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a leitura do texto literário ea busca da identidade: leitores na ... - UEM

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No último nível de <strong>leitura</strong>, mo<strong>do</strong>s secundários de ler, temos a discussão crítica e<br />

dialógica <strong>do</strong>s <strong>texto</strong>s e <strong>da</strong>s experiências de <strong>leitura</strong> entre os alunos. Esse momento <strong>da</strong><br />

<strong>leitura</strong> não é r<strong>ea</strong>liza<strong>da</strong> no projeto, uma vez que seu público-alvo é constituí<strong>do</strong> de<br />

homens adultos entre 18 e 60 anos, com formação escolar que varia de 5ª a 8ª série, ou<br />

seja, não tiveram acesso à educação formal.<br />

À meto<strong>do</strong>logia, segue-se a aplicação prática <strong>da</strong>s ofici<strong>na</strong>s de <strong>leitura</strong> e produção.<br />

ANÁLISE DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS<br />

Nessa etapa, serão trabalha<strong>do</strong>s os <strong>texto</strong>s referentes à coletân<strong>ea</strong> <strong>do</strong>is, como o<br />

proposto anteriormente. A turma é composta por onze alunos sen<strong>do</strong> que, desses, ape<strong>na</strong>s<br />

quatro entregaram os <strong>texto</strong>s que servirão como fonte de nossos estu<strong>do</strong>s. Esta é uma <strong>da</strong>s<br />

dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s no decorrer <strong>do</strong> projeto <strong>na</strong> Penitenciária Estadual de Maringá,<br />

ou seja, o trabalho é r<strong>ea</strong>liza<strong>do</strong> com uma clientela especial e são vários os fatores que<br />

levam ao atraso para receber o material produzi<strong>do</strong>, além <strong>da</strong> flutuação <strong>do</strong>s participantes<br />

que, muitas vezes, estão participan<strong>do</strong> de outras ativi<strong>da</strong>des, ou estão impedi<strong>do</strong>s de<br />

freqüentar as ofici<strong>na</strong>s por motivos discipli<strong>na</strong>res.<br />

De uma maneira em geral, sabemos que o mo<strong>do</strong> de <strong>leitura</strong> proposto pelo<br />

educa<strong>do</strong>r alemão constitui-se de uma fase primária (o <strong>texto</strong> para MIM) que pressupõe<br />

uma fase secundária (constituição coletiva de significa<strong>do</strong>). Nesta fase secundária, o<br />

leitor elabora o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>texto</strong>, assumin<strong>do</strong>-se subjetivamente e, no confronto com<br />

outros significa<strong>do</strong>s, no caso, aqueles produzi<strong>do</strong>s pelos companheiros, aprende a<br />

defender suas propostas de <strong>leitura</strong> perante os colegas.<br />

Assim, <strong>do</strong>s quatros <strong>texto</strong>s produzi<strong>do</strong>s, ape<strong>na</strong>s um se aproximou <strong>do</strong> que<br />

chamamos de constituição coletiva de significa<strong>do</strong>. Na maioria de suas <strong>leitura</strong>s, os<br />

participantes recontaram o enre<strong>do</strong> <strong>da</strong>s <strong>na</strong>rrativas li<strong>da</strong>s em sala de aula, pouco ou <strong>na</strong><strong>da</strong><br />

acrescentan<strong>do</strong> sobre possíveis temáticas ou interpretações. Dessa maneira,<br />

preocuparam-se em <strong>na</strong>rrar eventos:<br />

O Peru de Natal, de Mário de Andrade, trás como perso<strong>na</strong>gens, uma<br />

família e seus indesejáveis parentes, que sempre tinham mais atenção<br />

<strong>do</strong> pai durante as visitas <strong>do</strong> que <strong>do</strong>s filhos, que se chat<strong>ea</strong>vam com a<br />

situação. O pai chato segue uma <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>, tem uma religião e<br />

costumes diferentes. To<strong>do</strong>s os membros <strong>da</strong> família têm que<br />

sujeitarem-se as <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>s, que os privavam de muitas coisas boas de<br />

<strong>do</strong> conforto.<br />

Com a morte <strong>do</strong> pai, a família resolve deixar um pouco de la<strong>do</strong> as<br />

manias <strong>do</strong> pais, as crenças dele e seus familiares, pretendem viver<br />

uma nova vi<strong>da</strong>, ter novos costumes, ma nova culinária, comprar<br />

móveis novos e beber um bom vinho. (P. A. H. J) 1<br />

Essa atitude de <strong>leitura</strong>, entendi<strong>da</strong> como reprodução <strong>do</strong> enre<strong>do</strong>, também pode ser<br />

confirma<strong>da</strong> <strong>na</strong>s <strong>leitura</strong>s <strong>do</strong>s sonetos, pois também observamos que retomam o <strong>texto</strong> com<br />

suas palavras, mas nem sempre conseguem separar a sua voz <strong>da</strong> voz <strong>do</strong> poeta e o<br />

mesmo acontece <strong>na</strong>s <strong>leitura</strong>s de outros alunos:<br />

1 Neste trabalho, não será utiliza<strong>da</strong> a marcação de i<strong>na</strong>dequação <strong>da</strong> norma gramatical brasileira por se<br />

considerar que o uso <strong>do</strong> sic possui conotação pejorativa, desmerecen<strong>do</strong> os <strong>texto</strong>s elabora<strong>do</strong>s.<br />

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