Tradução de Ester Cortegano - Saída de Emergência
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que pessoa inacreditável, realmente. A tentar seduzir um homem que vai<br />
casar daqui a uma hora e meia. Mas tem alguma i<strong>de</strong>ia do que isto vai fazer<br />
à minha irmã?<br />
— Jeannie, Jeannie, não po<strong>de</strong>s fazer isso — disse Dominic apressadamente.<br />
— Não po<strong>de</strong>s contar à Annabel, não po<strong>de</strong>s.<br />
Tara, profundamente chocada, gemeu:<br />
— Eu não estava a tentar seduzi-lo. Juro, nem queria que ele me beijasse!<br />
— Já chega, Tara. — O tom <strong>de</strong> Dominic era <strong>de</strong> compaixão. — Só estás<br />
a tornar as coisas piores para o teu lado.<br />
— Mas eu nunca faria uma coisa <strong>de</strong>ssas — protestou ela para Jeannie.<br />
— Não sou esse tipo <strong>de</strong> pessoa.<br />
O lábio superior <strong>de</strong> Jeannie ergueu-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdém e o seu olhar <strong>de</strong>sceu<br />
do rosto angustiado <strong>de</strong> Tara para o seu peito. Tara percebeu <strong>de</strong> súbito que,<br />
para além <strong>de</strong> ter o cabelo <strong>de</strong>spenteado e o batom esborratado, o botão <strong>de</strong><br />
cima do uniforme abrira-se. Outra vez.<br />
Céus, não havia dúvidas <strong>de</strong> que escolhia os melhores momentos.<br />
Com pesado sarcasmo, Jeannie disse:<br />
— Oh, não, claro que não. Não me diga, a verda<strong>de</strong> é que é uma freira.<br />
— Oh, por favor, tens <strong>de</strong> acreditar em mim, eu juro por Deus que não fi z<br />
nada <strong>de</strong> mal, foi ele, não eu!<br />
Daisy, sentada na berma da sua secretária, estava tão zangada que mal<br />
conseguia falar. Tara andava agitadamente em volta do seu escritório, <strong>de</strong><br />
olhos vermelhos, movimentos bruscos e o cabelo espetado como o <strong>de</strong> um<br />
periquito. Podia conhecer Tara há apenas três anos, mas tinham-se tornado<br />
gran<strong>de</strong>s amigas nesse tempo e, embora pu<strong>de</strong>sse ser muitas outras coisas,<br />
Tara não era <strong>de</strong>sonesta. Daisy conhecia os aspetos menos salubres do seu<br />
passado. Na pior das hipóteses, Tara era <strong>de</strong>masiado ingénua e crédula para<br />
o seu próprio bem. Mas não era mentirosa.<br />
— Olha, senta-te lá, claro que acredito em ti. — Os movimentos frenéticos<br />
<strong>de</strong> Tara começavam a <strong>de</strong>ixar Daisy tonta. — Mas temos <strong>de</strong> arranjar<br />
uma maneira <strong>de</strong> resolver isto tudo. A Annabel está lá em cima a recusar-se<br />
a sair do quarto. Insiste que o casamento está cancelado. Que raio, porque<br />
é que a perturbada da irmã <strong>de</strong>la não podia fi car <strong>de</strong> boca calada? Se está tão<br />
convencida que és tu a culpada disto tudo, porque é que tinha sequer <strong>de</strong> ir<br />
contar à Annabel o que viu? Se o Dominic era inocente, porque é que Annabel<br />
quer cancelar o casamento? Céus, quem é agora? — Suspirou quando<br />
bateram à porta. — Por favor, que não seja o Jerry Springer.<br />
Ou a mãe da noiva, pensou Tara, temerosa. Ou uma trupe <strong>de</strong> parentes<br />
furiosos, todos a rosnar como rottweilers e a clamar por sangue.<br />
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