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a sociedade em seu contexto ―invisível‖, que, na realidade, se compõe de regras e<br />
ordens sociais, bem como dos modelos de instituições criadas arbitrariamente.<br />
Captamos, através de nossos sentidos espirituais, todos os tipos de energia oriunda<br />
da população. Através de nossos radares sensíveis e intuitivos, passamos a<br />
representar de forma inconsciente e automática um procedimento dissimulado sob<br />
a ação dessas forças poderosas.<br />
Maquilagens impecáveis, jóias reluzentes, perfumes caros, roupas da moda e<br />
óculos charmosos fazem parte do nosso arsenal de guerra para ludibriar e<br />
corromper, para avançar sinais e para comprar consciências. Não nos referimos<br />
aqui à alegria de estar bem-trajado e asseado, mas à maquiavélica intenção dos<br />
―túmulos caiados‖.<br />
Por não nos conhecermos em profundidade é que temos medo de nos<br />
mostrar como realmente somos.<br />
Num fenômeno psicológico interessante, denominado ―introjeção‖, que é<br />
um mecanismo de defesa por meio do qual atribuímos a nós as qualidades dos<br />
outros, fazemos o papel do artista famoso, dos modelos de beleza, das personagens<br />
políticas e religiosas, das figuras em destaque, dos parentes importantes e in-<br />
divíduos de sucesso, e por muito tempo alimentamos a ilusão de que somos eles,<br />
vivenciando tudo isso num processo inconsciente.<br />
Desse modo, nós nos portamos, vestimos, gesticulamos, escrevemos e<br />
damos nossa opinião como se fôssemos eles realmente, representando, porém, uma<br />
farsa psicológica.<br />
Ter duas ou mais faces resulta gradativamente em uma psicose da vida<br />
mental, porque, de tanto representar, um dia perdemos a consciência de quem<br />
somos e do que queremos na vida.<br />
Quanto mais notarmos os estímulos externos, influências culturais, físicas,<br />
espirituais e sociais em nós mesmos, nossas possibilidades de relacionamento com<br />
outras pessoas serão cada vez mais autênticas e sinceras. A comunicação efetiva de<br />
criatura para criatura acontecerá se não levarmos em consideração sexo, idade e<br />
nível socioeconômico. Ela se efetivará ainda mais seguramente sempre que<br />
abandonarmos por completo toda e qualquer obediência neurótica aos modelos