celebridades como Gisele Bündchen,<br />
que concentra todos os atributos cobiçados pela maioria<br />
dos mor tais: beleza, sucesso profissional, fama e<br />
dinheiro. Podemos até sentir uma pontinha, mas que<br />
passa tão rápido quanto a modelo cr uza a passarela.<br />
“O mal não é sentir in veja, é cultivá-la”, afirma a psicóloga<br />
Rosemeire Zago. Emoção das mais primitivas<br />
e geralmente negada por todos, a inveja tem sua origem<br />
no mecanismo da comparação. “Nunca ha verá<br />
inveja se não houver comparação”, assegura Rosemeire<br />
Zago.<br />
Inveja não é hereditária, mas pode ser transmitida no<br />
dia-a-dia pela família, ainda que de f orma indireta e<br />
inconsciente. Pais que costumam comparar o fracasso<br />
do filho na escola ao sucesso do primo (que sempre<br />
tira nota 10 nas pro vas) estão de cer ta forma semeando<br />
o broto da in veja no emocional da criança.<br />
Quanto mais comparações, mais essa imperfeição vai<br />
se fortalecendo e abrindo seu leque de atuação.<br />
Olho gordo tem proteção<br />
Patuá, pé de coelho, olho de cabra, óleo benzido, fitinha<br />
ver melha, banho de sal grosso e figa. Seja qual<br />
for o recur so utilizado para afastar<br />
mau-olhado,<br />
observe primeiro<br />
se não é você<br />
quem está<br />
atraindo a inveja<br />
para o<br />
seu lado.<br />
Muita gente tem por hábito<br />
alardear todas as coisas boas que acontecem em<br />
sua vida. Se compram um car ro novo ou são promovidas<br />
no emprego, contam a no vidade aos quatro cantos<br />
do mundo. Em contrapar tida, nunca comentam<br />
seus deslizes ou fracassos, formando uma imagem de<br />
Coop Revista | 08 | Maio <strong>2009</strong><br />
SER OU NÃO SER?<br />
Ainda dá para jurar que você<br />
nunca sentiu ou sente inveja?<br />
O primeiro passo para diminuir a ação do sentimento,<br />
afirmam especialistas em comportamento, é assumir<br />
sua existência, para poder, em seguida, transformá-la.<br />
A tarefa não é fácil, segundo Silvana Martani, pois para<br />
muitos a inveja é uma fraqueza e um sentimento<br />
pequeno e mesquinho. “Mas é apenas uma emoção<br />
humana que deve ser trabalhada e resolvida”, explica.<br />
“É muito mais fácil uma pessoa demonstrar indiferença<br />
ou desprezo pela conquista do outro do que assumir que,<br />
no fundo, sente inveja por desejar obter o que ele tem”,<br />
acrescenta Rosemeire Zago. Observe:<br />
Um dos caminhos para se livrar do monstro de olhos<br />
verdes é ter em mente que todos somos capazes de nos<br />
transformar naquilo que gostaríamos de ser. “Para isso, o<br />
autoconhecimento é fundamental”, revela Zago. Se não<br />
conseguir por conta própria, busque ajuda especializada.<br />
estrela que só brilha. T alvez por isso é que existe a<br />
crença popular de que não de vemos contar algo bom<br />
antes que aconteça.<br />
Mas, sem dúvida, o principal prejudicado nessa história<br />
toda é o in vejoso. Além de destr utiva, a inveja não<br />
produz mudanças, diminui a autoestima, destrói o crescimento<br />
pessoal e contamina o indivíduo com ódio,<br />
segundo Rosemeire Zago. Também há uma tendência<br />
a supervalorizar o outro com tudo o que ele tem e, por<br />
tabela, desvalorizar o que nós mesmos temos. A in veja<br />
geralmente surge do sentimento de incapacidade,<br />
como se só o outro tivesse atributos e vir tudes, que a<br />
pessoa acredita não ter. E, ocupada em observar o outro,<br />
não se dá conta de que cada um tem seus próprios<br />
dons que precisam ser desen volvidos.<br />
Consultoria: Silvana Martani, psicóloga da Clínica de Endocrino-<br />
logia do Hospital Real Beneficência Portuguesa e autora do livro<br />
Uma Viagem pela Puberdade; Rosemeire Zago, psicóloga clínica<br />
com abordagem junguiana, de São Paulo; e Alberto Alvarães,<br />
consultor em Gestão de Pessoas, especialista no estudo de Cultura,<br />
Clima e Comportamento Organizacional.