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Imposições<br />
Capítulo 8, item 8<br />
“... Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem. O<br />
que sai da boca parte do coração, e é o que torna o homem impuro...”<br />
“... mas comer sem ter lavado as mãos não é o que torna um homem impuro...”<br />
(Capítulo 8, item 8.)<br />
Os costumes de uma época refletem de tal maneira sobre os indivíduos que<br />
eles passam a vê-los primeiramente como ―normas sociais‖, depois como ―valores<br />
morais‖, culminando finalmente como ―ordens divinas‖.<br />
A liberdade de pensar e agir é um dos direitos mais sagrados do homem e,<br />
portanto, asas poderosas para o seu adiantamento espiritual. Liberdade da qual ele<br />
nunca deverá abrir mão, em hipótese alguma. Pessoas amarradas por normas<br />
opressoras mal podem respirar o ar de suas próprias idéias e mal podem se<br />
locomover para o crescimento interior, porque aspirações são anuladas, gestos são<br />
vigiados, anseios são negados constantemente.<br />
―Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do<br />
homem.‖ - adverte Jesus de Nazaré às criaturas de seu tempo, que se apegaram às<br />
práticas e regulamentos preestabelecidos pelos homens e dos quais eles mesmos,<br />
por ser pessoas ortodoxas e intolerantes, faziam ―casos de consciência.<br />
Os judeus, por confundirem freqüentemente leis divinas com leis civis,<br />
atribuíam ao costume de lavar as mãos antes das refeições, à circuncisão, às<br />
questões do sábado e a outras tantas situações sociais, motivos geradores de<br />
polêmicas religiosas, porque se prestavam mais às práticas exteriores do que aos<br />
verdadeiros anseios de renovação das almas.