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mentais‖ arquivados no inconsciente profundo, que detonam em forma de<br />
obediência e servidão compulsória, para compensar o passado infeliz.<br />
A Psicologia, por seu turno, assevera que certos indivíduos desequilibrados<br />
por conflitos herdados na infância trazem enraizados em sua personalidade uma<br />
necessidade enorme de satisfazer seus ―sentimentos de mando‖ e ―de autoridade‖,<br />
sempre impondo ordens, métodos e regras que, obedecidos passivamente, lhes<br />
trazem um enorme prazer e satisfação.<br />
Essas pessoas ao entrarem em contato com personalidades submissas,<br />
compensarão sua neurose de ―dar ordens‖, e em muitos casos, somam ao seu<br />
impulso agressivo a ―neurose de autoridade‖, satisfazendo assim suas características<br />
sádicas, dominando e afligindo essas criaturas servis, por anos e anos.<br />
O ser humano que se sujeita a ordens de comando vive constantemente<br />
numa confusão mental, absorvendo na atmosfera íntima uma sensação de ―não ter<br />
agradado o suficiente‖. Numa tentativa inútil de cumprir e concordar com ordens<br />
recebidas, cai quase sempre na decepção, na revolta e na indignação, pois esperava<br />
receber amor e consideração pela obediência executada.<br />
Muitos de nós tivemos pais que nunca se importaram em nos ―impor<br />
limites‖, fatores indispensáveis para que a criança aprenda a conhecer o ―não‖,<br />
evitando a ilusão de que terá tudo a seu dispor e que jamais encontrará obstáculos e<br />
dificuldades.<br />
Viver querendo ter sempre nossos desejos realizados e executados é ―exigir<br />
obediência‖, a qualquer preço, daqueles que nos cercam.<br />
Paralelamente, com o passar do tempo, essa postura pode se tornar inversa.<br />
Ao invés de exigirmos sujeição de todos os nossos pontos de vista, passamos a<br />
―nunca dizer não‖, sempre tentando satisfazer os outros, sempre dizendo ―sim‖,<br />
ainda que precisemos ir às últimas conseqüências.<br />
Por outro lado, uma pessoa que ―nunca diz não‖ só pode ser ―desonesta‖,<br />
porque diz que ―faz‖ e ―dá‖ muito mais do que ―tem‖ e ―pode‖, expondo-se<br />
sempre ao risco de ser tachada de hipócrita e, além de tudo, de não realizar sua<br />
própria missão na Terra, porque se arvorou em correr atrás das realizações dos<br />
outros.