Tradução de Ester Cortegano - Saída de Emergência
Tradução de Ester Cortegano - Saída de Emergência
Tradução de Ester Cortegano - Saída de Emergência
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
só, mas isso não era verda<strong>de</strong>. Havia que admitir, era a prostituta <strong>de</strong> um só<br />
cliente.<br />
Maggie suspirou. Não era isso que queria ser, mas qual era a alternativa?<br />
Se se recusasse a aceitar-lhe o dinheiro, ele <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> a visitar. E ela não<br />
queria que isso acontecesse. Ele era o ponto alto da sua semana. Se tivesse<br />
dinheiro, até pagaria para dormir com ele.<br />
Mas, pensou Maggie, não podia dar-se a esse luxo, e ele sabia-o. Era<br />
por isso que lhe <strong>de</strong>ixava dinheiro todas as semanas. E dinheiro que, não<br />
havia como negá-lo, lhe dava muito jeito.<br />
Tara <strong>de</strong>ixara uma das suas pulseiras <strong>de</strong> esmalte em cima do louceiro.<br />
Maggie pegou nela e encaminhou-se para as escadas. Não valia a pena <strong>de</strong>sejar<br />
que as coisas fossem diferentes, porque não eram. Tinha <strong>de</strong> aceitar o<br />
que era e tirar o melhor partido da situação. E, uma vez que era a prostituta<br />
<strong>de</strong> um só cliente, também tinha bastante trabalho a fazer. Para não falar da<br />
cama para fazer.<br />
No andar <strong>de</strong> cima, Maggie arrumou a pulseira no seu lugar, na caixa<br />
<strong>de</strong> joalharia em cima da cómoda <strong>de</strong> Tara. No momento seguinte, olhando<br />
<strong>de</strong> relance pela janela do quarto, soltou um involuntário gritinho <strong>de</strong> alarme.<br />
Tara vinha a <strong>de</strong>scer a High Street, na direção da casa.<br />
Santo Deus, porque estaria ela a regressar a casa àquela hora do dia?<br />
Como um relâmpago, Maggie atravessou rapidamente o patamar para<br />
o seu próprio quarto, <strong>de</strong>spiu a camisa <strong>de</strong> noite e enfi ou uma camisola preta<br />
e calças <strong>de</strong> ganga. Em vinte segundos, refi zera a cama, abrira as cortinas e<br />
passara uma escova pelo cabelo louro pela altura dos ombros. Pegou no<br />
cesto da roupa suja e carregou com ele pelas escadas abaixo. Quando a porta<br />
principal se abriu, estava <strong>de</strong> joelhos na cozinha a empurrar roupas freneticamente<br />
para a máquina <strong>de</strong> lavar.<br />
Uf, fora por pouco. O mais perto até então <strong>de</strong> ser apanhada, pensou<br />
Maggie com um arrepio <strong>de</strong> alívio. Imagine-se o horror se Tara tivesse chegado<br />
<strong>de</strong>z minutos antes. Ou, pior ainda, vinte minutos.<br />
Nem era bom pensar nisso.<br />
— Tara! Céus, que horas são? — Com simulado espanto, Maggie sentou-se<br />
sobre os calcanhares. — Pensei que estavas <strong>de</strong> serviço até às seis da<br />
tar<strong>de</strong>!<br />
— A Daisy mandou-me para casa. — Tara <strong>de</strong>ixou-se cair numa das<br />
ca<strong>de</strong>iras da cozinha e gemeu audivelmente, <strong>de</strong>masiado absorvida pela própria<br />
culpa para reparar na da tia. — Não vais acreditar no que aconteceu.<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sastre. Maggie, porque é que os homens são assim? Porque é que<br />
ainda nos importamos com eles? Não que tu te importes — emendou, passando<br />
os <strong>de</strong>dos pelo cabelo espetado. — E, <strong>de</strong>ixa-me que te diga, estás absolutamente<br />
certa. A partir <strong>de</strong> agora, juro por Deus, vou fazer como tu. Chega<br />
54