Tutela Colectiva em Portugal: Uma breve resenha - Verbo Jurídico
Tutela Colectiva em Portugal: Uma breve resenha - Verbo Jurídico
Tutela Colectiva em Portugal: Uma breve resenha - Verbo Jurídico
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RODRIGO REIS MAZZEI TUTELA COLECTIVA EM PORTUGAL: UMA BREVE RESENHA<br />
verbojuridico.net | 36<br />
“No mundo de hoje, todo o movimento válido de pensamento, toda a concepção que<br />
efetivamente reflita as renovadas exigências sociais tende, ainda mais do que pudesse<br />
acontecer <strong>em</strong> outros t<strong>em</strong>pos, a deitar por terra os limites dos países isolados ou<br />
nacionais e a assumir um alcance de tendência universal. Em resumo, há profunda e<br />
irresistível tendência para a unidade e esta tendência se reflete necessariamente<br />
também no mundo do direito e de seus substituídos.” 80<br />
Forçoso, pois, reconhecer a importância do contínuo estudo da tutela coletiva portuguesa, já que,<br />
pelas congruências, experiências poderão ser compartilhadas, criando-se uma uniformização<br />
saudável, naquilo que for viável e possível.<br />
A pretensão de ter um sist<strong>em</strong>a coletivo próprio, desprezando as influências e experiências<br />
comparadas, importa <strong>em</strong> adotar uma posição que renega a própria essência da tutela de massa, que<br />
é universal e visa, acima de tudo, a prevalência do Estado D<strong>em</strong>ocrático, do prestígio ao hom<strong>em</strong><br />
enquanto partícipe de uma sociedade. Por tal passo, ratificamos integralmente as palavras de<br />
Couture quando afirmou:<br />
“El derecho procesal de la d<strong>em</strong>ocracia debe eliminar las bases del individualismo y<br />
formular todo un sist<strong>em</strong>a que sea la expresión misma de este régimen, que es el de la<br />
defensa de nuestra propia condición humana. (..) Por dramático que sea, deb<strong>em</strong>os<br />
decidir nuestro destino justamente ante la angustia de un mundo que se está<br />
derrumbando. El justo equilibrio entre el poder y el hombre seguirá siendo, por siglos,<br />
la única fórmula viva del derecho.” 81<br />
80<br />
Mauro Cappelletti, O processo civil no direito comparado, tradução de Hiltomar Martins de Oliveira, Belo Horizonte: Cultura<br />
Jurídica; Líder, 2001, p. 102.<br />
81<br />
Eduardo Couture, Estudios de derecho procesal civil, 4. ed., Buenos Aires: Depalma, 2003, v. 1, p. 237.