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!Escritamaio2009-1.qxd 5/5/2009 2:24 PM Page 13 Descubra suas próprias qualidades. As pessoas desenvolvem a inveja porque não reconhecem as vantagens que possuem. Aprenda a olhar no espelho para descobrir o que há de bom em você. Isso pode ser um pouco difícil no começo, devido à baixa autoestima frequentemente encontrada em invejosos. Uma dica é perguntar para quem convive com você quais são suas qualidades (não defeitos). Assim fica mais fácil descobrir e trabalhar o que há de bom para ser trabalhado. Sentiu inveja da nova parceira de trabalho? Então pratique esse exercício. Observe o que você gosta na pessoa: é a aparência, a família, os amigos ou a felicidade que você acha que ela sente? Será que você não exagerou ao imaginar como é o dia-a-dia dela? É que temos o costume de idealizar a vida daquele que invejamos e, quando vemos friamente a situação, percebemos que não é tão cor-de-rosa assim, que existem dificuldades e problemas. A partir daí, tente transformar a inveja em admiração. Ou seja, em vez de odiar o outro pelo que ele tem, tente encará-lo como um exemplo a ser seguido. SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA... Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume, que fugia rápido, com medo de ser engolido. Cansado de tanto correr, o vaga-lume parou e disse à cobra: – Posso lhe fazer três perguntas? – Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou devorar você mesmo, pode perguntar... – Pertenço a sua cadeia alimentar? – Não. – Eu fiz algum mal para você? – Não. – Então, por que você quer acabar comigo? – Porque não suporto ver você brilhar.
!Escritamaio2009-1.qxd 5/5/2009 1:43 PM Page 12 capa | inveja história | sorvete fazer lembrar , de uma f orma ou de outra, que não estamos conseguindo atingir nossas metas de vida. Não é à toa, portanto, que encontra ter reno fér til no núcleo familiar, no ambiente de trabalho e nas rodas de amigos. Segundo especialistas, dificilmente teremos in veja de celebridades como Gisele Bündchen, que concentra todos os atributos cobiçados pela maioria dos mor tais: beleza, sucesso profissional, fama e dinheiro. Podemos até sentir uma pontinha, mas que passa tão rápido quanto a modelo cr uza a passarela. “O mal não é sentir in veja, é cultivá-la”, afirma a psicóloga Rosemeire Zago. Emoção das mais primitivas e geralmente negada por todos, a inveja tem sua origem no mecanismo da comparação. “Nunca ha verá inveja se não houver comparação”, assegura Rosemeire Zago. Inveja não é hereditária, mas pode ser transmitida no dia-a-dia pela família, ainda que de f orma indireta e inconsciente. Pais que costumam comparar o fracasso do filho na escola ao sucesso do primo (que sempre tira nota 10 nas pro vas) estão de cer ta forma semeando o broto da in veja no emocional da criança. Quanto mais comparações, mais essa imperfeição vai se fortalecendo e abrindo seu leque de atuação. Olho gordo tem proteção Patuá, pé de coelho, olho de cabra, óleo benzido, fitinha ver melha, banho de sal grosso e figa. Seja qual for o recur so utilizado para afastar mau-olhado, observe primeiro se não é você quem está atraindo a inveja para o seu lado. Muita gente tem por hábito alardear todas as coisas boas que acontecem em sua vida. Se compram um car ro novo ou são promovidas no emprego, contam a no vidade aos quatro cantos do mundo. Em contrapar tida, nunca comentam seus deslizes ou fracassos, formando uma imagem de Coop Revista | 08 | Maio 2009 SER OU NÃO SER? Ainda dá para jurar que você nunca sentiu ou sente inveja? O primeiro passo para diminuir a ação do sentimento, afirmam especialistas em comportamento, é assumir sua existência, para poder, em seguida, transformá-la. A tarefa não é fácil, segundo Silvana Martani, pois para muitos a inveja é uma fraqueza e um sentimento pequeno e mesquinho. “Mas é apenas uma emoção humana que deve ser trabalhada e resolvida”, explica. “É muito mais fácil uma pessoa demonstrar indiferença ou desprezo pela conquista do outro do que assumir que, no fundo, sente inveja por desejar obter o que ele tem”, acrescenta Rosemeire Zago. Observe: Um dos caminhos para se livrar do monstro de olhos verdes é ter em mente que todos somos capazes de nos transformar naquilo que gostaríamos de ser. “Para isso, o autoconhecimento é fundamental”, revela Zago. Se não conseguir por conta própria, busque ajuda especializada. estrela que só brilha. T alvez por isso é que existe a crença popular de que não de vemos contar algo bom antes que aconteça. Mas, sem dúvida, o principal prejudicado nessa história toda é o in vejoso. Além de destr utiva, a inveja não produz mudanças, diminui a autoestima, destrói o crescimento pessoal e contamina o indivíduo com ódio, segundo Rosemeire Zago. Também há uma tendência a supervalorizar o outro com tudo o que ele tem e, por tabela, desvalorizar o que nós mesmos temos. A in veja geralmente surge do sentimento de incapacidade, como se só o outro tivesse atributos e vir tudes, que a pessoa acredita não ter. E, ocupada em observar o outro, não se dá conta de que cada um tem seus próprios dons que precisam ser desen volvidos. Consultoria: Silvana Martani, psicóloga da Clínica de Endocrino- logia do Hospital Real Beneficência Portuguesa e autora do livro Uma Viagem pela Puberdade; Rosemeire Zago, psicóloga clínica com abordagem junguiana, de São Paulo; e Alberto Alvarães, consultor em Gestão de Pessoas, especialista no estudo de Cultura, Clima e Comportamento Organizacional.
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